Brasil : SÓ FAIXADA
Enviado por alexandre em 18/05/2022 23:46:22

Parauapebas:cidade do churrasco para o Guiness tem pobreza extrema e depende da mineração

Portal Brasil de Fato

A Prefeitura de Parauapebas, no estado do Pará, conhecida com a “capital do minério”, ganhou manchetes nacionais na última semana após comemorar o aniversário da cidade com um mega-churrasco. Foram assados 1.200 “costelões” de boi, totalizando 20 toneladas de carne.

Nas redes sociais, o prefeito Darci Lermen (MDB) celebrou o que chamou de “o maior churrasco do mundo”, distribuído à população durante o evento. O objetivo anunciado era entrar no Guiness Book, o livro dos recordes, o que, no fim das contas, não aconteceu.

A realidade de boa parte dos 213 mil habitantes, no entanto, contrasta com a ostentação. Moradores reclamam da falta de infraestrutura e de investimentos públicos para garantir qualidade de vida à população. Quase um terço da cidade vive em situação de pobreza ou extrema pobreza, segundo o IBGE.

“Apesar de ser um município rico em termos de receita e Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma de todos os bens e serviços produzidos, por outro lado tem se observado que a população tem ficado mais pobre”, aponta a economista Larissa Alves Oliveira, pesquisadora e integrante do projeto De Olho na Compensação Financeira pela Exploração Mineral (CFEM).

Prefeito foi cassado 

Com 34 anos de emancipação, Parauapebas é forte na criação de gado, mas a cidade só surgiu por causa da mineração. Em 2020, foi o município brasileiro que mais recebeu royalties da exploração mineral, quase R$ 850 milhões, mais de 40% do total arrecadado. Praticamente metade desse recurso é gasto com a manutenção da máquina pública.

“O modelo de mineração vigente em nenhum momento tem melhorado a vida dos moradores. Pelo contrário, não só os tem mantido em condições pobres, mas também tem gerado diversos impactos sociais, culturais e socioambientais”, diz a economista.

Em março desde ano, Darci e o vice-prefeito João José Trindade foram cassados pela Justiça Eleitoral e declarados inelegíveis. Mas continuam exercendo o mandato enquanto aguardam julgamento na instância superior. A chapa é acusada de arrecadar dinheiro indevidamente através de caixa 2, alegação negada pelo prefeito.

Darci garantiu que o evento não usou dinheiro público e foi custeado pelo Sindicato dos Produtores Rurais. “Mesmo que a prefeitura não tenha bancado o churrasco, o ato em si é problemático. A extrema pobreza tem aumentado no município, e aparentemente a prefeitura pouco tem feito para dar melhores condições de vida à população”, opina a integrante do De Olho do CFEM.

A “minero-dependência”

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13 estados têm mais beneficiários do Auxílio Brasil que trabalhadores com carteira assinada

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G1

Quase metade das unidades da Federação do país tinha mais beneficiários do Auxílio Brasil do que trabalhadores com carteira assinada em março deste ano.

De acordo com levantamento feito com base nos números do programa social fornecidos pelo Ministério da Cidadania e do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Previdência, em 13 estados o número de famílias que vivem do dinheiro do Auxílio Brasil é maior que o das que vivem da renda do trabalho formal, com vínculo CLT.

Dentro desses 13 estados estão todos os nove do Nordeste e 4 dos 7 estados da região Norte (Acre, Amazonas, Amapá e Pará).

As maiores diferenças entre o número de beneficiários do auxílio e empregados com carteira assinada estavam nos estados do Maranhão (576.411 mais beneficiários do que CLT), Bahia (412.290), Pará (332.706), Piauí (241.874), Pernambuco (155.548), Paraíba (188.546), Alagoas (118.974) e Ceará (110.915).

Desemprego

O levantamento analisou ainda os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua do IBGE.

No primeiro trimestre, a taxa de desocupação ficou acima da taxa nacional – de 11,1% – em 13 estados e no Distrito Federal. Não surpreendentemente, estão entre eles 12 dos 13 locais que têm maior número de beneficiários do auxílio do que trabalhadores CLT.

Percentual de trabalhadores CLT

Os 13 estados estão ainda entre os com menor percentual de empregados com carteira assinada e todos estão abaixo da média nacional.

Precariedade do mercado leva à dependência, diz economista

Para Ecio Costa, economista pela Universidade Federal de Pernambuco e pós-doutor em economia pela University of Georgia (EUA), esses números mostram que quanto maior a precariedade do mercado de trabalho, maior a dependência do programa social.

“É reflexo da pobreza, do desemprego e da informalidade nas regiões Norte e Nordeste, indicando alta dependência do dinheiro público e necessidade de políticas de desenvolvimento econômico regional”, afirma.

Costa lembra que a pandemia levou o governo a criar o Auxílio Emergencial, que trouxe um impacto significativo na vida das famílias e na economia dessas regiões – estudo conduzido por ele mostrou que o peso do auxílio sobre o PIB de alguns municípios passou de 30%.

“O Auxílio Brasil substituiu o Bolsa Família e vai trazer o mesmo tipo de impacto sobre as famílias e municípios mais pobres no Brasil. Mas, como pode se compreender a partir desse levantamento, o problema é muito maior”, diz.

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