Brasil : DEPRESSÃO
Enviado por alexandre em 14/01/2022 23:20:00

Quais os sintomas e como lidar com isso?

Depressão: Se você se sente sem esperança, tem dificuldade em se concentrar e mal come uma mordida da sua comida preferida, pode sofrer de depressão. Esta doença atinge cada vez mais jovens, mas a boa notícia é que tem cura.

 

Você afunda no poço e não há nada para protegê-la contra a verdade. Então me pergunto quem sou e tenho uma resposta mais exata, embora menos favorável do que estar na superfície. “Virginia Woolf, uma das autoras mais importantes de todos os tempos – escreveu assim em seu diário sobre a depressão que a atingiu em diferentes momentos de sua vida. Se essa doença era tabu no tempo de Virgínia (que nasceu em 1882), hoje as coisas não melhoraram muito.

 

Quase 16,3 milhões de pessoas sofrem no Brasil desta doença que geralmente é enfrentada em silêncio. Especialistas percebem uma recuperação entre os jovens: 11,6% dos adolescentes sofrem de sintomas depressivos, percentual que sobe para 37,4% entre os universitários, segundo um estudo publicado em 2015 no European Journal of Investigation in Health, Psychology and Education.

 

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37% dos estudantes universitários sofrem de sintomas depressivos, de acordo com um estudo.

 

Depressão: um processo complexo


Antes de continuar, devemos deixar claro que estar deprimido não é o mesmo que estar para baixo, estamos falando de um processo muito mais complexo, pois além da tristeza engloba outros sintomas.

 

EM NÚMEROS: o Brasil é o segundo país das Américas com maior número de pessoas depressivas, equivalentes a 5,8% da população.

 

Não fique com vergonha


Duas em cada três pessoas com esse transtorno mental estão curadas. Mas para isso é preciso tomar medidas, ou seja, colocar-se nas mãos de um profissional. Se for consultado e detectado a tempo, podemos alcançar a recuperação. E acima de tudo é importante não ter vergonha de sofrer desta doença. Vivemos em uma sociedade onde parece que você tem que ser ‘feliz’ desde que você se levanta, em que todos contam em suas redes o quanto estão felizes.

 

 

No entanto, muitos jovens não se sentem assim, por mais que reflitam em seus feeds. Hoje muitos passam por uma tremenda falta de comunicação, porque tudo se tornou superficial. Há outra razão que explica tantos sintomas depressivos entre os millennials e a geração Z: a incapacidade de aceitar a frustração, de entender que nem sempre as coisas acontecem do nosso jeito. Por outro lado, o uso de drogas, a instabilidade no trabalho e a competitividade agravam o desconforto, além, obviamente, da predisposição genética.

 

Tudo isso cria um terreno fértil, até que o corpo comece a ‘falar’: nó no estômago, vômitos, tonturas, insônia …

 

Busque sua grandeza


Apesar desse cenário, mesmo algo tão severo quanto a depressão pode ser visto de forma positiva. O desconforto nem sempre tem que levar a algo sombrio e irreversível. Os humores sombrios podem dar origem a uma consciência melancólica da natureza transitória da vida que estimula nossa criatividade ou solidariedade, ou a uma variante patológica da depressão em que predomina o desânimo, a angústia e o desamparo.

 

‘Melancolia em tempos incertos’ (ed. Siruela): “Desde os tempos antigos, estabeleceu-se uma relação entre melancolia e criatividade, até mesmo genialidade, desde que possamos manter os sentimentos de luto sob controle com esperança, vitalidade, coragem e realismo”. Lars von Trier gravou o filme ‘Melancolia’ (2011) enquanto passava por uma grave depressão. Se ele não tivesse experimentado esse desconforto, talvez não tivesse conseguido criar sua obra…

 

Foco no aqui e agora


A escritora Espido Freire acredita que a solidariedade e a criatividade podem ser uma saída para aqueles momentos em que sentimos que chegamos ao fundo do poço. Elena, protagonista de seu último romance – ‘De la melancolía’ (ed. Planeta) – encontra um novo sentido em sua vida cuidando de um velho, enquanto a própria Espido afugentou a depressão que sofria com engenhosidade. “Devemos eliminar o tabu da depressão. Eu me recuperei há cerca de cinco anos. Embora não queira que ninguém passe por isso, durante essa fase da dor aprendi muito”, garante.

 

 

A autora foi ajudada a sair do fundo do poço por algo aparentemente tão prosaico quanto passar o tempo em sua conta do Instagram. “Minha depressão era amarga, sombria e dura. Não conseguia controlar a velocidade dos meus pensamentos. Parte da minha recuperação consistiu em procurar uma terapia ocupacional que me fizesse parar no aqui e agora, mas não consegui. Então descobri que minha conta no Instagram me obrigou a olhar em volta , a procurar coisas bonitas para compartilhar. Hoje continuo postando três fotos por dia, incluindo minhas naturezas mortas de livros. Tudo isso me ajudou a parar e olhar, por isso Sou muito grato a essa rede”.

 

2 em cada 3 pessoas tratadas para depressão são curadas, dizem especialistas

 

Qual a fórmula para curar a depressão?


Tem gente que sai da depressão procurando mil coisas para fazer. Certa vez, uma mulher me disse que a fórmula dela era tricotar, porque permitia que ela se concentrasse. Outras optam por praticar esportes ou escrever um livro. Quando estiver triste, conte para as pessoas ao seu redor. Não peça conselhos, apenas ouça você.”

 

A depressão não deve ser banalizada: é uma das principais causas de incapacidade em adultos e adolescentes em todo o mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

 

Se você se sentir mal, peça ajuda!


30% das pessoas afetadas pela depressão não são diagnosticadas, enquanto 50% não são tratadas corretamente. Se você acha que sofre desta doença, peça ajuda o mais rápido possível. Discuta isso com seu médico para que ele possa avaliar se deve encaminhá-lo a um psicólogo ou psiquiatra. Você também pode entrar em contato com a ABRATA. Não fique calado! Assim como quando você tem um carro quebrado você vai ao mecânico, se você não se sente confortável com sua vida e é difícil para você sair da cama, você deve se colocar nas mãos de um especialista.

 

Você sofre com os sintomas da depressão?


Ter um dia ruim ou estar para baixo não significa sofrer de depressão. A doença ocorre quando coincidem uma série de processos descritos abaixo.

 

Afetivos: A doença começa com esses tipos de sintomas: baixa auto-estima, desesperança, estado irritável… É quando você repete frases negativas para si mesmo como “minha vida é um fracasso”, “ninguém gosta de mim” o “não sirvo para nada”. Esses tipos de pensamentos devem gerar alarmes, tenha muito cuidado!

 

Cognitivo: O próximo estágio da doença é quando você começa a ter problemas de atenção e memória. Por exemplo, se você não se lembra do que sua mãe lhe disse há apenas algumas horas ou se sente incapaz de se concentrar no que seu chefe está pedindo. A dificuldade em tomar decisões, mesmo que sejam as mais simples, muitas vezes também aparece.

 

 

Somático: Você não consegue adormecer à noite, sente-se cansado o tempo todo, não sente vontade de fazer sexo com seu parceiro, é difícil para você comer uma colherada de comida, sofre de vômitos ou tonturas sem motivo aparente . .. Parece familiar? Esses tipos de sintomas, classificados como cognitivos, denotam que você atingiu o fundo do poço.Procure um especialista o mais rápido possível. 

 

Fonte: We Fashion Trends


Estudo: profissionais de saúde da América Latina enfrentam depressão na pandemia

Especialistas passaram a lidar de forma mais intensa com a perda de pacientes, o medo do contágio e a distância de familiares

De acordo com o relatório, entre 14,7% e 22% dos profissionais entrevistados em 2020 apresentaram sintomas que levaram à suspeita de um episódio depressivo
De acordo com o relatório, entre 14,7% e 22% dos profissionais entrevistados em 2020 apresentaram sintomas que levaram à suspeita de um episódio depressivo Breno Esaki/Agência Saúde DF

Lucas RochaGiulia Alecrimda CNN

em São Paulo

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A pandemia de Covid-19 levou ao aumento da carga de trabalho por profissionais de saúde de diferentes especialidades. Médicos, enfermeiros, fisioterapeutas e socorristas, entre outros trabalhadores, passaram a lidar de forma mais intensa com a perda de pacientes, o medo do contágio e a distância de familiares, especialmente nos primeiros meses da pandemia.

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Um estudo liderado pelas universidades do Chile e da Colômbia revelou que trabalhadores de saúde de 11 países latino-americanos apresentam altas taxas de sintomas depressivos e outros prejuízos para a saúde mental. A pesquisa contou com a colaboração da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas).

De acordo com o relatório, entre 14,7% e 22% dos profissionais entrevistados em 2020 apresentaram sintomas que levaram à suspeita de um episódio depressivo. Em alguns países, apenas cerca de um terço dos especialistas que afirmaram precisar de atendimento psicológico receberam o auxílio.

“A pandemia mostrou o desgaste dos trabalhadores de saúde e, nos países onde o sistema de saúde entrou em colapso, o profissional sofreu com jornadas extenuantes e dilemas éticos que tiveram impacto em sua saúde mental”, disse Anselm Hennis, diretor do Departamento de Doenças Não Transmissíveis e Saúde Mental da Opas em um comunicado.

Estudo ouviu mais de 14 mil profissionais

Os pesquisadores realizaram entrevistas com 14.502 trabalhadores de saúde de países como Brasil, Argentina, Chile, Colômbia, Bolívia, Guatemala, México, Peru, Porto Rico, Venezuela e Uruguai. A consulta contou com a participação de pesquisadores de dezenas de instituições.

Entre os principais fatores que afetaram a saúde mental dos profissionais está a necessidade de apoio emocional e financeiro, preocupação em transmitir a doença aos familiares, conflitos com parentes de pessoas infectadas e mudanças nas funções de trabalho.

Como medidas de proteção para a saúde mental, o estudo destaca a confiança na instituição de saúde e no governo para lidar com a pandemia, o apoio dos colegas, além de considerações espirituais e religiosas.

O relatório recomenda ações, no contexto de políticas públicas, direcionadas ao cuidado com a saúde mental dos profissionais de saúde, incluindo a garantia de condições de trabalho e remuneração adequadas, condições contratuais estáveis ​​e espaços de conversa e incentivo ao autocuidado.

(Com informações da Organização Pan-Americana da Saúde).


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