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Brasil : KUNYAZA O PRAZER
Enviado por alexandre em 16/08/2021 09:25:44

Técnica africana que estimula o prazer feminino

Uma prática milenar de estimular o prazer feminino é levada muito a sério pelas mulheres e homens pelos povos Rundi. Na história da técnica, uma rainha havia pedido para que um de seus servos saciasse seus desejos sexuais. Com medo da fúria do rei, o escravo se tremeu na hora do sexo, não penetrando e esfregando o pênis na vagina da monarca. Isso fez com que ela ejaculasse e, desde então, a prática se disseminou.

 

Se em algumas culturas as mulheres eram proibidas de sentir prazer, para esse povo fazer a mulher chegar ao ápice é obrigação e honra. Se um homem não consegue provocar a Kunyaza em uma mulher do oeste da África, isso pode até ser considerado insulto.

 

A tradução de "Kunyaza" é "água sagrada", e a psicóloga e sexóloga Mariana Silva Gomes conta que a técnica pode estimular o squirting. "A prática é uma forma de explorar o prazer sexual das que pode levar a ejaculação da vulva. Muitas pessoas com vulva tem a sensação de estarem fazendo xixi nesse momento do ápice do prazer, quando, na realidade, é ejaculação da vulva", conta.

 

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As especialistas relembram que nem toda mulher ejacula e que a ejaculação não está diretamente vinculada ao prazer e nem ao orgasmo feminino. "É um mito afirmar que os atos sexuais nos quais ocorre a ejaculação feminina são 'mais prazerosos' do que os que não contam com isso", explica a terapeuta holística Virgínia Gaia.

 

Ladies: Do you know what happens when you masturbate? | The Times of India

 

Para fazer a técnica na parceira, Gaia indica o estímulo dos grandes e pequenos lábios. "Seja com os dedos ou com a glande do pênis, sem pressa ou uma 'meta específica' como a penetração. Essa estimulação é feita com massagem, leves batidinhas, podendo incluir beijos e uso da língua", diz. Gomes reforça que não é para dar uma "passadinha" pela vulva, e sim, carícias feitas por um órgão sexual no outro.

 

Falta de Desejo Feminino: 5 Exercícios que Aumentam o Prazer


As preliminares são ideais para as mulheres se sentirem estimuladas e terem prazer sexualmente, então, sem pular etapas! Gomes dá um exemplo importante do por quê não descartar as preliminares: "Precisamos compreender que o orgasmo é, basicamente, uma descarga elétrica por todo o corpo", diz. Então, é preciso que se carregue de desejo sexual para alcançar o ápice do prazer.

 

É isto que mais influencia o prazer feminino

Fotos: Reprodução 

 

Elas ressaltam que para proporcionar a ejaculação, é importante que haja intensa estimulação no clitóris e exploração da vulva como um todo. “Kunyaza, é uma forma de estímulo, além da penetração que promove ejaculação da vulva, contudo também traz em sua filosofia a importância de compreendermos que o prazer sexual deve acontecer para todas as pessoas envolvidas”, afirma Gomes.

 


Gaia completa dizendo que todas as inovações e experimentações são válidas no campo da sexualidade. “Porém, é fundamental que isso não acarrete em mais uma pressão por uma performance sexual, visto que nem toda mulher chegará, inevitavelmente, à ejaculação com o Kunyaza”.

 

Fonte: iG  

Brasil : ROUBOU OU NÃO?
Enviado por alexandre em 14/08/2021 22:37:48

É verdade que o Brasil roubou o Estado do Acre da Bolívia?

Você já ouviu falar na história de que o Brasil teria roubado o estado do Acre?

 

A ideia teria surgido nos primeiros anos da República, quando começou a demarcação das fronteiras do país e a anexação do Acre se tornou um problema.

 

Na época, vários grupos étnicos viviam na região e pouco importava para eles quais eram os limites do Brasil, Bolívia e Peru. No entanto, para o governo brasileiro, a região era território dos bolivianos.

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Os geógrafos e burocratas que nunca puseram os pés na região foram os responsáveis por determinar coordenadas e linhas demarcatórias que deram margem para incompreensões sobre o que foi chamado de “Questão do Acre”.

 

Para o historiador Gerson Albuquerque, da Universidade Federal do Acre, os tratados que embasaram a demarcação das fronteiras entre Brasil e Bolívia, como o de Ayacucho de 1867, foram assinados às escuras e pautados por coordenadas fantasiosas.

 

Pelo preço de um cavalo

 

(Fonte: Quora/Reprodução)

 

Os transtornos começaram quando a indústria automobilística cresceu os olhos para o látex acreano para usá-lo como matéria-prima na fabricação de pneus. Os seringueiros do norte e nordeste passaram a invadir a região sem que os vizinhos bolivianos notassem ou reclamassem.

 

Levou 20 anos para que o Peru e a Bolívia também se interessassem pela borracha. Os bolivianos tentaram arrendar o território para um consórcio de empresas de capital inglês e americano, chegando a instalar uma base militar na região para cobrar impostos sobre a circulação de mercadorias.

 

(Fonte: VFCO/Reprodução)

 

Segundo o historiador, os barões da borracha se mobilizaram e, uma vez que a Bolívia era pequena e muito mais frágil militarmente que o Brasil, teve que ceder ao Tratado de Petrópolis de 1903 — que incorporou o Acre ao território brasileiro. Esse acordo teria sido estabelecido por “livre e espontânea pressão”, visto as condições da Bolívia na época.

 

Por isso em 2006, Evo Morales, o então presidente da Bolívia, disse que o país deu o Acre para o Brasil pelo preço de um cavalo, na época 2 milhões de libras.

 

Para compensar o acordo injusto, o Brasil cedeu terras do Mato Grosso e se comprometeu a construir a estrada de ferro Madeira-Mamoré para transportar produtos bolivianos até o Oceano Atlântico.

 

 

No entanto, pouco se sabe sobre todas as tramas realizadas pelo Brasil devido ao sigilo eterno que existe sobre os documentos.

 

Fonte: Mega Curioso

Brasil : BIODIVERSIDADE
Enviado por alexandre em 13/08/2021 23:51:13

Senado fará debates sobre biodiversidade e marco legal da Amazônia

Para Kátia Abreu (PP-TO), autora da solicitação do evento, a discussão “é necessária” e torna claro o compromisso do Brasil com a agenda da sustentabilidade

Sinara Peixoto, da CNN, em São Paulo
13 de agosto de 2021 às 18:10 | Atualizado 13 de agosto de 2021 às 19:09
Amazônia
Foto: Getty Images

O Senado aprovou nesta quinta-feira (12) um requerimento de debates sobre a preservação da Amazônia. O evento vai discutir o marco legal para a região, a importância da biodiversidade, além de questões relacionadas a fluxos de chuva na floresta e o comércio exterior.

Para a autora da solicitação, senadora Kátia Abreu (PP-TO) — também presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado —, a discussão “é necessária” e torna claro o compromisso do Brasil com a agenda da sustentabilidade, “necessário para arrefecer os ânimos das nossas contrapartes internacionais quanto à capacidade nacional de honrar seus compromissos políticos”. 

Ainda no requerimento sobre o debate, a senadora cita China e União Europeia, “dois dos principais parceiros internacionais do Brasil”, na busca por “padrões de sustentabilidade”. 

A data dos debates ainda será confirmada.

Desmatamento na Amazônia Legal

A Amazônia Legal acumulou a maior área desmatada da história, entre janeiro e o final de julho deste ano, de acordo com o monitoramento da plataforma Terra Brasilis. A ferramenta, desenvolvida pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), reúne alertas e monitora o desmatamento na região da Amazônia desde 2015.

No período, a Amazônia Legal sofreu desmatamento de 5.026,52 km². Em 2020, o registrado foi de 4.739,92 km² – apresentando, portanto, crescimento de 6% em um ano. Com os 5.026,52 km² desmatados apenas até julho deste ano, 2021 já superou o total registrado ao longo do ano completo de 2017 (3.551,3 km²).

Os dados revelam que a situação mais preocupante de desmatamento é no Pará. Em 2021, o maior desmatamento na região da Amazônia Legal foi registrado no estado: 1.886,59 km².

Amazônia
Floresta Amazônica
Foto: Getty Images

 

Já em relação às outras unidades federativas do país que compõem a região da Amazônia Legal, o Amazonas é o segundo estado com o maior desmatamento registrado em 2021: 1.237 km². Em seguida, está o Mato Grosso, com 841 km², seguido por Rondônia, que contabilizou 689 km².

 

Brasil : AMAZÔNIA/ANIMAL
Enviado por alexandre em 13/08/2021 23:44:06

Conheça alguns amimais que são a cara da Amazônia

Dado as dimensões desse bioma, é de se esperar que ele abrigue uma alta diversidade de animais, sendo que alguns são a cara da nossa floresta


A Amazônia é o maior bioma de Floresta Tropical do mundo e compreende uma área de mais de 5 mil km2. Dado as dimensões desse bioma, é de se esperar que ele abrigue uma alta diversidade de animais, sendo que alguns são a cara da nossa floresta!

Onça-pintada (espécie Panthera onca)

A onça-pintada, espécie Panthera onca, é o maior felino das Américas, podendo chegar até 2,41 metros de comprimento (da ponta do rabo até o focinho) e pesar até 158 Kg no caso dos machos adultos, que são maiores que as fêmeas. Esses animais são reconhecidos pela pelagem característica, amarelo-dourado, coberta com pintas pretas na cabeça, pescoço e patas. Na região dos ombros, costas e na parte lateral do corpo (flancos) tem manchas com formato de rosa, com um ou dois pontos pretos no meio. Em alguns indivíduos pode ocorrer o melanismo, que é uma mutação genética que provoca a produção excessiva, concentrada e considerável de melanina, composto químico que confere coloração escura a pele ou pelo desses animais. Como resultado, os indivíduos que apresentam o melanismo têm a pelagem pretas. Mas isso não significa que esses animais sejam de outra espécie! As onças de coloração preta, conhecidas como panteras, continuam sendo onças-pintadas (Panthera onca) e inclusive apresentam as tão famosas pintas, porém essas ficam difícil de serem visualizas no meio da floresta, mas é possível ver com um pouco de ajuda da luz do sol, por exemplo.

A onça-pintada, espécie Panthera onca, um dos animais mais emblemáticos da Floresta Amazônica. Foto: WWF/AFP.

Jacaretinga (espécie Caiman crocodilus)

O jacaretinga é uma de quatro espécies de jacarés que ocorrem na Amazônia. Essa espécie pode chegar até 2,5 metros, sendo que as fêmeas são menores do que os machos, e podem pesar até 60 kg. Com relação a coloração, apresentam cor amarelada e manchas pretas sobre o corpo e cauda nos indivíduos mais jovens. Quando adultos apresentam uma coloração mais uniforme que varia de amarelo a verde oliva. Aquela cor cinza que a gente vê nos animais que estão no igarapé urbano não passa de sujeira acumulada! Se alimentam, em condições naturais, principalmente de invertebrados terrestres quando jovens, passando a consumir peixes e moluscos à medida que vão se tornando adultos. Porém em ambientes modificados, como é o caso dos igarapés urbanos, os jacarés precisam se adaptar em meio a sujeira para poder sobreviver.

Jacaretinga (Caiman crocodilus) em vista lateral tomando sol sobre um tronco de árvore. Foto: Gail Hampshire.

Anaconda (espécie Eunectes murinus)

A anaconda, ou sucuri, como também é conhecida popularmente, é a maior espécie de cobra da Amazônia, podendo chegar a até 8 metros de comprimento, mas apenas em casos raros. A média de tamanho dos animais dessa espécie é de 3 a 4 metros de comprimento. As anacondas são cobra com hábito de vida relacionado aos ambientes aquáticos, como igarapés e lagos. São animais adaptados ao ambiente aquático, e apresentam partes do corpo modificadas para isso. As narinas e os olhos, por exemplo, são mais voltados para cima na cabeça do animal, isso permite que a anaconda possa ficar totalmente submersa, só com os olhos e narinas para fora da água para quando ela estiver buscando presas, por exemplo. As anacondas podem se alimentar de peixes, aves, mamíferos variados (como capivaras e cutias) e até mesmo outros répteis, como jacarés.

A serpente anaconda, espécie Eunectes murinus. Foto: Alexandre Almeida.

Gavião-real (espécie Harpia harpyja)

O gavião-real ocorre nas florestas úmidas de países da América Central e América do Sul, como é o caso do Brasil. Esse animal habita, primariamente, extensas áreas de floresta preservada, mas pode ocorrer em fragmentos florestais próximos de áreas urbanas.É a maior ave de rapina das Américas, podendo alcançar um pouco mais de 2 metros de envergadura de asa (o tamanho de uma ponta a outra da asa) e pesar até 9 quilos, no caso das fêmeas e 5 quilos os machos. Devido ao grande porte, é conhecida pelos indígenas como Uiraçu, um termo tupi que significa "ave grande". Para muitas tribos indígenas brasileiras, o gavião-real é a personificação dos caciques, símbolo de altivez e força, sendo representado em diferentes manifestos culturais populares. Dentre as aves de rapina, é tida como a mais forte. Isso porque o gavião-real, além de um bico imponente, é equipado com garras potentes capazes de carregar presas grandes de até ¾ de sua massa corporal.

O gavião-real é uma das aves mais emblemáticas da floresta amazônica. Foto: Guilherme Jofili.

Boto-cor-de-rosa (espécie Inia geoffrensis)

O golfinho do rio Amazonas é também conhecido como boto-vermelho, e ocorre na Amazônia, além do Brasil, nos países Colômbia, Equador, Peru, Venezuela e Bolívia. O boto-cor-de-rosa é o maior dos botos podendo chegar até 2,55 metros de comprimento e pesar até 207 kg. Os botos possuem um corpo que é bem robusto, mas extremamente flexível, o que aumenta a capacidade de manobra e permite que estes animais consigam se mover entre as árvores e a vegetação submersa para procurar alimento na floresta alagada, como no meio dos igapós. O boto-cor-de-rosa se mantém ativo tanto de dia como de noite e, durante o período de atividade, se alimenta basicamente de peixes. Sendo que um único animal pode comer até 11 espécies de peixes! Uma das maiores ameaças para esses animais é a caça criminosa, principalmente para servir de isca para a pesca do peixe piracatinga.

O boto-cor-de-rosa, espécie Inia geoffrensis, um dos animais que são a cara da Amazônia. Foto: Federico Mosquera / Fundação Omacha.

É isso pessoal! Espero que tenham gostado de conhecer um pouco mais sobre os incríveis animais que são desse bioma tão imponente. Abraços de sucuri pra vocês e até ao próximo animal da nossa exuberante Amazônia!


O conteúdo do texto é de inteira responsabilidade do(a) autor(a) e não reflete, necessariamente, a posição do Portal Amazônia.

Brasil : MUDANÇA/CHUVAS
Enviado por alexandre em 13/08/2021 23:40:25

Aquecimento da Terra impacta modo de vida dos povos tradicionais na Amazônia

Efeitos da crise climática são graves e já são sentidos em todos os lugares


Em um ano de cheias e vazantes históricas na Amazônia, o Painel Intergovernamental das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (IPCC, em inglês) divulgou esta semana um relatório alarmante, o mais completo e conclusivo publicado até agora, sobre a crise climática. No documento, o IPCC bate o martelo: nós já vivemos os efeitos da ação humana na Terra.

Segundo o relatório, que reúne sete anos de pesquisas, os efeitos da crise climática são graves e já são sentidos em todos os lugares. No coração da maior floresta tropical do mundo, povos indígenas, ribeirinhos e quilombolas são os mais afetados.

As ondas de calor, inundações e secas extremas são alguns dos sinais mais visíveis de que vivemos, de fato, uma emergência climática. Mas quem vive em contato direto com o território relata que as mudanças vão muito além.

Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

De acordo com Armindo Brazão, do povo Baniwa no Alto Rio Negro, as chuvas tem acontecido fora da época regular. "Agora está diferente. A chuva não acontece mais como antes. Tem chuva mais em períodos diferentes", relata. 

A mudança no período chuvoso afeta a presença de peixes nos rios da região. "Antes tinha muito peixe, agora não", lamenta. Ele conta que o desmatamento também tem forçado animais como o katitu e a queixada para mais perto das roças indígenas. "Esses animais têm ido nas roças e têm comido toda a roça. As vezes acontece diarréia", explica.

As plantas tem florescido e não dado muito fruto e também as plantas estão dando fora da época e em menor quantidade.

Armindo Brazão

Apesar das mudanças na estação chuvosa, Armindo relata não sentir uma temperatura mais amena. "Hoje tem visto que apesar de chover mais, tem feito mais calor", reafirma.

Segundo o meteorologista Willy Hagi, este é um fenômeno que os cientistas chamam de ilhas de calor. "As áreas desmatadas acabam sendo mais quentes que a área de vegetação nativa. Então, a temperatura nesses locais acaba crescendo muito além do que deveria ser", explica.

O especialista em climatologia é taxativo ao dizer que essas mudanças são mais um efeito da crise climática: "Isso não é projeção. Isso já é observado na nossa região", conclui.

Ciclos orientados pelo clima

No mesmo sentido, o ecólogo do Instituto Socioambiental (ISA) Adeilson Lopes da Silva reconhece que grande parte do bem estar das populações tradicionais depende diretamente de ciclos e processos ameaçados pelas mudanças climáticas.

"Em acordo com estes ciclos e processos, vivenciados desde tempos imemoriais, foram sendo construídas e refinadas diversas práxis que orientam as pescarias, as caçadas, o preparo do solo e plantio das roças, as colheitas, os deslocamentos via navegação ou caminhadas, bem como toda uma gama de outros rituais que permitem uma interação mais saudável e equilibrada dos indivíduos e dos grupos com o cosmos", explica.

Ainda de acordo com Adeilson, o clima funciona como um dos grandes ordenadores de tomadas de decisões nas comunidades da Amazônia. "Para além da garantia dos seus direitos territoriais, os povos indígenas e tradicionais também se vêem, dessa vez, diante da necessidade de empreender novas lutas que lhes garantam uma atmosfera saudável; essa extensão inevitável e fundamental de seus polígonos outrora demarcados sobre a terra firme", ressalta.

A caça e o caçador

Para o pesquisador André Moraes, do Núcleo de Estudos e Pesquisas das Cidades na Amazônia Brasileira (Nepecab) da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), esses efeitos da crise climática também atingem as "florestas urbanizadas".

Segundo ele, a relação que as cidades mantém com o seu entorno, principalmente em áreas sem ligação rodoviária, permite chamá-las de cidades ribeirinhas. "Como cidades ribeirinhas elas estão fortemente imbricadas com a natureza, transformam e se transformam no processo de incorporação dos elementos da modernidade", pontua.

Na avaliação do pesquisador, as cidades adquirem uma dupla percepção: são ao mesmo tempo vulneráveis e causadoras das transformações no clima.

"Por um lado são vulneráveis pois dependem do padrão de chuvas, humidade e fluxo hidrológico. Dependem, em muitos casos, de produtos florestais existentes que possivelmente sofrerão com alterações climáticas no médio prazo", conta. 

Por outro, na visão dele, demandam expansão das atividades agrícolas e querem se inserir na malha rodoviária que caracteriza o país. "Estas demandas são vetores importantes na transformação das formações vegetais que por sua vez impactam a circulação atmosférica", ressalta. Desta forma, André avalia que se cria um círculo vicioso. "A caça é o seu próprio caçador", destaca.

Os efeitos da estruturação urbana afetam, em cadeia, as regiões rurais e as comunidades tradicionais da região. O custo de vida nas cidades localizadas ao longo da calha, exemplifica o pesquisador, permite diversas reflexões acerca do papel das cidades na manutenção da vida na Amazônia Brasileira.

"Há uma flutuação desse custo. Percebe-se no preço da cesta básica regionalizada, por exemplo, que os períodos de enchente encarecem a alimentação e comprometem a segurança alimentar dos povos ribeirinhos. Por outro lado, a vazante é época de fartura e abundância, por isso, os preços caem", explica.

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