Após dez anos lidando com casos de violência juvenil na Vara da Infância e Juventude do Rio de Janeiro, a juíza Vanessa Cavalieri se tornou uma das principais vozes em defesa da regulação das redes sociais como forma de proteger crianças e adolescentes no Brasil. Em entrevista ao ‘UOL’, ela afirmou ter percebido uma negligência invisível nas escolas e nas famílias, que abandonam os jovens à própria sorte no ambiente digital.
A juíza aponta o abandono digital como um dos fatores mais graves na formação de jovens infratores. Segundo ela, muitos adolescentes — especialmente meninos — crescem sem supervisão familiar e encontram acolhimento em grupos extremistas online, que os influenciam com conteúdos de ódio, misoginia, incentivo à automutilação, racismo e até neonazismo.
Um levantamento do NetLab/UFRJ aponta a existência de 137 canais misóginos no YouTube, com mais de 152 mil inscritos. Esses conteúdos, embora violem diretrizes internas das plataformas, seguem disponíveis e são frequentemente impulsionados por algoritmos que priorizam engajamento.
Vanessa Cavalieri ressalta que os adolescentes autores de infrações são, em geral, vítimas de negligência escolar, bullying e famílias disfuncionais. No sistema socioeducativo, as punições são substituídas por medidas restaurativas, como prestação de serviços à comunidade, monitoramento digital pelos pais, acompanhamento psicológico e participação em grupos reflexivos.
Renan Silva Nascimento, participante dos Legendários preso por tráfico. Reprodução
Renan Silva Nascimento, de 34 anos, foi detido na manhã desta terça-feira (6) durante uma operação da Polícia Civil de Mato Grosso do Sul. A ação, realizada pelo Setor de Investigações Gerais (SIG) da Delegacia de Dourados, desmantelou um esquema de tráfico interestadual de drogas. O acusado, proprietário de uma hamburgueria em Dourados, usava o local como ponto de armazenamento de pasta-base de cocaína trazida da fronteira com o Paraguai.
Recentemente, Renan havia participado do movimento cristão Legendários, que oferece um retiro espiritual ao ar livre para homens em busca de transformação pessoal, familiar e comunitária. O movimento visa ajudar os participantes a se reconectarem com seus propósitos e superarem desafios pessoais.
De acordo com a Polícia Civil, o local estava sendo monitorado há duas semanas, e durante a operação, os investigadores encontraram caixas que aparentavam conter alimentos para produção de hambúrgueres. No entanto, ao abrirem as caixas, descobriram tabletes de pasta-base de cocaína, totalizando 150 quilos da droga.
Renan foi preso junto com dois outros envolvidos no tráfico, Anderson Moreira da Rosa, de 37 anos, e Maurício Martins da Paixão, de 47 anos, que transportaram a carga vinda da fronteira. A droga estava misturada a produtos cárneos, como uma tentativa de disfarçar o conteúdo ilícito. A polícia estima que o prejuízo ao crime organizado ultrapasse os R$ 6 milhões.
Ainda de acordo com as autoridades, as investigações seguem para identificar outros possíveis envolvidos no esquema, incluindo aqueles que podem ter utilizado empresas para o transporte e armazenamento das drogas.
Na noite anterior à prisão, Renan publicou vídeos em suas redes sociais informando que sua hamburgueria, a Hump Steak Dourados, estava fechada para reforma e reabriria apenas no dia 7 de maio. Em sua biografia online, Renan se descreve como parte do movimento Legendários, com o apelido “Legendário 49075”, evidenciando sua participação recente no movimento que busca promover o autodesenvolvimento e a liderança masculina.
Legendários é um movimento cristão que começou no Brasil em 2017, focado em homens que buscam transformação pessoal, por meio de retiros espirituais em ambientes naturais. As atividades incluem trilhas, orações e reflexões, desafiando os participantes a superarem seus limites físicos e espirituais. O movimento já atraiu figuras públicas como Eliezer, Thiago Nigro, Neymar pai e Kaká Diniz.
A ‘rádio corredor’ está pegando fogo com notícias extra-oficiais sobre um possível desembarque do deputado estadualMarcelo Cruzdo grupo deMarcos Rocha. As informações revelam que o deputado teria perdido espaço considerável no governo, como uma forma de ‘recado’ para que ele não criasse dificuldades em relação a projetos do executivo que tramitam pela Assembleia.
A mesma ‘rádio corredor’ informa ainda que Cruz foi um dos maiores parceiros do governo Rocha, e o que estaria ocorrendo não passaria de uma manobra típica de ‘gente ingrata'. Tentamos contato com o deputado nesta terça-feira, mas ele estava fora de área. Quando conseguirmos confirmação (ou não) conto por aqui.
É que se for verdade, Rocha está dando um tiro no pé. Além de alimentar um desgaste desnecessário comMarcelo Cruz,também corre o risco de perder um aliado importante em 2026. A liderança de Cruz na capital é inquestionável, além de sua capilaridade no interior. Rocha vai precisar de cada um político com potencial de votos para sua eleição, e isso requer habilidade e principalmente, manter próximo quem sempre esteve a seu lado. Voltaremos ao assunto.
Desde queElias Rezendeassumiu o cargo efetivo de Chefe da Casa Civil, começaram a circular queixas de algumas autoridades reclamando que ele está com a mesma postura de seu antecessor,Júnior Gonçalves,de dificultar o acesso a sua pessoa. Muitos tem reclamado dos ‘filtros’ aplicados para audiências, o que estaria deixando algumas pessoas bem insatisfeitas com ele.
Que Rezende vem enfrentando um desafio hercúleo, o de construir uma base viável para eleger Marcos Rocha em 2026, em um cenário altamente poluído de candidatos dos mais variados pesos. Além do mais, ele também tem andado ocupado identificando (e limpando) os antigos assessores ligados à Gonçalves, para evitar dissabores ou rasteiras de última hora.v
Cardeais reunidos na Capela Sistina para a votação do futuro Papa, em 2013. Reprodução
O conclave que irá eleger o novo Papa terá início na quarta-feira (7) na Capela Sistina, localizada no Vaticano. O local passou a ser utilizado para a assembleia dos cardeais em 1942, quando foi eleito o Papa Alexandre VI (1431-1503). Contudo, a capela leva o nome de Sixto IV, Pontífice de 1471 a 1484, que ordenou a restauração da antiga Cappella Magna.
As obras de restauração começaram em 1473 e foram concluídas em 1481. Durante esse período, a capela foi adornada com afrescos nas paredes. A parede sul retrata cenas da vida de Moisés, enquanto a parede norte ilustra a vida de Cristo. A parede de entrada, além de retratar essas histórias, exibe retratos dos antigos Pontífices.
A decoração foi realizada entre 1481 e 1482 por renomados pintores florentinos, como Pietro Perugino, Sandro Botticelli, Domenico Ghirlandaio e Cosimo Rosselli. Posteriormente, o Papa Júlio II, Pontífice de 1503 a 1513, contratou Michelangelo para pintar os afrescos do teto da capela, entre 1508 e 1512.
Mais de 20 anos depois, em 1534, Michelangelo foi novamente chamado para pintar o “Juízo Final” na parede atrás do altar, cuja obra foi revelada em 1541.
Parede sul
A parede sul da Capela Sistina apresenta seis afrescos que ilustram cenas da vida de Moisés. As cenas são dispostas da direita para a esquerda.
Parede norte
Na parede norte, estão seis afrescos que retratam cenas da vida de Cristo. Esses afrescos seguem a disposição da esquerda para a direita.
Teto
O Papa Júlio II, sobrinho de Sixto IV, decidiu modificar a decoração da capela e contratou Michelangelo em 1508 para pintar o teto, a parte superior das paredes e as lunetas (pinturas em arco) que cercam o teto. O trabalho foi finalizado em outubro de 1512, e a capela foi oficialmente inaugurada no dia 1º de novembro, durante a Festa de Todos os Santos, com uma missa solene.
O teto da capela foi dividido em quatro seções: a História de Noé e a Criação, os Profetas e Sibilas, as Cenas do Velho Testamento e os Ancestrais de Cristo.
O Juízo Final
Em 1533, o Papa Clemente VII, Pontífice de 1523 a 1534, encarregou Michelangelo de pintar o afresco do “Juízo Final” na parede do altar. A grandiosa obra, que mede 13,7 metros de altura por 12 metros de largura, foi concluída entre 1536 e 1541 e apresenta mais de 300 figuras, com Cristo no centro.
Afresco do “Juízo Final”, de Michelangelo, na Capela Sistina, Vaticano. Foto: Reprodução
A pintura do “Juízo Final” resultou na perda de afrescos do século XV, incluindo o retábulo da Virgem Assunta entre os Apóstolos e os primeiros episódios das Histórias de Moisés e de Cristo, pintados por Perugino.