Francisco Xavier Gomes

Durante todo o período em que governou o estado, Ivo Cassol criou uma série de problemas com os servidores da educação, por conta de sua evidente truculência e natural despreparo para lidar com assuntos sobre os quais ele conhece pouco ou nada, como é o caso deste importante setor, mas está muito longe de se equiparar às lambanças do atual mandatário. Claro que isso não significa que o ex-governante seja melhor... Eles são muito ruins!!!

No trato com o sindicato que deveria ( isso mesmo: DEVERIA ) representar a classe, Cassol foi nota zero, pois somente conseguia ver a meia dúzia de sindicalistas que se revezam na Executiva do SINTERO há cerca de 20 anos; sem levar em conta os milhares de trabalhadores que labutam diuturnamente para tentar, “a troncos e barrancos”, como se diz no Guaporé, fazer a coisa andar, uma vez que a estrutura da maioria das escolas é precária e não há previsões seguras sobre quando essa realidade vai mudar. Há escolas onde os banheiros estão destruídos, os ventiladores não funcionam e os equipamentos são do século XX, para não falar do trato hostil por parte de muitos gestores com servidores.

Em uma coisa, porém, Cassol ganha disparado de Confúcio: com muita freqüência, os professores de todas as áreas reuniam-se na capital do estado, para cursos de atualização em suas áreas de atuação. E não há como dizer que tais cursos eram ruins, pois, na pior das hipóteses, havia um debate entre os profissionais sobre a situação de cada município, sendo que a troca de idéia sempre mostrou saldos muito positivos. Se não valesse por mais nada, a integração se fazia de modo muito sólido e os laços se concretizavam, de modo que quase todos os profissionais da educação de Rondônia se conhecem pessoalmente.

Também não se pode reclamar das instalações, do serviço e da localização do hotel onde os cursos eram realizados na capital, e muito menos da atenção que todos os servidores da SEDUC davam a nós. Ao citar os servidores da Secretaria de Educação, a intenção é fazer justiça, pois eles jamais tiveram a mesma truculência do ex-prefeito da Zona da Mata e, ao contrário disto, estavam sempre dispostos a solucionar os problemas eventuais, que, na verdade, eram raros...
A única coisa de que discordei nos encontros que participei foi quando, em certa ocasião, uma doutora, trazida a peso de ouro do Mato Grosso, afirmou, em sua palestra, que Porto-Velho, a capital do estado onde nasci, outrora pertenceu ao estado de onde ela veio para proferir a tal palestra. Claro que fiz a correção necessária, na ocasião, pois não podemos admitir erros dessa monta.

Outra coisa na qual o dono da cassolândia ganha disparado de Confúcio é que, apesar de tratar muito mal os servidores, sempre nomeou para serem secretários da SEDUC pessoas com formação em Pedagogia, área científica compatível com o ensino e a educação de crianças, jovens e adultos. Não vou questionar, aqui, a (in) competência das pessoas que passaram pelo cargo, visto que são fatos para serem hoje apenas lembrados, mas que ficaram para trás.

Por sua vez, Confúcio Moura, quando surgiu candidato ao governo, concentrou seu discurso de campanha na educação e saúde, setores que ele dizia que seriam tratados com prioridade, ganhando a confiança dos milhares de servidores da educação que, a essa altura, estavam indignados com Cassol e sua turma. A maior prova de tanta ojeriza foi o resultado das eleições, pois o candidato defendido por Cassol não teve o menor acesso aos trabalhadores da educação e levou uma sonora surra nas urnas, sem nenhuma chance de sair do anonimato de onde viera.

Passados quase dez meses da posse, Confúcio revelou-se um administrador medíocre e que trata a educação apenas no discurso, mas a prática não difere muito de tempos passados. Depois de defender no discurso a qualidade e a formação dos profissionais, nomeou para a SEDUC uma pessoa sem formação nenhuma, inepta, arrogante e nefelibata, apenas para a conveniência de seu partido.

Entre as lambanças do governante atual, podemos citar a não realização do JOER, que deixou frustrados milhares de estudantes do estado e falta de cursos de formação para os professores, além do fechamento de várias REN’s, inclusive algumas de vital importância para os trâmites administrativos de interesses dos servidores, sem nenhuma consulta aos profissionais da educação. Aliás, Confúcio gosta mesmo de consultar, quando o assunto é educação em Rondônia, um indivíduo que mora do outro lado do oceano Atlântico, de nome Mangabeira Unger, que já foi alvo de graves denúncias nacionais, quando ocupava um cargo no governo de Lula, fato que constitui prova cabal do descaso que tem o ex-prefeito de Ariquemes para com a educação. O blogueiro Confúcio somente cuida da educação nos textos de muito mal gosto que publica em seu blog, como aquele onde ele ofende, de maneira descabida, os servidores que deram anos de sua vida para fazer a educação e que, por uma questão de justiça, serão transpostos para os quadros da União.

Como se fosse a “salvação da lavoura”, atualmente ele prega a eleição de diretores de escola, coisa que não mudará em nada os índices questionados por muitos, e com certa razão, de nossas escolas, alunos e professores...
Diante de tudo isso, é realmente difícil afirmar, com precisão, quando teremos uma educação com a qualidade que o pujante estado de Rondônia e sua população merecem...Tenho dito!!!


Francisco Xavier Gomes
Professor da Rede Estadual
xaviergomesgm@gmail.com