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Política : PESQUISA
Enviado por alexandre em 18/09/2019 08:09:06

Gestores públicos recusam pessoas com deficiência
Folha de S. Paulo - Painel S. A.
Por Mariana Grazini

 

A dificuldade de inclusão de pessoas com deficiência pode estar ligada à resistência de gestores. Segundo pesquisa da consultoria Santo Caos com a Catho, 40% dos profissionais de RH dizem ouvir com frequência de chefes de outras áreas que não estão abertos às contratações. 

Outro entrave é a acessibilidade inadequada no trabalho, comum para 50% das pessoas com deficiência abordadas. O levantamento também fez perguntas a gestores para cruzar respostas dos diferentes públicos. Cerca de 250 empresas foram ouvidas.



Leo Pinheiro quer trabalha como home office

Empreiteiro quer fazer home office após deixar a prisãom. Ex-presidente da OAS Léo Pinheiro deixou a prisão nesta terça.

Leo Pinheiro durante depoimento - Reprodução

Da Folha de S. Paulo - Painel
Por Mônica Bergamo

 

O ex-presidente da OAS Léo Pinheiro, que deixou a prisão nesta terça (17), pretende trabalhar no esquema home office, em sua casa em São Paulo. Ele ainda não tem um projeto formulado —vai se dedicar a isso nos próximos dias. 

O ex-executivo vai cumprir pena em regime de prisão domiciliar com o uso de tornozeleira eletrônica.

Política : SÃO TOMÉ
Enviado por alexandre em 17/09/2019 08:41:38

Temer afirma que jamais apoiou ou fez empenho pelo golpe

"Eu jamais apoiei ou fiz empenho pelo golpe", diz Temer sobre impeachment.

Do UOL, em São Paulo

 

O ex-presidente Michel Temer (MDB) afirmou, em entrevista concedida hoje ao programa Roda Viva, que não se empenhou ou apoiou o que chamou de golpe, ao comentar sobre o fato de ter sido chamado de "golpista" durante o processo de impeachment deflagrado em 2016 contra a ex-presidente Dilma Rousseff (PT), que encabeçava a chapa formada por Partido dos Trabalhadores e MDB eleita em 2014.

 "Eu jamais apoiei ou fiz empenho pelo golpe. Aliás, muito recentemente, o jornal Folha detectou um telefonema onde o ex-presidente Lula me deu, onde ele pleiteava e depois esteve comigo para trazer o PMDB para impedir o impedimento. E eu tentei, mas a esta altura, eu confesso, que a movimentação era tão grande e tão intensa que os partidos já estavam mais ou menos vocacionados para a ideia do impedimento", disse Temer.

Confira a íntegra aqui:  "Eu jamais apoiei ou fiz empenho pelo golpe", diz Temer ...


Human Rights: máfia e milícia têm elo com incêndios

Amazônia: floresta ameaçada

Crime organizado e milícias estão ligados a desmatamentos e queimadas na Amazônia, diz Human Rights Watch.

Foto: Brent Stirton/Getty Images for Human Rights Watch

Por Elida Oliveira, G1

 

O desmatamento e as queimadas na Amazônia estão ligados a uma rede de criminosos que pagam por mão-de-obra, por grandes maquinários (motosserras, tratores, correntes, caminhões), e por proteção de milícia armada contra quem tenta denunciar os crimes, aponta um relatório da Humans Rights Watch (HRW), divulgado nesta terça (17).

Os criminosos ameaçam indígenas, agricultores, agentes públicos e até policiais. No alvo do crime estão os chamados "defensores das terras", segundo o relatório “Máfia do Ipê: como a violência e a impunidade impulsionam o desmatamento na Amazônia brasileira”, feito pela organização.

De acordo com a HRW, a destruição da floresta é consequência da grilagem, crime que ocorre quando as terras são tomadas por indivíduos que se apropriam delas, segundo o documento. Os criminosos desmatam, queimam, e colocam gados sobre o pasto que sobra, para depois revender com documentos falsos, “legalizando” a área invadida.

Confira a reportagem completa aqui:  Crime organizado e milícias estão ligados a desmatamentos e ...

Política : DIREITA
Enviado por alexandre em 17/09/2019 08:32:13

Lava Toga representa divisão do bolsonarismo

Para centro-direita, embate sobre Lava Toga é marco na divisão do bolsonarismo.

(Foto: Marcos Corrêa/PR)

Folha de S. Paulo - Painel
Por Daniela Lima

 

O embate entre bolsonaristas nas redes em torno da CPI da Lava Toga foi diagnosticado por políticos de centro-direita como um marco na relação do clã Bolsonaro com sua militância e com o PSL. O fato de Olavo de Carvalho ter radicalizado o discurso, apelando ao apoio incondicional à pessoa do presidente, e não mais a pautas como o combate à corrupção, foi visto como um aceno ao núcleo mais duro do bolsonarismo –e um estímulo ao expurgo dos outros grupos que o circundam.

Guru de uma ala do bolsonarismo, Olavo de Carvalho postou vídeo no fim de semana no qual condena o debate sobre a CPI da Lava Toga. “Vamos combater a corrupção? Não! Vamos combater o comunismo primeiro, seus idiotas. (…) O problema do Brasil não é a corrupção, é o Foro de São Paulo”, ele diz.

Carvalho afirma que Bolsonaro precisa de uma militância que seja só dele, e não de pautas. A pregação, endossada por Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), assustou integrantes do PSL que viram na fala “um culto personalista, que vai levar o presidente ao isolamento, afastando os que têm qualquer racionalidade”.

Aliados de Bolsonaro dizem que ele se ressente dos que ajudou a eleger “e hoje só atrapalham”. A situação de Major Olímpio (PSL-SP) já era ruim, mas agora beira o insustentável. O ataque dele a Flávio Bolsonaro, em O Estado de S. Paulo, foi interpretado como sinal de que Olímpio quer cavar uma saída da sigla, tentando levar outros consigo.


Fala machista de Guedes repercute no comércio exterior

Fala machista de Paulo Guedes reverbera no comércio exterior. Grupo de 250 mulheres do setor assinou artigo com preocupação.

Foto/fonte: Brasil247

Folha de S. Paulo - Painel S.A.
Por Joana Cunh
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O comércio internacional ainda não esqueceu a deselegância das falas de Bolsonaro e Paulo Guedes, que neste mês ofenderam a primeira-dama francesa Brigitte Macron. O WIT (Women Inside Trade) resolveu agora enviar sua reprimenda.

O grupo, que reúne 250 mulheres empresárias, acadêmicas e do setor público, atuantes no comércio internacional de 12 países, assinou neste domingo (15) um artigo dizendo que a igualdade de gênero é uma questão econômica, e o machismo restringe o desenvolvimento.

No texto, citam dados da OCDE, segundo os quais as desigualdades de gênero provocam, em média, perda de 15% de renda dos países. Elas parabenizam Guedes por seu pedido de desculpas. É o primeiro passo, dizem.

 
A carta do WIT também aproveita para lembrar o ministro que, no G20, o Brasil se comprometeu a reduzir em 25% a diferença de ganhos de homens e mulheres no mercado até 2025.

Política : NADA DE ALTA
Enviado por alexandre em 17/09/2019 08:26:51

Petrobras não vai mexer nos preços dos combustíveis diz, presidente

Presidente da Petrobras diz a Bolsonaro que estatal não vai mexer no preço dos combustíveis. Segundo Bolsonaro, economia brasileira ainda não está no nível em que esperávamos que estivesse.

Bolsonaro ao chegar ao Alvorada nesta segunda, após a alta do hospital. Foto: ADRIANO MACHADO / REUTERS

O Globo - André Machado, Ramona Ordoñez e

Manoel Ventura

 

RIO - O presidente Jair Bolsonaro disse nesta segunda-feira em entrevista à TV Record que a Petrobras não vai mexer no preço dos combustíveis no país após o ataque com drones a instalações petrolíferas da Arábia Saudita no último sábado.

- A tendência natural é seguir o preço internacional que vem da refinaria para a bomba, no final das contas. O governo federal já zerou os impostos da Cide e não podemos exigir nada de governadores no tocante ao ICMS. Conversei agora há pouco com o presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, e, como é algo atípico, ele não deve mexer no preço do combustível - disse o presidente.

- A companhia vai aguardar a volatilidade dos preços e tomar uma decisão. A estatal tem mecanismos de proteção, com a sua política de hedge. Além disso, o preço do barril fechou a US$ 68. Por isso, não há nada que justique ainda um aumento - disse uma fonte do setor.

Bolsonaro também mandou um recado aos caminhoneiros, mencionando o Cartão Caminhoneiro.

- Com esse cartão, lançado há poucos dias, o caminhoneiro pode chegar no posto e comprar X litros de óleo diesel, e por 30 dias esse preço estará garantido para ele.

Mais cedo, em nota, o Ministério da Economia  disse que o governo observa com atenção os ataques com drones a instalações de petróleo da Arábia Saudita.

Uma possível alta no preço do óleo preocupa por conta da reação imprevisível dos caminhoneiros.  O governo não sabe como a categoria receberia um aumento repentino no valor do combustível e teme a “fúria” dos motoristas.

"O Ministério da Economia informa que sua equipe técnica está acompanhando os desdobramentos do ataque à refinaria de petróleo na Arábia Saudita e analisando seus impactos no mercado internacional e na economia doméstica", afirma a nota.

Em maio, o anúncio de que a Petrobras iria reajustar o preço do óleo diesel irritou os caminhoneiros, que ameaçaram fazer uma nova paralisação nacional. Naquela ocasião, um acordo costurado pelo Ministério da Infraestrutura estabeleceu que o custo do diesel seria repassado para a tabela do frete sempre que o combustível subir mais que 10%.

Agora, o governo conta com esse gatilho para segurar uma eventual insatisfação da categoria.

O presidente falou ainda sobre acordos de fornecimento de produtos para outros países, como carne para a China e Indonésia.

- Basicamente, isso é o restabelecimento da confiança no Brasil, na qualidade de nossos produtos, e também quanto ao nosso zelo em relação ao meio ambiente - afirmou. - A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, tem rodado o mundo, conseguindo boas parcerias e bons contratos comerciais.

Ele reconheceu que a tramitação da reforma da Previdência "está demorando um pouquinho", mas que este mês "estará tudo resolvido, se Deus quiser".

"Guedes exonerou Cintra"
Sobre a demissão do secretário da Receita Federal, Marcos Cintra, Bolsonaro declaoru que foi o ministro Paulo Guedes que o exonerou, devido à discussão pública sobre a chamada "nova CPMF".

- Cintra foi meu colega por três mandatos no Parlamento, tínhamos boa relação, e foi indicado por Paulo Guedes para a Receita - contou. - Tínhamos combinado que não se entraria em detalhes na reforma tributária até a apresentação final do projeto. Mas em duas oportunidades isso foi antecipado pela equipe dele, e na última vez falou-se na volta da CPMF, e eu decidi que não se deve tocar mais nesse assunto, porque é um imposto contaminado.

Depois dessa defesa da CPMF, disse o presidente a situação de Cintra ficou insustentável.

- Quem o exonerou foi o ministro Paulo Guedes - afirmou.

Segundo Bolsonaro sua única interferência na Receita agora é a seguinte: o presidente quer um quadro interno à frente do órgão.

Viu isso? 'Possivelmente em alguns dias', diz Guedes sobre novo nome da Receita

Para ele, a CPMF é um imposto marcado, e o governo "não vai insistir" nele.

O presidente mencionou ainda os saques emergenciais do FGTS de R$ 500, recém-liberados pela Caixa Econômica, cujo impacto, avalia, será rápido.

- O dinheiro está ali. Muita gente criticou o valor baixo, mas eu já fui militar, e considero R$ 500 um valor muito bem-vindo. Esse dinheiro entra de imediato na economia, é uma injeção na veia, e vai ajudar a movimentá-la, porque a economia não está ainda no nível em que nós esperávamos que estivesse.

Segundo ele, o governo está fazendo "o possível para  movimentar a economia, desburocratizando, desregulamentando".

- Há tantas normas hoje em dia que acabam jogando você para a informalidade. Por isso, estamos fazendo a nossa parte - disse Bolsonaro.



Atentado: caminhoneiros veem risco de alta no diesel

Caminhoneiros veem risco de alta no diesel após atentado, mas não falam em greve. Categoria se aproxima de resolução de impasse sobre tabela do frete com o governo.

(Foto: REUTERS/Sergio Moraes)

Folha de S. Paulo - Painel S.A.
Por Filipe Oliveira


Após a alta no preço do petróleo provocada pelos atentados na Arábia Saudita neste sábado (14), líderes de caminhoneiros já se conformaram que virá um repasse ao preço do diesel.

O revés vem logo quando achavam que suas condições iriam melhorar graças a um acordo com o governo sobre suas demandas em relação ao piso mínimo para o frete. 

Por outro lado, a possibilidade de uma nova greve, após uma tentativa com adesão limitada no último dia 4, ainda não é mencionada pela categoria.

"Infelizmente teremos que amargar um aumento, porque a culpa não é do governo federal nem da Petrobras, e sim de grupos rebeldes terroristas.", diz o caminhoneiro Wanderlei Alves, o Dedeco. 

Nesta segunda-feira (16) o petróleo teve alta de 13%. A Petrobras decidiu não reajustar os preços no primeiro dia útil após o incidente, levando em conta que há muita volatilidade no mercado e os preços podem ceder nos próximos dias.

O risco de aumento surge ao mesmo tmepo em que eles se preparam para comemorar uma boa notícia. Caminhoneiros esperam que, no dia 23 será publicada resolução com exigência de que todos os transportadores passem a emitir um documento eletrônico com informações como a carga que carregam, o destino e o valor do frete. 

Segundo Marcelo da Paz, do Porto de Santos, isso acabaria com a sonegação de impostos por parte de pequenas empresas que agenciam autônomos para quem quer enviar mercadorias. Haveria espaço para a criação de caminhoneiros independentes que consigam competir com elas.  

Com a perda de poder dos agenciadores, caminhoneiros acreditam que o valor que ficaria com eles aumentaria, o que diminuiria a importância da tabela do frete, que gerou a disputa entre a categoria e o governo.

A ANTT disse que está concluindo relatório sobre o assunto a ser publicado no Diário Oficial.

Política : PERDOADOS?
Enviado por alexandre em 16/09/2019 08:36:28

Bolsonaro avalia indulto a policiais condenados

Bolsonaro avalia conceder indulto individual a policiais condenados. Mesmo usando figura jurídica da graça, alguns dos casos citados não são passíveis de perdão.

(Foto: Wilson Dias/Agência Brasil)
Folha de S. Paulo - Por Danielle Brant e Gustavo Uribe

O presidente Jair Bolsonaro avalia conceder graça, uma espécie de indulto individual, a policiais condenados.

A possibilidade está em estudo pelo Palácio do Planalto e foi confirmada à Folha por assessores presidenciais. A ideia é que o benefício seja publicado até o final do ano.

No final de agosto, o presidente havia afirmado que pretendia indultar policiais “presos injustamente” no país “por pressão da mídia”.

Dois dias depois, em almoço com jornalistas, citou como exemplos agentes envolvidos nos massacres do Carandiru, em São Paulo, e de Eldorado dos Carajás, no Pará.

E mencionou também policiais acusados –e absolvidos– pela morte de Sandro do Nascimento, responsável pelo sequestro do ônibus 174, no Rio.

Bolsonaro disse que daria o indulto aos que se enquadrassem nos critérios previstos em lei, sejam subordinados ou comandantes policiais condenados por crimes.

Diante das declarações do presidente, especialistas jurídicos e assessores palacianos viram ao menos dois problemas: em primeiro lugar, o indulto é um benefício de aplicação coletiva concedido a presos que tenham esgotado todas as possibilidades de recursos à sua condenação.

No caso do ônibus 174, não haveria por que conceder o indulto, considerando que os policiais foram absolvidos. No Carandiru, o julgamento que condenou os policiais foi anulado e um outro júri ainda está para ser marcado.

Há outro porém: os massacres de Carandiru e Carajás foram considerados homicídios qualificados, o que os torna crimes hediondos, não passíveis de ser indultados.

A saída encontrada pelo Palácio do Planalto foi estudar a concessão da graça presidencial, o que evitaria também uma terceira questão identificada –o indulto não poderia ser aplicado a categorias.

Assim, todos que eventualmente se enquadrassem nos parâmetros estabelecidos pelo texto seriam beneficiados –até mesmo condenados por violência contra policiais.

A graça, assim como o indulto, é de competência do presidente e não pode ser concedida a condenados por crimes hediondos. Segundo a Lei de Execução Penal, a graça, indulto individual, pode ser pedida pelo preso, pelo Ministério Público, por conselho penitenciário, ou pela autoridade administrativa.

Os policiais que não se enquadrassem em critérios para a concessão de indultos coletivos, como cumprimento de parte da pena em crimes sem grave violência, poderiam solicitar o benefício.

Dentro do governo, a possibilidade é vista como um experimento que pode dar certo, principalmente pela falta de regulamentação do benefício –os indultos natalinos são fixados por decretos.

Especialistas avaliam que, ainda assim, a concessão do indulto individual poderia ser contestada no STF (Supremo Tribunal Federal).

“É preciso que os critérios tenham como base a razoabilidade e valores éticos. O STF poderia derrubar graças concedidas que ferissem esses princípios”, afirma o advogado Marcio Sotelo Felippe, ex-procurador-geral do Estado de São Paulo. “Não pode afrontar valores que fundamentam a República.”

Outro risco apontado é o de a concessão da graça beneficiar, por exemplo, milicianos ou que seja vista como incentivo a abusos de autoridade por policiais, afirma o advogado Luciano Santoro, sócio do Fincatti & Santoro.

“É uma carta branca a policiais. E há dúvidas sobre a quais policiais se aplicaria: entraria a Polícia Legislativa? A Polícia Rodoviária Federal?”, questiona.

Apesar de a graça ser mais factível, uma ala dentro do governo ainda se debruça sobre a ideia do indulto, mesmo com as restrições legais já identificadas por especialistas.

Para eles, decisão do ministro Alexandre de Moraes, do STF, sobre o indulto concedido pelo ex-presidente Michel Temer ampararia os planos de Bolsonaro. No final de 2017, Temer publicou indulto beneficiando condenados por crimes do colarinho branco. 

Na decisão, Moraes, que foi acompanhado por seis ministros, reforçou a competência do presidente na concessão do indulto. Para o ministro, não cabe ao STF reescrever o decreto, pois se o presidente tiver extrapolado as restrições previstas em lei, o texto se torna inconstitucional.

Assessores do presidente avaliam que o voto de Moraes dá lastro para o governo defender a posição do presidente de que o poder de conceder indultos e comutação de penas é absoluto. As limitações seriam as previstas na Constituição, como crimes hediondos, tortura, terrorismo e tráfico de drogas.

Outros pontos da decisão são menos pacificados, como o entendimento de que a Constituição não limita o momento em que o presidente pode conceder o indulto, “sendo possível isentar o autor de punibilidade, mesmo antes de qualquer condenação criminal”.

No próprio governo, e parte da jurisprudência reforça a visão, há quem avalie que a graça ou indulto poderiam ser concedidos mesmo sem trânsito em julgado.

Isso porque, durante o processo, o magistrado pode entender que o acusado pode ser enquadrado em outros tipos penais. A concessão do benefício antes de condenação eliminaria a possibilidade.

O presidente da comissão especial de direito processual civil do CFOAB (Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil), Gustavo Badaró, considera que as declarações do presidente são “mais fumaça para gerar polêmica.”

“Com muita boa vontade, talvez ele pudesse indultar a pena antes do trânsito em julgado”, diz. “Ou ele poderia aprovar um projeto de lei que tirasse de determinado crime a natureza de hediondo. Deixando de ser hediondo, ele poderia indultar.”

Com a medida em estudo, Bolsonaro se alinharia a uma prática adotada pelo presidente americano, Donald Trump.

Ele concedeu graças e indultos que já beneficiaram, por exemplo, um comentarista político, um xerife e, a pedido da socialite Kim Kardashian, uma condenada à prisão perpétua por narcotráfico.

Mesmo sem ser um perdão, a decisão abreviou a pena de Alice Marie Johnson, detida no Alabama sem direito a condicional após condenação por lavagem de dinheiro e venda de cocaína em uma quadrilha.



"Decisão do STF sobre Lava Jato pode conturbar processos"

Decisão do STF sobre Lava Jato "pode conturbar processos", diz presidente do TRF-4. A decisão da 2ª Turma em favor de Aldemir Bendine configura uma situação inédita: pela primeira vez o STF anula uma sentença proferida por Moro e parcialmente confirmada pelo TRF-4.

Victor Luiz dos Santos Laus - Foto: Assessoria de Comunicação do TRF-4

Época - Luiz Antônio Araujo


O Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) está cercado. Não por batalhões de repórteres e veículos de TVs e rádios como em 24 de janeiro de 2018, quando a 8ª Turma da corte julgou recurso do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva à condenação em primeira instância por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Desta vez, são gaúchos vestidos a caráter e cavalos que rodeiam a sede do tribunal, na orla do lago Guaíba, em Porto Alegre.

O TRF-4 é vizinho do parque da capital que abriga anualmente o acampamento comemorativo do 20 de Setembro, feriado estadual que celebra uma revolta contra o Império brasileiro no século 19.

Num amplo gabinete no nono andar do tribunal, o presidente da corte, desembargador Victor Luiz dos Santos Laus, não se perturba com o cerco. Sua atenção está envolvida por um problema mais incômodo: a proximidade de 2020, ano em que restrições orçamentárias previstas na Emenda Constitucional do Teto de Gastos entrarão em pleno vigor.

Na segunda-feira, 9 de setembro, quando recebeu a BBC News Brasil, Laus tinha dedicado parte da agenda a uma reunião com representantes do Sindicato dos Trabalhadores da Justiça Federal (Sintrajufe) na qual o aperto de cinto do Judiciário havia sido o principal tema.

Catarinense de Joaçaba, Laus recorda-se da abafada quarta-feira de janeiro em que o chamado processo do tríplex foi julgado pelo TRF-4. O presidente do tribunal foi um dos três integrantes da 8ª Turma da corte a apreciar o recurso da defesa do ex-presidente e confirmar a condenação à prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, reduzindo a pena de 12 anos decidida pelo juiz Sergio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, para nove anos e meio.

O desembargador de 56 anos sabe também que, em breve, repórteres voltarão a cercar o prédio quando o TRF-4 julgar o recurso de Lula a uma condenação, desta vez relacionada com o sítio de Atibaia.

Confira a reportagem na íntegra aqui: Decisão do STF sobre Lava Jato 'pode conturbar andamento ...

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