O melzinho que promete fazer maravilhas pode oferecer riscos
Conheça a substância ilegal virou febre no Brasil mesmo sem aprovação da Anvisa
O lançamento do Viagra representou uma "febre" no mercado da farmacologia, que mudou a vida sexual de milhares de homens pelo mundo por vinte anos. E, agora, uma nova substância parece fazer a cabeça das pessoas e está em alta, mesmo que sem comprovações científica: é o chamado "Melzinho do Amor".
O produto já é considerado uma febre entre os jovens e definido por muitos como um potente estimulante sexual, além de ser anunciado como 100% natural e prometendo “milagres” após o consumo.
No entanto, esse produto, que está sendo vendido de forma clandestina, não é regulamentado e nem aprovado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). O órgão explica que, inclusive, não há um conhecimento real da composição do tal "Melzinho do Amor".
De acordo com reportagem do portal UOL, as autoridades de saúde suspeitam que os sachês tragam doses não confiáveis de sildenafila, substância vasodilatadora encontrada no Viagra e genéricos —medicamentos devidamente autorizados pela Anvisa. Como são diversos tipos de produtos, de diferentes "marcas", fica ainda mais difícil entender a procedência do que há na composição.
"Melzinho do Amor" de diferentes marcas sendo vendidos na 25 de março em São Paulo | DIVULGAÇÃO
De acordo com Marcelo Miranda, endocrinologista do Vera Cruz Hospital (SP), entrevistado pelo UOL, não há evidência de que o "Melzinho do Amor" ajude na estimulação da libido. A sildenafila é uma das possíveis substâncias encontradas, mas que não tem a função de aumentar o desejo sexual.
"Nos homens, ela promove um efeito apenas na ereção. Nas mulheres, o único efeito é causar a dilatação dos vasos sanguíneos do organismo como um todo. Por isso que pode dar essa sensação de calor. Com isso, a pessoa fica sugestionada a pensar que aquilo tem relação com a libido, mas não há efeito comprovado na função sexual feminina", explicou o especialista.
Para o médico, uma das preocupações é em relação à dose presente nos produtos, além de outros componentes desconhecidos. "Preocupa a possibilidade de ter mais substâncias ainda não identificadas, principalmente as estimuladoras, que sobrecarregam o coração ou que comprometam o comportamento cerebral."
Inclusive, o produto possui esse nome porque tem mel na composição, além de outras substâncias como própolis, canela e "gingsen da Malásia", raiz de uma planta. O especialista explica que é muito comum que remédios sem registros contenham substâncias naturais para disfarçar a real composição. "É mais um mecanismo de trazer um sabor agradável e disfarçar a real composição", explica.
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