Política : LAMURIAS
Enviado por alexandre em 10/02/2021 09:59:41

O choro pela falta do Auxílio Emergencial

Desde que Fernando Henrique Cardoso criou um esboço de plano social, como o auxílio-gás, na verdade penduricalho que Lula ampliou e carimbou como Bolsa-Família, um contingente de mais de 20 milhões de brasileiros virou reféns de planos de sobrevivência, uma janela para escapar da morte matada pela fome, de Vida e Morte Severina.

Caetano Veloso tem uma música que diz que gente é para brilhar, não para morrer de fome. A pandemia, não esperada pelo Governo, levou o presidente Bolsonaro a socorrer 14 milhões de sacrificados, uns expulsos do mercado de trabalho pela paralisação da economia, outros, este a grande maioria, formam um verdadeiro exército, contingente dos sem emprego, sem teto, sem absolutamente nada, de bolsos vazios.

Sem previsão para minorar seus efeitos, a depender do aceleramento do programa de vacinação, a pandemia continua matando, isolando e gerando uma legião de famintos. Falando com jornalistas, ontem, em Brasília, Bolsonaro sinalizou que será retomado o programa de ajuda emergencial, mas sem precisar datas, nem valor.

A crise social é gravíssima. Bolsonaro precisa cuidar urgentemente dos mais necessitados, dos que não têm saída. A fome é má conselheira, fui criado ouvindo isso da boca de Dom Francisco, bispo da Diocese do Sertão do Pajeú, que o Governo temia por ser da tribo vermelha. Mário Quintana, o poeta do amor e das chagas sociais, falando sobre fome, disse que cego é aquele que não vê seu próximo morrer de frio, de fome, de miséria.

O presidente não é daqueles surdos, que não têm tempo de ouvir um clamor nacional pelo chapéu estendido do auxílio. Ninguém pode viver só de esperança, se não morrerá de fome. “Num País de miseráveis, como o Brasil, aqui se passa fome, aqui se odeia, aqui se é feliz, no meio de invenções miraculosas”, escreveu em um dos seus livros a poetisa Adélia Prado, romancista, ícone do Modernismo.

Não sei se o presidente já passou fome, mas a fome dá um brilho de choro nos olhos, é um lobo feroz que devora homens, mulheres e crianças. O sistema nunca temeu o pobre que tem fome. A fome ronda também jovens e adultos abandonados. Se o Brasil fosse diferente e cada um tomasse o que lhe fosse necessário, não havia pobreza nem ninguém morreria de fome.

Ducha fria – Sobre o programa emergencial, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse que “há pouco ou nenhum” espaço fiscal para retomar. Afirmou que seriam necessárias “contrapartidas” para viabilizar a volta do benefício como forma de sinalizar ao mercado o compromisso do Governo em conter suas despesas. Campos Neto fez as declarações durante uma videoconferência organizada pelo Observatory Group, na qual apresentou as perspectivas e a agenda do BC para a economia brasileira. Segundo o presidente do BC, Governo e Congresso concordam em manter a disciplina fiscal, no caso de ampliação dos gastos.

Reação do congresso – O comando do Congresso, à frente o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), sinalizou para criar uma via expressa que leve a retomada do auxílio emergencial. Os gastos com o benefício devem ficar de fora do limite do teto de gastos, a regra que proíbe que as despesas cresçam em ritmo superior à inflação. Além disso, ao contrário do que defende o ministro da Economia, Paulo Guedes, a nova rodada do auxílio não deve prever contrapartidas, como a aprovação de medidas de controle de gastos.

Pacheco mais duro – Enquanto o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), acenou com a possibilidade de o Congresso abrir uma "excepcionalização temporária" do Orçamento para garantir o pagamento de novas parcelas do auxílio, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), foi além. Disse que não é possível condicionar a concessão do benefício a medidas de ajuste fiscal, com o argumento de que a emergência e a urgência da situação não podem esperar.

Socorro aos estados – O presidente Jair Bolsonaro determinou ao ministro da Casa Civil, Braga Netto, que articule ações complementares de apoio aos Estados e ao Distrito Federal que precisarem de ajuda no combate à covid-19. A decisão vem depois de quase um ano de pandemia marcado por ataques de Bolsonaro aos governos locais por causa das políticas de isolamento social e depois de seu governo ser cobrado judicialmente pela omissão ou lentidão no caso do colapso do sistema de saúde de Manaus.

Lula vence uma – Por 4 votos a 1, os ministros da 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal mantiveram, ontem, a decisão de Ricardo Lewandowski que garantiu ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva acesso a supostos diálogos vazados de membros da Lava Jato com o ex-juiz Sergio Moro. As conversas foram apreendidas na operação Spoofing. Em seu voto, Lewandowski defendeu sua decisão. Citou uma possível “parceria” entre acusação e órgão julgador. “Como se viu, a pequena amostra do material coligido até agora, já se figura apta a evidenciar, ao menos em tese, uma parceria indevida entre o órgão julgador e a acusação”, afirmou.


Perguntar não ofende: Bolsonaro faz a reforma ministerial ainda antes do carnaval atípico, sem feriado?

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