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Meio Ambiente : Cerca de 4 mil filhotes de tartarugas-da-amazônia são soltos na maior área de desova da espécie no mundo
Enviado por alexandre em 24/11/2023 15:38:00


Quase 4 mil filhotes de tartaruga-da-amazônia (Podocnemis expansa) foram soltos, no último final de semana, no Refúgio de Vida Silvestre (Revis) Tabuleiro do Embaubal. A Unidade de Conservação (UC) do Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade (Ideflor-Bio) é considerada a maior área de desova da espécie no mundo.

A soltura marcou o início das primeiras atividades de reintrodução desses animais na natureza em 2023. O evento contou com a presença de turistas de diversas regiões do país e por moradores da região, que se mostraram entusiasmados em acompanhar o fenômeno natural e contribuir para a proteção dos quelônios.

Leia também: Tartaruga-da-Amazônia: Saiba três curiosidades sobre este quelônio

Foto: El Elyon - Xingu Adventure

Até o final deste ano, a expectativa é que 600 mil tartarugas sejam soltas, contribuindo para a preservação da biodiversidade local. De acordo com especialistas, essa é uma das espécies que estão ameaçadas de extinção na região amazônica. 

Neste sentido, o Governo do Estado, por meio do Ideflor-Bio, não tem medido esforços para ampliar a população desse importante animal aquático.

Foto: El Elyon - Xingu Adventure

Ecossistema amazônico  

As tartarugas são fundamentais para o ecossistema amazônico porque desempenham um papel crucial no equilíbrio ambiental e na potabilidade dos rios. Por se alimentarem de plantas aquáticas e peixes mortos, a espécie acaba fazendo uma verdadeira ação de limpeza nos cursos d'água. Dessa forma, garantindo a qualidade desse recurso natural aos seres humanos e também para si mesma.

A ação humana, como a caça predatória e a destruição de habitats naturais, tem colocado em risco a sobrevivência dessas tartarugas. Por isso, ações que garantem a conservação e a reintrodução da espécie têm se mostrado essenciais para reverter esse quadro.

Foto: El Elyon - Xingu Adventure

Segundo o diretor de Gestão e Monitoramento das Unidades de Conservação, Clésio Santana, a soltura dos filhotes de tartarugas-da-amazônia no Revis Tabuleiro do Embaubal é apenas uma das muitas ações que serão realizadas ao longo do ano para recuperar a população desses animais.

"O Ideflor-Bio, em parceria com outras instituições e organizações não governamentais, trabalha incessantemente para garantir um futuro sustentável para essas espécies ameaçadas", afirmou.

O dirigente acredita que a soltura das tartarugas seja um marco para a conscientização da importância da conservação ambiental e da preservação da vida selvagem. "A participação dos turistas e a divulgação desse evento contribuem para a disseminação dessa mensagem, incentivando a sociedade a se engajar em ações de proteção ao meio ambiente", concluiu Santana.

Foto: El Elyon - Xingu Adventure

O dirigente acredita que a soltura das tartarugas seja um marco para a conscientização da importância da conservação ambiental e da preservação da vida selvagem. "A participação dos turistas e a divulgação desse evento contribuem para a disseminação dessa mensagem, incentivando a sociedade a se engajar em ações de proteção ao meio ambiente", concluiu Santana.

Para o engenheiro de pesca, Átilla Mello, a iniciativa reafirma o compromisso do Governo do Estado, por meio do Ideflor-Bio, com a preservação da biodiversidade e se torna um exemplo para o país. 

"A esperança é de que, por meio de ações como essa, as futuras gerações possam desfrutar de um ambiente saudável e equilibrado, onde a fauna e a flora sejam protegidas e respeitadas", 

pontuou.

Sobre a UC  

Criado em 2016, o Revis Tabuleiro do Embaubal é uma UC de Proteção Integral do Ideflor-Bio com mais de 4 mil hectares. Além da tartaruga-da-amazônia, outras espécies de quelônios desovam na área, como os Pitiús (P. sextuberculata) e Tracajás (P. unifilis). No local, também são encontrados com abundância aves migratórias como a Águia pescadora (Pandien haliaeteus), o Biguá (Phalacrocorax brasilianus), o Maçarico (Tringa solitaria), entre outras espécies.

Meio Ambiente : Biopirataria
Enviado por alexandre em 20/11/2023 09:47:43

Biopirataria

Foto: LobodaPhoto/istock

A biopirataria é a apropriação, exploração, manipulação, exportação e/ou comercialização de recursos biológicos ou conhecimentos em desacordo com as normas da Convenção sobre Diversidade Biológica de 1992.

O termo se refere desde o contrabando de espécies da flora e da fauna até o desmatamento de madeira e apropriação de conhecimentos tradicionais sem repassar os lucros. Empresas patenteiam processos ou mesmo espécies vegetais e animais com objetivo único de favorecer o lucro, explorando, muitas vezes de forma ilegal, os recursos naturais.

A Amazônia é alvo constante da biopirataria, principalmente por conta de sua vasta fauna e flora, com artigos que são valorizados tanto por sua raridade quanto por sua utilidade, sejam plantas medicinais, alimentos regionais ou animais que não podem ser encontrados em outros locais.

*Com informações do Ambiente Brasil e IPHAN

Meio Ambiente : Microrganismos do solo também estão ameaçados por substituição de florestas por pastagens na Amazônia
Enviado por alexandre em 10/11/2023 00:39:27


Mais conhecida pela biodiversidade de plantas e animais, a Amazônia também possui uma grande diversidade de vida microbiana, inclusive no solo. Serviços ecossistêmicos importantes, como a estocagem do metano que iria para a atmosfera, por exemplo, são feitos por microrganismos que vivem debaixo da terra.

A substituição das florestas por pastagens, portanto, também é uma ameaça a bactérias, fungos e arqueias. Integrar o conhecimento sobre essas formas de vida em esforços de conservação, restauração e manejo, portanto, torna-se urgente para a compreensão e manutenção da Amazônia.

O argumento é defendido em artigo publicado na revista Trends in Ecology and Evolution por um time de pesquisadoras da Universidade de São Paulo (USP) e colaboradores de universidades dos Estados Unidos e Reino Unido.

"Os microrganismos têm uma importância muito grande para manter o macro: no caso, o funcionamento da floresta, o equilíbrio entre animais e plantas e os serviços ecossistêmicos dos rios, entre outros", exemplifica Júlia Brandão Gontijo, coautora do trabalho – desenvolvido com bolsa da FAPESP durante seu doutorado no Centro de Energia Nuclear na Agricultura (Cena) da USP, em Piracicaba. Atualmente, Gontijo é pós-doutoranda na Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos.

Pastagem próxima a área de floresta nativa no Pará. Foto: Laboratório de Biologia Celular e Molecular/Cena-USP)

Um caso bastante estudado pelo grupo é o da substituição de microrganismos que consomem metano (portanto, benéficos para o equilíbrio climático) por aqueles que emitem o gás, quando a vegetação nativa é substituída por pastagens. A criação de gado é responsável por 87% das mudanças de uso do solo na Amazônia.

"Um achado inesperado que tivemos nos últimos anos foi o de que pastagens têm uma maior diversidade local de bactérias no solo, em comparação às florestas. No entanto, quando se analisa a escala espacial, os microrganismos encontrados no solo dos pastos são sempre os mesmos, enquanto na floresta existe maior variação de um local para o outro. A conversão floresta-pastagem, portanto, tem acarretado um processo de homogeneização das comunidades bacterianas do solo", 

conta Andressa Monteiro Venturini, primeira autora do estudo, ex-bolsista de pós-doutorado da FAPESP e hoje pesquisadora visitante na Universidade Stanford, nos Estados Unidos.

Uma das causas dessa baixa diversidade espacial das pastagens, explica Venturini, é justamente a perda de espécies endêmicas de microrganismos, o que pode levar a perda de funções importantes, como o consumo de metano, um gás causador de efeito estufa.

De depósito a fonte

Em trabalhos publicados anteriormente – nas revistas Environmental Research e Science of The Total Environment –, o grupo já havia mostrado que a conversão de floresta em pastagem muda o número de arqueias produtoras e bactérias consumidoras de metano, assim como o equilíbrio entre esses grupos.

Solos florestais tipicamente atuam como depósitos de metano, evitando que o gás suba para a atmosfera. Porém, quando convertidos em pastos, passam a abrigar mais espécies produtoras de metano e, consequentemente, emitem mais gases de efeito estufa. Essa mudança de depósito para fonte do gás se intensifica com a remoção da camada superficial do solo e a adição de cal para reduzir a acidez.

"Não é apenas o uso do solo que importa, mas também a forma de manejá-lo", explica Tsai Siu Mui, professora do Cena-USP e coordenadora dos estudos. Outro trabalho do seu grupo já havia mostrado como a conversão de florestas em pastagens favorece o aumento de bactérias resistentes a antibióticos no solo.

Tanto esses estudos quanto o publicado agora integram um projeto apoiado no âmbito de um acordo entre a National Science Foundation (NSF), dos Estados Unidos, e a FAPESP, por meio do Programa BIOTA.

Segundo as pesquisadoras, o solo como fonte de gases do efeito estufa é pouco discutido nos estudos sobre a participação nacional nas emissões globais. Por isso, podem ser exploradas em novos estudos por meio da combinação de medidas ambientais e moleculares (abundância de genes relacionados à produção e consumo de metano), por exemplo.

O artigo argumenta ainda que, ao analisar dados isotópicos, as vias metabólicas da produção de metano no solo poderiam ser identificadas, levando a uma maior compreensão da resposta microbiana à mudança do uso do solo. Além disso, a união de genômica ambiental com abordagens de bioinformática, assim como aprendizado de máquina, poderia prever emissões por essa fonte, ajudando a evitá-las, sem perder de vista estratégias de restauração e manejo.

"Os estudos nesse campo podem, inclusive, proporcionar a descoberta de microrganismos favoráveis a culturas nativas, como as frutas, que já são cultivadas na região, mas perdem produtividade com o tempo. A busca por inoculantes resultantes da própria biodiversidade da região, por exemplo, seria um dos caminhos para novos estudos que poderiam ajudar a construir uma bioeconomia amazônica", 

encerra Tsai.

O trabalho teve ainda entre os coautores Jéssica Mandro, que fez mestrado no Cena-USP com bolsa da FAPESP e atualmente realiza doutorado na mesma instituição. Leia o artigo completo: 'Soil microbes under threat in the Amazon Rainforest'.

*O conteúdo foi originalmente publicado pela Agência FAPESP, escrito por André Julião

Meio Ambiente : Anfíbios amazônicos estão entre os 40% dos anfíbios no mundo ameaçados de extinção
Enviado por alexandre em 08/11/2023 00:18:38


A rãzinha-do-tepequém (Anomaloglossus tepequem) costumava ser observada em abundância em riachos da Serra do Tepequém, no estado de Roraima. Endêmica do Brasil e dessa localidade em específico, ou seja, só encontrada ali e em nenhum outro lugar do planeta, acredita-se que ela tenha desaparecido da natureza. Desde a década de 1990, nunca mais essa espécie amazônica foi vista.

Essa rã é um das 26 classificadas como possivelmente extintas no país, segundo o mais novo levantamento global de anfíbios feito pela União Internacional para a Conservação das Espécies da Natureza (IUCN). E os números são assustadores. Dois em cada cinco deles estão ameaçados.

O estudo teve a participação de mais de mil especialistas ao redor do mundo. Foram analisadas 8 mil espécies de anfíbios — entre sapos, rãs, salamandras, cobras-cegas e outros —, quase 3 mil a mais do que na última análise, realizada em 2004.

O grande destaque desta vez é o papel cada vez maior das alterações climáticas para o declínio global de anfíbios, considerados os mais ameaçados entre a classe dos animais vertebrados. Nada mais do que 40% de suas espécies estão com algum risco de extinção.

A rãzinha-do-tepequém (Anomaloglossus tepequem). Foto: Antoine Fouquet

Desmatamento, perda de habitat e a ocorrência de doenças, como a quitridiomicose, que tem devastado populações inteiras, já eram fatores mais amplamente documentados como ameaças, mas agora os biólogos alertam que o aumento da temperatura, a baixa umidade e a seca, consequências das mudanças no clima, estão aumentando ainda mais a pressão sobre muitas espécies de anfíbios.

De acordo com o estudo, de 2004 a 2022, mais de 300 espécies foram levadas bem próximas à extinção e 30% desses casos foram provocados, principalmente, pela crise climática.

"A água é essencial para a reprodução dos anfíbios. É nela que eles se reproduzem e os girinos nascem", explica o biólogo Iberê Farina Machado, coordenador da Avaliação de Anfíbios no Brasil da Comissão de Sobrevivência das Espécies da IUCN e um dos coautores do artigo.

Além disso, alterações na temperatura e na umidade impactam a saúde e colocam em risco a sobrevivência desses bichos. 

"Os anfíbios possuem a pele úmida e é através dela que respiram. Algumas espécies usam uma certa porcentagem maior do pulmão e outra da pele para a troca gasosa ou vice-versa. Se o clima está seco demais, isso afeta a respiração deles".

Mapa produzido pelo levantamento revela onde estão as 2.873 espécies de anfíbios ameaçadas de extinção; a maioria está nas zonas de altitude, onde há cada vez menos umidade disponível

26 espécies possivelmente extintas no Brasil 

O Brasil é o país com maior diversidade mundial em anfíbios, abrigando cerca de 1.200 espécies. Quase um terço delas foram avaliadas pela primeira vez nesse novo relatório.

A avaliação apontou que 189 espécies estão atualmente classificadas como criticamente (tem um s sobrando aí) ameaçadas, em perigo ou vulneráveis à extinção no Brasil. E o que preocupa mais é que a grande maioria delas é endêmica.

"O cenário é ainda mais sombrio quando temos em conta as 26 espécies classificadas como possivelmente extintas, não tendo sido avistadas em ambientes naturais desde a década de 1980 ou antes", ressalta Machado.

É o caso da rãzinha-verrugosa-do-itatiaia (Holoaden bradei) e a rã-das-pedras-de-petrópolis (Thoropa petropolitana), ambas encontradas no século passado na Mata Atlântica. Entretanto, a última vez que a petropolitana foi avistada nos riachos da serra fluminense foi em 1982.

O biólogo esclarece que, no Brasil, o desmatamento e a expansão agropecuária e urbana continuam sendo os principais responsáveis pela extinção de anfíbios. Todavia, as alterações climáticas estão cada vez mais presentes.

Estima-se que nos últimos 40 anos, por exemplo, a Amazônia tenha ficado 1 ºC mais quente e apresentado uma taxa de redução de chuvas de até 36% em algumas áreas. As secas extremas no bioma são cada vez mais recorrentes. Neste exato momento, os estados amazônicos vivem uma das piores estiagens de sua história. Rios secaram e a navegação foi interrompida, deixando populações ribeirinhas sem acesso a alimentos e água potável. Mais de cem botos foram encontrados mortos no Lago de Tefé.

"À medida que os humanos provocam mudanças no clima e nos habitats, os anfíbios são incapazes de se deslocar muito longe para escapar do aumento da frequência e da intensidade do calor extremo, dos incêndios florestais, da seca e dos furacões acarretados pelas alterações climáticas", 

destaca Jennifer Luedtke Swandby, coordenadora da Autoridade da Lista Vermelha do Grupo de Especialistas em Anfíbios da IUCN e uma das envolvidas no estudo.

Anfíbios de altitude são os mais afetados

Seca e estiagem são sinônimos de falta de água e umidade. Nesse cenário desolador para a sobrevivência dos anfíbios, imagina-se que aqueles que vivem mais perto do solo seriam os mais impactados. Contudo, não é bem assim. As espécies que habitam áreas mais altas, acima dos 1.600 metros de altitude, perecem mais rapidamente.

Em regiões de grandes serras, como o Parque Nacional do Itatiaia, no Rio de Janeiro, ou no Monte Roraima, ao norte do país, sapos, rãs, pererecas e demais anfíbios sofrem mais com os distúrbios climáticos.

"Temos percebido as linhas das nuvens cada vez mais altas, ou seja, há menos umidade disponível para eles no topo das montanhas. E como eles não conseguem escapar mais para o alto, acabam se tornando reféns do clima", diz o biólogo brasileiro.

A perda de tantas espécies e a iminente extinção de possíveis outras são um novo alerta sobre a necessidade urgente de se conter as causas das mudanças climáticas e mitigar seus efeitos. Os anfíbios são importantes bioindicadores da saúde de seus ecossistemas e, consequentemente, do planeta.

"O mundo aquecendo vai perdendo muitas mais espécies do que seres humanos e eles nos servem como um alerta", 

afirma Machado.

"Os anfíbios estão desaparecendo mais rapidamente do que podemos estudá-los, mas a lista de razões para protegê-los é longa, incluindo seu papel na medicina, no controle de pragas, alertando-nos para as condições ambientais e tornando o planeta mais bonito", acrescenta Kelsey Neam, coordenadora de prioridades e métricas de espécies da Re:wild e uma das principais autoras do estudo.

*O conteúdo foi originalmente publicado pela Mongabay, escrito por Suzana Camargo 

Meio Ambiente : Pesquisadores estudam cerca de 30 espécies de plantas não convencionais no Acre
Enviado por alexandre em 07/11/2023 13:58:51


O Laboratório de Plantas Alimentícias Não Convencionais (LabPanc), da Universidade Federal do Acre (Ufac), conduz pesquisas sobre o potencial de vegetais com alto valor nutricional, mas que são pouco consumidos. Pelo menos 30 espécies comestíveis e 10 medicinais são estudadas pela comunidade acadêmica.

O projeto, liderado pelas professoras de Engenharia Agronômica na Ufac, Almecina Balbino e Marilene Santos, é composto por 25 estudantes de graduação, quatro de mestrado e dois de doutorado e busca promover debates sobre as plantas alimentícias não convencionais (PANC) com potencial de alimentação variada e sustentável, fortalecendo a segurança e a soberania alimentar na Região Amazônica.

Foto: Arquivo da pesquisa

"O grupo tem como foco a pesquisa, ensino e extensão, pautada na segurança alimentar e nutricional, que é o acesso regular e permanente a alimentos em quantidade e qualidade suficientes, garantindo o direito humano à alimentação adequada, tudo isso indicado através dos ensaios científicos com as Panc", 

explica a professora Almecina, coordenadora do projeto e doutora em fitotecnia.

As Panc são espécies vegetais com partes comestíveis, como folhas, flores e raízes. Ainda de acordo com ela, o Horto Panc, criado em 2017 pelas duas professoras, conta com cerca de 30 espécies de plantas alimentícias não convencionais que exercem uma grande influência na alimentação de populações tradicionais, e cerca de 10 espécies de plantas medicinais de uso popular, as quais também realizam pesquisa, sobretudo com relação aos óleos essenciais.

Na horta, também são cultivadas diferentes espécies para realizar experimentos e estudos dos alimentos de forma detalhada, a fim de compreender o cultivo, a fisiologia e os benefícios nutricionais delas.

Foto: Arquivo da pesquisa

Usos diversos 

Segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), muitas dessas plantas crescem naturalmente em qualquer lugar, como no quintal de casa ou em terrenos baldios. Por isso, elas nem sempre são consideradas uma escolha culinária.

Leia também: Conheça a versatilidade culinária da ora-pro-nóbis amazônica, PANC também usada de forma medicinal

Mas, segundo Balbino, por serem espécies de fácil cultivo, existem benefícios no plantio no que diz respeito ao viés econômico, já que são de fácil cultivo, sem necessidade de compra de adubos e fertilizantes ou benefícios ambientais e nutricionais e sem uso de insumos que possam causar a poluição no meio ambiente. Ela afirma também que há determinadas quantidades de nutrientes como vitaminas, proteínas e minerais, que ajudam na manutenção do corpo e mente.

"São plantas poderosas que contêm muitas memórias afetivas, porque são espécies que eram consumidas pelos nossos antepassados, e hoje com a globalização e o acesso com facilidade de espécies convencionais, elas acabaram caindo em desuso", afirmou.

A professora explica também sobre a diferença entre as plantas alimentícias não convencionais e as convencionais, que são evidenciadas por diversos fatores, principalmente para pessoas que não têm acesso a carne devido a condições sociais, bem como para veganos e vegetarianos.

Matheus Matos é membro do projeto e estudante de Doutorado do grupo Panc. Ele conta sobre a importância do avanço de estudos nesta área.

"Ao longo desses seis anos, cada dia é um novo aprendizado, conhecendo novas espécies, suas aplicações na alimentação humana e também medicinal, além de proporcionar a realização de estudos visando sempre a segurança alimentar e nutricional", explicou.

*Por Idhelena Vieira, estagiária sob supervisão do jornalista Renato Menezes

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