Porto Velho, Rondônia – Quem precisa acessar os serviços do Departamento Estadual de Trânsito do Estado de Rondônia (Detran) já sabe que terá pela frente um grande calvário. É que para emitir uma simples taxa, o usuário tem que ter muita paciência e apostar, muitas vezes na sorte de o sistema não estar fora do ar. Sem explicação, o sistema que assegura a emissão de taxas e documentos do Detran vive fora do ar. Para os servidores, que ficaram pelo menos quatro meses de greve, a falta de investimentos é a principal causa das constantes panes. Sem investimento, a rede lógica que arquiva dados e emite documentos e taxas não suportaria mais a crescente demanda, com o aumento da frota de veículos e também de motoristas. Como resultado dessa carência e falta de gestão, Mesmo sendo um órgão arrecadador, que coloca nos cofres com taxas, impostos e outros serviços cerca de R$ 12 milhões mensais, o Detran tem piorado a qualidade em seu atendimento a cada dia. Em algumas Ciretrans e em postos avançados, faltam material básico como toner para as impressoras, papel, água e até cafezinho. Na semana passada, o sistema deixou os usuários na mão por pelo menos cinco dias úteis, sem nenhuma previsão de retorno e o pior: o cidadão é quem arca com as consequências. “Se o motorista tiver seu carro apreendido, só poderá retirá-lo após pagara as taxas. Sem ter como emitir os documentos, ele fica a pé e pagando as diárias do carro parado no pátio do Detran”, informou o presidente do Sindicato dos Despachantes Documentalistas do Estado de Rondônia (Sinderon), Marcizo Nogueira. Segundo Nogueira, o Detran nunca enfrentou tempos tão difíceis como atualmente. “Não tem jeito. A coisa só piora e ninguém dá nenhuma satisfação. A situação já se agravou demais e o Detran hoje está em uma situação precária”, arrematou. Um Detran para chamar de seu Curioso é que para cuidar de um dos principais órgãos arrecadadores, o governador Confúcio Moura (PMDB) nomeou o seu vice, Airton Gurgacz. Mas, mostrando que vice realmente não serve para ser titular, o diretor geral conseguiu piorar durante a sua gestão o que já não era bom. Mesmo com um trabalho abaixo da média do aceitável, Airton se sentiu com o dever cumprido e saiu do cargo para disputar uma cadeira na Assembleia Legislativa. Ou seja, quer levar a sua eficiente habilidade como gestor para contribuir no Legislativo. Mas, ele não se conteve em sair e perder o comando do Detran. E para garantir que a coisa continuaria sobre o controle da família Gurgacz, independente da má qualidade dos serviços, o vice-governador indicou para substituí-lo a sua esposa, Solange Gurgacz. Como se observa, nada como ter um Detran para chamar de seu, mesmo sem conseguir garantir os serviços básicos e o seu funcionamento em níveis razoáveis. |