Governo acusa deputado de mentir sobre Covaxin e aciona a PF O ministro Onyx Lorenzoni, da Secretaria-Geral da Presidência, declarou nesta quarta-feira (23) que o presidente Jair Bolsonaro quer que a Polícia Federal abra um processo para investigar as declarações do deputado federal Luís Miranda (DEM-DF) sobre a suposta corrupção no contrato para a compra da vacina indiana Covaxin. No mesmo processo será incluída a investigação das condutas de seu irmão, Luis Ricardo Miranda, chefe de importação do Departamento de Logística em Saúde do Ministério da Saúde.
– O presidente da República, Jair Bolsonaro, determinou que a Polícia Federal abra uma investigação sobre as declarações do deputado Luís Miranda, sobre as atividades do seu irmão, servidor do Ministério da Saúde, e sobre todas essas circunstâncias expostas no dia de hoje – informou Onyx. Leia também1 Queiroga sobre Covaxin: 'Não foi comprada sequer uma dose' 2 CPI convoca ex-coordenador na Saúde por compra da Covaxin 3 Empresário diz que não poderá depor à CPI devido à quarentena 4 MPF pede investigação criminal sobre compra da Covaxin 5 CPI aprova quebra de sigilo fiscal e telefônico de Carlos Wizard Ainda segundo o ministro, será aberto um processo interdisciplinar na Controladoria-Geral da União para investigar as atividade de Luis Ricardo, que tem acesso direto aos contratos firmados pelo Ministério da Saúde. Exaltado, Onyx ameaçou o deputado, afirmando que “Deus tá vendo” ele “mentir deslavadamente”. Onyx também disse que parlamentar “vai ter que pagar, vai ter que se ver conosco”. O chefe da Secretaria-Geral também mostrou diversos documentos e chegou a levantar a suspeita de que os irmão tenham falsificado algum deles. Recentemente, o Tribunal de Contas da União apontou que a vacina Covaxin foi o imunizante mais caro já negociado pelo Brasil, custando R$ 80,70. O valor chega a ser quatro vezes mais caro que a da Astrazeneca, produzida pela Fiocruz. A denúncia de Miranda também municiou a Comissão Parlamentar de Inquérito da Covid-19, do Senado Federal, que agora se debruça sobre a possibilidade de que o governo federal tenha agilizado a compra do imunizante para obter supostos benefícios indevidos. DENÚNCIA AO MP Em depoimento ao Ministério Público, o chefe de importação do Departamento de Logística em Saúde do Ministério da Saúde, Luis Ricardo Miranda, afirmou ter sido pressionado para favorecer a Precisa Medicamentos. Já o deputado Luís Miranda afirmou, nesta quarta-feira (23), que ele e seu irmão já haviam alertado o presidente Jair Bolsonaro, através de um assessor, sobre as suspeitas de corrupção na contratação da Covaxin. Os irmãos irão depor na CPI da Covid-19 nesta sexta-feira (25). |