Política : TERCEIRA VIA
Enviado por alexandre em 13/09/2021 09:11:54

Presidente do Senado federal é apontado como a terceira via na disputa presidencial

Há muito se discute o surgimento da terceira via presidencial. O debate acentuou-se, sobretudo, depois das pesquisas que apontam Lula na dianteira, Bolsonaro em baixa, mas ainda um percentual grande de eleitores dos que não quer a volta do ex-presidiário nem tampouco a manutenção do atual mandatário no poder.

Numa entrevista, ontem, à Folha de São Paulo, o economista Edmar Bacha, um dos responsáveis pela formulação do Plano Real, disse estar envolvido 100% na busca de uma alternativa aos nomes de Bolsonaro e Lula. O primeiro, por representar um risco para a democracia. O segundo, à economia. Os discursos de Bolsonaro no 7 de setembro ampliaram o temor de que a recuperação econômica possa ser mais fraca do que se esperava.

Mais do que isso, que o País caia numa nova recessão. O recuo de Bolsonaro, em carta na quinta-feira passada na qual diz que não teve a intenção de agredir Poderes, trouxe alivio momentâneo ao mercado. Entre economistas, o ceticismo quanto às promessas do presidente é expressivo. A antecipação do cenário eleitoral de 22, embutida nos movimentos de Bolsonaro, limita o avanço na discussão de reformas profundas.

A expectativa de desaceleração de crescimento, já esperada devido à inflação, se agrava com a tensão política. Segundo a Folha de São Paulo, o Banco Central revisou suas projeções para o Produto Interno Bruto (PIB) do ano que vem para 1,93%. Para o economista José Roberto Mendonça de Barros, parece ser unânime entre analistas que o crescimento ficará abaixo de 2%, podendo até mesmo ser menor do que 1%.

Diante disso, há risco de recessão. Em entrevista, ontem, à mesma Folha de São Paulo, o senador Antônio Anastasia (PSD), ex-governador de Minas Gerais, representante do Congresso na Comissão de Transparência das Eleições, defendeu a candidatura do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM), seu correligionário das Alterosas, à sucessão do presidente Bolsonaro. “Pacheco seria um grande presidente”, bradou Anastasia.

Para ele, o presidente do Senado tem um perfil muito adequado para o momento que o País vive, sendo sereno, preparado, correto, muita energia e discernimento. “Claro que ele próprio ainda tem que decidir, ainda é tudo uma construção a ser feita, mas acho que, em nível nacional, ninguém quer esse extremo Lula x Bolsonaro. E vou trabalhar para evitar essa opção extremada. Acho que a terceira via é a solução mais adequada”, disse.

Efeito Temer – A conversa do ex-presidente Temer, o pacificador, com Bolsonaro parece ter sido bem assimilada. Na primeira fala em público, sábado passado, em Esteio (RS), o presidente mostrou que está desarmado para o diálogo. “Não é hora de dizer se esse ou aquele Poder saiu vitorioso”, pregou, acrescentando: “A vitória tem que ser do povo brasileiro”. Afirmou em seguida que os três Poderes precisam ser “respeitados” e que acima deles está o “destino da Nação “. E completou: “Vivemos ainda momentos um pouco conturbados, mas tenho certeza que as coisas já começaram e se ajustar. Não é hora de dizer se esse ou aquele Poder saiu vitorioso. A vitória tem que ser do povo brasileiro”.

Palanque tucano – Tucano histórico, o prefeito de Vertentes, Romero Leal, deu palanque para a pré-candidata do PSDB ao Palácio das Princesas, mostrar a sua cara no município durante a inauguração do novo hospital, sábado passado, na presença de uma penca de prefeitos, deputados, vereadores e lideranças do Agreste. Também presente ao ato, o prefeito de Jaboatão, Anderson Ferreira (PL), igualmente usou da palavra, mas quem de fato roubou a cena, foi paparicada e atraiu o público para selfies foi a tucana, que tomou gosto com a ideia de entrar na disputa pelo Governo do Estado nas eleições do próximo ano.

Fechado com Raquel – “Raquel é minha candidata e vou trabalhar pela unidade das oposições”, disse Romero Leal minutos antes da tucana falar na entrega do hospital. Construído com recursos próprios, a unidade hospitalar funcionará com atendimento regionalizado, atendendo Vertentes e municípios do Agreste e Mata Norte. São 50 leitos de internação, um bloco com três salas cirúrgicas, capacidade máxima de execução de 75 procedimentos por semana (300/mês) e um centro ambulatorial especializado multidisciplinar com capacidade mais de dois mil atendimentos por mês.

Provocação – Em visita à feira agropecuária de Esteio (RS), o presidente Jair Bolsonaro apontou para um salame e disse que seria “do governador” do Estado, Eduardo Leite (PSDB), que assumiu ser gay num programa de TV. Os expositores da feira apresentaram peças de salame ao chefe do Executivo e à ministra da Agricultura, Tereza Cristina, que mostrou ao presidente um dos pedaços que recebeu, quando Bolsonaro apontou e disse: “Esse salame é do governador aqui do Rio Grande do Sul”. Em seguida, Bolsonaro abaixou e encostou a cabeça em Tereza Cristina. Na sexta-feira passada, o presidente do PTB, Roberto Jefferson, foi condenado a pagar indenização de R$ 300 mil por ofensas homofóbicas em ação movida pelo governador gaúcho.

Uns cascudos – Indicado pelo deputado federal André de Paula na cota do PSD de Olinda, o secretário-executivo de Controle Urbano, Rodrigo Cardoso, só faz gol contra a administração, agindo muitas vezes com posturas não republicanas. A última trapalhada – se o prefeito não sabe que cuide de agir – está se negando a assinar o habite-se de uma moderna e bem equipada escola de tiro ao alvo no município, projeto gerador de emprego e renda. Merece uns cascudos, Professor Lupércio!

CURTAS

Indefinição – Ex-prefeito de Santa Cruz do Capibaribe, o empresário Edson Vieira (PSDB) aguarda apenas o desfecho da votação das regras eleitorais de 22 pelo Senado, especialmente no tocante a volta das coligações partidárias, para decidir se entra na disputa por uma vaga na Assembleia Legislativa, no lugar da esposa Alessandra, ou se faz um voo mais alto – a Câmara dos Deputados.

Belo Jardim – Na festa dos 93 anos de emancipação política, sábado passado, o prefeito de Belo Jardim, Gilvandro Estrela (DEM), cumpriu uma extensa agenda, começando às oito da manhã, com o hasteamento da bandeira, até às 17 horas. Entregou um posto satélite no povoado de Gravatá, calçamento na Vila Nova, uma Unidade Básica de Saúde na Cohab III e assinou, por fim, as ordens de serviço de uma escola, uma quadra e uma praça no bairro Viana & Moura, nas proximidades da BR-232.

Perguntar não ofende: Temer se credenciou para ser o vice de Bolsonaro?


Pacheco vai à celebração dos 40 anos do Memorial JK

O presidente do Senado Rodrigo Pacheco participou, hoje, da celebração dos 40 anos de fundação do Memorial JK e do 119° aniversário de nascimento de Juscelino Kubitschek, falecido em 1976 num acidente automobilístico. O senador foi recebido pelos familiares do ex-presidente da República e em seu discurso apontou o conterrâneo de Minas Gerais como uma “verdadeira inspiração”.

"Uma pessoa com alma pública rara, que soube como poucos liderar esta nação em favor do bem comum, da estabilidade política e do desenvolvimento econômico", disse Pacheco ao se referir a Juscelino. O presidente do Senado também destacou a trajetória política de JK como deputado federal, prefeito de Belo Horizonte e governador de Minas Gerais, antes de “mudar definitivamente o rumo da história do país”, que era essencialmente agrário e voltado para o mar, passando a nação industrializada e integrada, com a abertura de quase 18 mil quilômetros de rodovias.

Para Pacheco, o maior legado do ex-presidente foi o “ânimo conciliador”, a disposição para o diálogo e para a composição de forças e perspectivas: "Juscelino Kubitschek colocou o Brasil acima de qualquer sentimento pessoal e pôde, assim, liderar um projeto de otimismo e confiança no coração dos brasileiros, um verdadeiro projeto de país."    

O bisneto de JK, André Octávio Kubitschek, que é vice-presidente do Memorial, classificou o governo do ex-presidente como “um dos momentos mais férteis da história política do Brasil”. "Foi o primeiro presidente eleito a traçar um plano de metas. Um programa que visava engrandecer o Brasil em cinco frentes: energia, educação, transporte, alimentação e indústria de base; além da mudança da capital [federal]. Homem de diálogo, soube conversar com todas as instâncias da República, honrando as regras democráticas e respeitando as letras da Constituição", ressaltou.

O evento ainda contou com a presença do governador do Distrito Federal, que também destacou o caráter democrático e conciliador de JK. "É um dia de muita alegria, rememorar tudo aquilo que JK significou para o Brasil, rememorar esta cidade, que foi construída pela força de vontade do nosso presidente Juscelino Kubitschek", afirmou Ibaneis Rocha (MDB).

O senador Irajá (PSD-TO), que é 1º secretário da Mesa do Senado, salientou o espirito desbravador de JK: "Enquanto alguns sonhavam que a capital federal pudesse induzir o desenvolvimento econômico na região Centro-Oeste, JK o fez, com atitudes, com convicções, através da sua articulação e do seu prestígio."

Durante a solenidade, os parentes do ex-presidente e as autoridades presentes depositaram uma coroa de flores na câmara mortuária, em homenagem a JK.

Livros

Para marcar a data, também foram lançadas duas obras literárias como parte do evento. A primeira é voltada ao público infantil, e tem como título “De Nonô a JK”. O livro infantil é fruto de parceria entre o Memorial JK e a Secretaria de Cultura do Distrito Federal, comandada pelo jornalista Bartolomeu Rodrigues. A obra é composta ainda por um livro de colorir e uma pasta, e faz alusão ao apelido de infância de JK.

O outro livro é o terceiro volume da coletânea “Memórias do Brasil — Discursos de Juscelino Kubitschek”, uma compilação dos pronunciamentos feitos por ele em 1958. A publicação é do Conselho Editorial do Senado Federal (Cedit), presidido pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP).

*As informações são da Agência Senado

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