Brasil : PROTEÇÃO
Enviado por alexandre em 29/05/2021 02:06:37

Onça e outros animais saiba como se comportam com seus filhotes



Todo filho merece uma mãe atenciosa e dedicada, principalmente, quando a sua casa é uma gigantesca floresta e, dessa forma, oferece riscos inimagináveis. O Portal Amazônia conversou com especialistas que traçaram os perfis de alguns mamães da Amazônia; confira:
 

A mãe fiel


 

Elas são consideradas as mamães mais fiéis da Amazônia. Se você falou na Arara-vermelha, acertou. O período de reprodução da espécie acontece entre novembro e março, neste período ninguém se mete com ela, pois, ficam agressivas. As mamães araras têm entre dois a quatro filhotes por gestação, o tempo de incubação é de 28 dias.



A base de alimentação dos filhotes são os frutos da Amazônia. E pensa que a mãe cuida dos rebentos sozinha? Nada disso, o papai também entra no jogo, e juntos, eles se encarregam dos filhos até que eles estejam aptos a sobreviverem sozinhos.

 

 

Foto: Divulgação

 



A mãe lenta


 

A mamãe com o maior tempo de gestação da lista, as fêmeas do peixes-bois esperam seus filhotes por 12 meses, ao contrário da maioria dos animais, elas se reproduzem de forma lenta e tardia, apenas depois dos 10 anos de idade. O peixe-boi tem um filhote por vez e o cuidado parental leva até dois anos. A comunicação entre mãe e filho acontece por meio de vocalização, ela gosta de tê-lo sempre ao seu lado devido aos perigos que se escondem nas águas turvas dos rios da Amazônia.


 

O contato entre mãe e cria é constante, uma vez que a principal fonte dos ‘pequenos’ é o leite materno. Segundo os pesquisadores, os filhotes possuem uma vocalização parecida com a da mãe, quase como se tivessem o mesmo tom de voz, isso facilita na hora do bebê se alimentar.

 

 

Foto: Diego Oliveira/Portal Amazônia

 

 


 

 

A mãe desnaturada

 

 

A mamãe com a maior prole da lista, a Sucuri tem uma gestação que durante entre sete e oito meses. A reprodução é poliândrica, ou seja, vários machos disputam uma fêmea em agregações reprodutivas. Não ocorrem combates entre os futuros papais, mas eles podem tentar deslocar uns aos outros. As sucuris são vivíparas, os filhotes saem de dentro dela, não colocam ovos, e as mamães podem gerar até 50 filhotes.

 

 

 

A sucuri é considerada uma mãe desnaturada. Ela prefere dar a luz próximo aos rios, e após o parto,  não cuida dos filhotes, não existe cuidado parental. Os bebês, que possuem entre 60 e 90 centímetros, precisam se virar por conta própria, geralmente os pequenos caçam anfíbios, peixes e alguns animais de pequeno porte. 


 

 

Foto: Divulgação

 

 

 

 

A mãe que põe ordem na casa

 

 

 

 

Quem disse que uma mamãe sauim de coleira não pode ser forte? A fêmea reprodutiva e dominante pode dar à luz um ou dois filhotes, até duas vezes por ano. No entanto, há registros de nascimentos com três filhotes em cativeiro. Elétrica e saltitante, a sauim de coleira  fica mais lenta quando está preste a ter os bebês.



Como fêmea alfa, ela põe ordem na casa e todos do bando são responsáveis pela criação dos pequenos. No início, os filhotes se alimentam de leite, mas em poucas sejam já comem frutos e animais invertebrados. Quando crescem, eles podem permanecer no grupo, até que eventualmente, se dispersam para outros lugares.

 

 




Foto: Divulgação

 

 

 

 


A mamãe solitária



Conhecido como um animal de hábito solitário, o bicho-preguiça comum só se encontram com outro para acasalar. A gestação leva de seis a oito meses, e os filhotes nascem entre os meses de agosto e setembro. O bebê fica agarrado com a mamãe e toma leite durante um mês.



O filhote permanece ao lado da mãe até os cinco meses, tempo necessário para aprender a se locomover e conseguir alimentos por conta própria. Uma vez separados, mãe e filhote, seguem cada um para uma direção.

 

 

Foto: Divulgação

 

 

 


A mamãe de olhar penetrante



A onça-pintada é um símbolo da região amazônica. Ela faz qualquer pessoa tremer nas bases com aquele olhar ameaçador. A onça fêmea alcança a maturidade sexual aos dois anos. Durante o ano, ela costuma gerar de um a quatro filhotes, e o bebê pesa em média 1kg.



Os filhotes ficam próximos a mãe de um ano a um ano e meio, já o pai, como a maioria dos demais nesta lista, não apresenta nenhum cuidado parental. Eles são alimentados com leite, e um tempo depois,  Assim como as preguiças, as onças são consideradas animais solitários, elas se encontram apenas para a reprodução.

 

 

Foto: Divulgação

 


Mamãe cuidadora


 

A mucura, assim como alguns animais desta lista, tem um comportamento solitário, ela deixa o abrigo para caçar e procurar alimentos apenas no período da noite. O tempo de gestação dela é curto, cerca de duas semanas apenas. Depois de nascidos, ainda em estágio fetal, os filhotes completam seu desenvolvimento durante o período de lactação que é muito mais longo. Em média, a mucura tem entre dois a 20 filhotes, mas em média são seis.

 

 

Segundo especialistas, a mucura é uma mãe preocupada e cuidadora, quando os filhotes estão nascidos, o calor corporal da mãe que os mantém aquecido. Ela constantemente lambe os pequenos para deixa-los limpos. Quando as pequenas mucuras estão em desenvolvimento, mas ainda lactantes, eles são transportados agarrados às costas da mãe.

 

 

Foto: Divulgação

 

 

 

 

Como a genética pode ajudar na qualidade dos produtos à base de açaí

A comercialização dos frutos do açaí faz parte do cotidiano de comunidades tradicionais no estado do Pará. Em 2020, cerca de 92% da produção teve como origem as florestas ribeirinhas no entorno de Belém e outros municípios do estuário amazônico. Esta palmeira, por meio dos seus frutos e do palmito, representa o sustento alimentar e a renda de diversas pessoas na região norte do Brasil, com alcance, inclusive, no mercado internacional.

Um problema que ainda persiste é a mistura dos frutos do açaí, da espécie tipo, com os frutos de outras etnovariedades, ou seja, denominações locais de açaí por apresentarem algumas características morfológicas do fruto – cor, tamanho, consistência, rendimento e sabor da polpa – semelhantes a espécie tipo, enquanto outras são completamente diferentes em sua morfologia floral, como coloração, tamanho e quantidade de flores. 

Foto: Fábio Martins/Embrapa

De fato, existem 118 espécies do gênero Euterpe no mundo todo e, no Brasil, ocorrem inúmeras espécies distribuídas de norte a sul. A E.oleracea, conhecida como açaizeiro, uaçaí, açaí do Pará, açaí da mata e ocorre espontaneamente nos estados do Pará, Amapá, Tocantins e Maranhão principalmente em florestas alagadas.

Então, como reconhecer a identidade dos frutos de açaí comercializados? Para responder essa pergunta, o Museu Goeldi trabalha em parceria com a Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) desde 2016. A pesquisa "Identificação genética de amostras de açaí comercializadas no mercado brasileiro utilizando a técnica de DNA barcoding" mostrou quem é quem dos açaís comercializados, inclusive entre as outras espécies como E. precatoria e E.edulis, parentes geneticamente próximos de E.oleracea.

Analisamos 50 amostras comerciais com o código de barras do DNA, método eficiente para detectar adulterantes à base de plantas. Os resultados da pesquisa mostraram que 88,6% dos produtos derivados do suco de açaí foram originários de E.oleracea, enquanto 11,4% produtos continham misturas de espécies e foram considerados adulterados, trazendo preocupações quanto à correta identificação de espécies em alimentos e em relação à ocorrência de propaganda enganosa em produtos rotulados de açaí.

Com esse trabalho, conseguimos caracterizar com rapidez, eficiência e biossegurança a procedência do material genético da espécie Euterpe oleracea Mart – o que abre portas para que outras matérias-primas possam ser autenticadas. Isso é importante para o contexto da Amazônia, já que produtos como os frutos do açaí, do cacau, da castanha do Pará, látex, resina, entre outros sustentam a cadeia produtiva florestal. 

A partir do cuidado com a valoração e qualidade desses subprodutos, novos paradigmas podem ser estabelecidos nos mercados nacional e internacional. Assim, com bioempreendedorismo, as populações tradicionais envolvidas com essas culturas podem continuar a preservar e conservar a floresta amazônica.

 

 

 

 

 

 

 

Murumuru

Foto: P. S. Sena/Wikimedia Commons

O murumuru é uma planta encontrada em toda a região amazônica. O murumuruzeiro cresce em terrenos baixos e úmidos em touceiras com estipe de 10 a 15 m de altura, medindo de 17 a 27 cm de diâmetro, apresentando-se como monocaule com bainhas persistentes formando placas recobertas de longos espinhos pretos de até 12 cm de comprimento.

O fruto é drupa de formato piramidal, 5 cm de altura, epicarpo e polpa amarela, oleaginosa, doce, com cheiro e sabor de melão maduro, comestível. Os frutos nos cachos são voltados para cima. A dispersão se dá pela água dos rios, fauna aquática e terrestre como paca, jabuti, quatipuru, macaco, queixada etc.

O óleo de murumuru é obtido industrialmente pela prensagem das sementes ou das amêndoas em equipamentos conhecidos por cage press (ou expeler). A gordura do murumuru é branca, com muito pouco cheiro e nenhum gosto especial. Tem um ponto de fusão superior ao do óleo de palmiste (extraído do caroço do dendezeiro) e do óleo de côco, além da grande vantagem: a baixa acidez.

A amêndoa do murumuru é bastante oleosa e comestível, sendo utilizada após processamento como matéria-prima na industrialização de margarinas. As fibras localizadas no pecíolo e ráquis apresentam características favoráveis à indústria de papel. O palmito é comestível.

 

 

 

 

 

 

 

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