Metralhadora acionada

Jandira Feghali e Jair Bolsonaro bateram boca hoje de tarde no Plenário da Câmara. O assunto, nada mais ilustrativo: a guerra entre palestinos e israelenses.

O nível baixou.

Jandira fazia uma explanação sobre a diferença de potencial bélico entre as duas nações. Saindo em defesa do povo palestino, Jandira bradou que Israel pratica um genocídio contra crianças, mulheres, idosos e etc.

Bolsonaro não se conteve e, sem pedir a palavra, interrompeu ao microfone:

- Abaixo o terrorismo da Palestina.

Foi a senha para o nível do debate começar a rastejar. Jandira desancou:

- Quero dizer ao deputado Jair Bolsonaro, como representante dos torturadores que ele é, que o PCdoB tem voz e voto.

Bolsonaro respondeu, como quem xinga:

- Comunista matou 10 milhões no mundo! Comunista!

Jandira soltou outro petardo:

- Quando o líder do PCdoB estiver falando, que ele cale a boca, porque nós temos voz e voto.

Bolsonaro ainda gritou para a colega lavar a boca para falar seu nome.

Como no caso de palestinos e israelenses, a pancadaria cessou sem um aperto de mão e pode voltar com força total a qualquer momento.

Disputando uma vaga de deputado federal

O cantor Sergio Reis deve ter motivos nobres para entrar  na política, mas não pode negar que o salário de 26 000 de deputado federal será de altíssima serventia, caso se eleja.

Candidato a uma cadeira na Câmara pelo PRB de São Paulo, Reis declarou à Justiça Eleitoral o modesto patrimônio de 3 469 reais. Mensalmente há deputado gastando dez vezes isso em verba indenizatória.

Nível técnico baixo

Desde domingo, antes mesmo de a demissão de Felipão & Cia ser oficializada pela CBF, a comissão técnica já elegia um culpado pelo desempenho da seleção na Copa: o nível técnico dos jogadores.

Beleza, não é uma explicação falsa. Mas ela só passou a ganhar corpo após o jogo contra a Alemanha.

Na esteira da Copa

Se discute há décadas se a Copa afeta as eleições. Esse é um debate sem fim. Na próxima eleição certamente retornará com carga total. O que é incontroverso, porém, é que a Copa afeta a Bovespa.

Aos números: de acordo com um estudo inédito da Economatica, durante a Copa (12 de junho a 11 de julho) o volume médio diário da Bovespa foi de 4,82 bilhões de reais. Tal valor não era registrado desde julho de 2010 quando aconteceu a Copa da África do Sul (11 de junho a 11 de julho).

Paiva: até ele caiu, mas Silveira continua

A demissão de Rodrigo Paiva, depois de doze anos no comando da área de imprensa da CBF, reforça a condição  de sobrevivente de Alexandre da Silveira na entidade.

Assim como Paiva, Silveira é ligadíssimo a Ricardo Teixeira. Foi por mais de uma década secretário particular do ex-presidente. Andava com Teixeira para tudo quanto é canto, dia e noite, no Brasil e no exterior.

Apesar dessa proximidade, seguiu no mesmo cargo na CBF com José Maria Marin, notório por ter defenestrado vários auxiliares próximos a Teixeira. Paiva caiu, mas Silveira está lá, mais próximo do que nunca de Marin.

Discreto, sempre de terno, homem de poucas palavras, de fidelidade canina aos chefes e com as mãos sempre ocupadas (seja abrindo a porta dos carros para os patrões, seja carregando pastas e malas), Silveira também tem bom trânsito com Marco Polo Del Nero, o futuro presidente da CBF.

Embate com deputado

O deputado que fez Xuxa chorar voltou a integrar a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara. O deputado Pastor Eurico, do PSB de Pernambuco, havia perdido a cadeira no colegiado como punição pelo lamentável episódio com Xuxa (Leia mais aqui e aqui).

Na ocasião, o Pastor a acusou de ter cometido a “maior violência contra as crianças em um filme pornô”. Beto Albuquerque, líder do PSB, deu uma de punho firme e, ato-contínuo à péssima repercussão, destituiu o correligionário da comissão, já que a vaga pertence ao partido.

Mas ao que parece, Beto acredita que o colega já teve o castigo que merecia. No dia 2, quando o Congresso absolutamente vazio, Pastor Eurico foi reintegrado à comissão como titular do PSB.