Folha de S.Paulo
Na presidência da Câmara dos Deputados há menos de três meses, o líder do centrão, Arthur Lira (PP-AL), já recebeu 50 novos pedidos de impeachment contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) — ou uma peça a cada um dia e meio, aproximadamente.
Houve um expressivo ganho de ritmo em comparação com a gestão do ex-presidente Rodrigo Maia (DEM-RJ), que tinha uma média de uma ação nova a cada 11 dias —foram 66 ao todo.
O crescimento neste ano ocorreu em meio ao desgaste acentuado de Bolsonaro diante do auge da pandemia da Covid-19 — além da maior crise militar desde 1977, com a troca da cúpula das Forças Armadas.
Apesar da aceleração dos pedidos na gestão Lira, o resultado concreto deve ser o mesmo do registrado durante a administração de Maia: a análise eterna.
Escritos e protocolados por pessoas das mais diversas regiões, os pedidos de impeachment contra Bolsonaro envolvem argumentos diversos: de ações e omissões de Bolsonaro no combate à Covid até a celebração da data do golpe militar de 1964.
No final de março, em meio a divergências de gestão da pandemia, Lira chegou a subir o tom contra o governo e afirmar que, se não houvesse correção de rumo, a crise poderia resultar em “remédios políticos amargos” a serem usados pelo Congresso, alguns deles “fatais”. Continue lendo →
Em entrevista ao jornal O Globo, a deputada federal Gleisi Hoffmann, presidente nacional do PT, avalia a possibilidade de formar uma aliança com partidos de fora da esquerda nas eleições presidenciais de 2022. Segundo a dirigente, é preciso haver acordo em torno de um programa comum.
Ciro Gomes atacou novamente o PT na semana passada e chamou o ex-presidente Lula de ególatra. Como à senhora vê a posição dele?
Em primeiro lugar, a gente não tem tempo para responder o Ciro. Tem tanta coisa para fazer pelo povo brasileiro. Segundo, me parece que o Ciro, para ter mídia, tem que falar mal do PT e do presidente Lula.
A senhora enxerga a aliança na chapa presidencial em 2022 restrita aos partidos de esquerda ou há possibilidade de ampliar para o centro?
Como não abrimos ainda essa discussão sobre a estratégia eleitoral, fico com dificuldade de falar sobre isso. Seria importante que a gente pudesse agregar o campo progressista popular numa candidatura. Se não for possível, a gente respeita. É uma eleição de dois turnos.
A senhora chamou o programa do MDB no governo Temer de pinguela para o passado. O MDB pode estar numa chapa com o PT em 2022?
Não temos conversa com o MDB a esse respeito. É um partido que se posiciona mais ao centro, à centro-direita. Tenho visto ensaios deles em termos de nomes e de apoiamento. E tem também as realidades regionais. No Paraná, temos grande proximidade com o (senador Roberto) Requião. No Pará, com o governador Hélder (Barbalho).
E nacionalmente? Continue lendo →