Bolsonaro interrompe coletiva com jornalistas e reza Pai Nosso
Presidente puxou oração ao ser questionado sobre suposto "arrependimento" em relação a Barroso
O presidente Jair Bolsonaro pegou de surpresa jornalistas e apoiadores, nesta segunda-feira (12), ao pedir para o grupo rezar o Pai Nosso durante uma entrevista. A oração inesperada foi a forma que o presidente encontrou para não perder a paciência com a imprensa que perguntava sobre ter se “arrependido” das declarações contra o ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, com quem trava um embate pela adoção do voto impresso auditável.
– Parem de falar de arrependimento, que coisa feia. Vai acabar a entrevista. Vai acabar. Depois vocês me chamam de grosso. Vamos rezar um Pai Nosso? Vamos lá, me ajudem… – puxou o presidente.
Os repórteres obedeceram ao pedido e rezaram junto com o presidente. Bolsonaro finaliza a entrevista reforçando a defesa do voto impresso auditável. Ele cita ainda que o método seria útil até mesmo para a oposição, em caso de derrota.
– Imagine que o Lula perca as eleições: o pessoal dele não vai gostar, afinal de contas ele teria 60% de intenções, segundo o Datafolha. E o nosso lado diz que a pesquisa de rua, dado como as pessoas me recebem em qualquer lugar que eu vou, temos aceitação enorme. É coisa rara alguém me xingar, me ofender, me chamar de um palavrão ou qualquer coisa – argumentou Bolsonaro.
A Polícia Federal abriu um inquérito para investigar se o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) prevaricou no caso da compra da vacina Covaxin pelo governo federal, segundo apurou o Poder360. A investigação foi pedida pela Procuradoria-Geral da República e autorizada pelo Supremo Tribunal Federal.
A solicitação para investigar Bolsonaro foi feita pela PGR. A manifestação foi assinada pelo vice-procurador-geral Humberto Jacques de Medeiros. A ministra Rosa Weber, do STF, autorizou e deu o prazo de 90 dias para a investigação.
A investigação teve início com uma notícia-crime enviada ao Supremo no dia 28 de junho pelos senadores Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Fabiano Contarato (Rede-ES) e Jorge Kajuru (Podemos-GO). Eles dizem que Bolsonaro prevaricou ao não requisitar à PF a abertura de uma investigação para apurar o suposto caso de superfaturamento na compra da vacina indiana Covaxin.
Suspeitas sobre a aquisição do imunizante teriam sido levadas ao conhecimento do presidente em 20 de março pelo deputado Luis Miranda (DEM-DF) e pelo seu irmão, o servidor do Ministério da Saúde Luis Ricardo Miranda.
Segundo o depoimento dos irmãos na CPI da Covid no Senado, o presidente teria citado o líder do Governo na Câmara, deputado Ricardo Barros (PP-PR) como possível responsável pelas irregularidades.