Anvisa recomenda quarentena para Bolsonaro e comitiva
Ministro da Saúde Marcelo Queiroga testou positivo para a Covid-19
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) recomendou ao presidente Jair Bolsonaro e à sua comitiva, que estiveram em Nova Iorque, nos Estados Unidos, que façam quarentena por 14 dias, após chegarem ao Brasil. A orientação surge após o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, testar positivo para a Covid-19.
A recomendação foi enviada à Casa Civil na madrugada desta quarta-feira (22). O documento traz os procedimentos que a comitiva presidencial deve adotar ao chegar ao Brasil.
A agência reforçou que as medidas devem ser adotadas por todas as autoridades brasileiras que tiveram contato com Queiroga durante a viagem a Nova Iorque.
Veja as recomendações da Anvisa:
1 – Desembarque no Brasil de forma a expor o mínimo possível ambientes e pessoas;
2 – Isolamento de 14 dias após o último dia de contato com o caso confirmado de covid-19, conforme o Guia de Vigilância Epidemiológica para COVID-19, publicado pelo Ministério da Saúde;
3 – Cumprimento de isolamento na cidade de desembarque no Brasil, evitando novos deslocamentos até que tenham ultrapassado o período de transmissibilidade do vírus;
O discurso do presidente da República, Jair Bolsonaro, na abertura da 76ª Assembleia-Geral da ONU frustrou seus aliados. Eles esperavam uma fala moderada, mas o que se viu, destacam, foi Bolsonaro sendo o Bolsonaro de sempre. Defendendo o indefensável num palco mundial, citando dados errados para defender seu governo e pregando o tratamento precoce, com remédios cuja ineficácia já foi comprovada.
O blog do Valdo Cruz conversou com três aliados do presidente e um assessor de primeiro escalão. Todos eles tinham a informação de que o presidente brasileiro faria um discurso moderado, fazendo acenos aos líderes mundiais, na busca de melhorar a imagem do Brasil no exterior. E foram surpreendidos com um discurso em tom mais “radical”, ao estilo Bolsonaro de sempre, falando para seus apoiadores e usando dados falsos para defender sua administração.
Segundo um dos aliados, Bolsonaro usou o púlpito da ONU para tentar defender seu governo, reclamando que a mídia não mostra os avanços da sua administração, mas recheou sua fala com declarações que não batem com a realidade.
“O presidente falou para seus apoiadores, um discurso que deixa o cercadinho animado e mobilizado, mas que não é bem visto pelo resto da população brasileira e por boa parte do mundo”, disse reservadamente ao blog um aliado de Bolsonaro.
Na avaliação de outro aliado, o presidente insistiu na defesa do tratamento precoce num momento em que vem a público a informação de que o plano de saúde Prevent Senior fez um estudo, sem avisar pacientes e familiares, com hidroxicloroquina e azitromicina, levando a óbitos idosos. Segundo esse aliado, Bolsonaro não precisava se expor dessa maneira mundialmente, mas o fez para agradar seu público fiel.
O presidente não fez nenhum aceno na área ambiental, reclamam seus aliados, num momento em que o Brasil sofre a ameaça de retaliações de países e investidores por causa de uma política considerada ineficaz nesse setor. Pelo contrário, Bolsonaro falou numa redução de 32% do desmatamento em agosto, quando dados do Imazon indicam que foi o maior nos últimos dez anos.
Um auxiliar presidencial disse que Bolsonaro perdeu uma oportunidade para tentar melhorar a imagem do Brasil no exterior e acabou contribuindo para piorá-la ainda mais. O assessor destacou que, no discurso, o presidente disse que a credibilidade do país lá fora foi recuperada, quando ele acabou ajudando com seu discurso a piorar o que já está ruim.
Por fim, a avaliação entre aliados é que a passagem do presidente Bolsonaro por Nova York foi um vexame. Antes e durante seu discurso na ONU.
Antes, ao comer pizza na rua e fazer uma churrascaria improvisar um puxadinho para ele comer (já que Bolsonaro diz não estar vacinado e a lei na cidade impede que se coma em estabelecimentos fechados sem ter tomado as doses). Bolsonaro também riu na frente do primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, ao dizer que até hoje não tomou nenhuma vacina.