Em sua primeira live de 2021, o presidente Jair Bolsonaro voltou a defender o voto impresso no Brasil. Ao lado do ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, o presidente Jair Bolsonaro abordou a questão da eleição nos Estados Unidos (EUA) e disse, nesta quinta-feira (7), que o problema lá foi desconfiança em relação aos votos. Ele então fez um paralelo com a situação no Brasil e disse que não podemos “permitir que em 2022 tenhamos aqui uma eleição” em que o voto não possa ser auditado.
Bolsonaro abordou o assunto lembrando que a impressão do voto no país foi aprovada em 2015 e deveria passar a valer em 2018.
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– Voto impresso. Não inventei isso agora. Desde 2015 que trabalhamos nessa questão. E olhe só, em 18 novembro de 2015 foi levado em votação um veto ao voto impresso. E o Congresso derrubou o veto (…) E voltou a valer o voto impresso, que seria colocado em prática em 2018 – explicou.
O presidente, no entanto, lembrou que uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) impediu a medida de ser adotada.
– Isso acabou não acontecendo porque o nosso Supremo Tribunal Federal (STF) resolveu dizer que era inconstitucional. É uma interferência? É uma interferência. E por que é inconstitucional? Agora, qual país do mundo adota o voto eletrônico a exemplo do nosso. Tem a Venezuela – destacou.
Ele então falou sobre as eleições americanas.
– E os problemas que aconteceram nos Estados Unidos? Qual a origem? O problema é a desconfiança. E lá podia ser feito em grande parte uma auditoria. E mesmo assim não foi feito. Alguns podem dizer que é problema deles (…), mas a gente não pode permitir que em 2022 tenhamos aqui uma eleição [em que o voto] não possa ser auditado – ressaltou.
Por fim, Bolsonaro explicou como funcionaria o voto impresso no Brasil e questionou o motivo de não ser adotado no país.
– Qual o problema nisso? Estão com medo? Já acertaram a fraude para 2022? Eu só posso entender isso aí. Eu não vou esperar chegar 2022, nem sei se vou ser candidato, para começar a reclamar – argumentou.
https://pleno.news/brasil/politica-nacional/estao-com-medo-diz-bolsonaro-ao-defender-o-voto-impresso.html
Maia, Bolsonaro e delírios
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), usou sua conta no Twitter, ontem, para atacar o presidente Jair Bolsonaro por uma declaração dada mais cedo pelo chefe do Executivo. Bolsonaro disse a apoiadores que se as eleições de 2022 não tiverem voto impresso o Brasil passará por situação semelhante à dos Estados Unidos.
O presidente dos EUA, Donald Trump, insiste em dizer que a eleição que perdeu para o democrata Joe Biden em novembro de 2020 foi fraudada –versão propagada por Bolsonaro. O americano nunca apresentou provas, e já perdeu diversos processos judiciais sobre o assunto.
Na última quarta-feira, manifestantes trumpistas invadiram o Congresso do país e impediram temporariamente a realização da cerimônia que certificaria a vitória de Biden. O tumulto deixou ao menos quatro mortos em Washington D.C., capital americana.
Bolsonaro insiste que as urnas eletrônicas, usadas no Brasil desde a década de 1990, são suscetíveis a fraudes. O presidente afirma, inclusive, que a eleição que o levou ao Palácio do Planalto foi fraudada. Caso contrário teria ganho no 1º turno. Em março ele chegou a dizer que mostraria provas para suas afirmações, mas nunca o fez.
“Bolsonaro consegue superar os delírios e os devaneios de Trump”, escreveu Rodrigo Maia. “A frase do presidente Bolsonaro é um ataque direto e gravíssimo ao TSE [Tribunal Superior Eleitoral] e seus juízes”, declarou o presidente da Câmara. Maia também afirmou que “os partidos políticos deveriam acionar a Justiça para que o presidente se explique”.
Canalha – O presidente Jair Bolsonaro disse, ontem, que o editor-chefe e apresentador do Jornal Nacional (TV Globo), William Bonner, é “sem-vergonha” e “o maior canalha que existe”. A declaração foi feita a apoiadores, em frente ao Palácio da Alvorada, quando o presidente falava sobre a aquisição de seringas para imunizar a população contra a covid-19. Na 4ª feira-feira, o Jornal Nacional apresentou uma reportagem sobre a suspensão da compra dos insumos pelo Governo Federal. A TV mostrou o diretor do Instituto Questão de Ciência, Paulo Almeida, dizendo que a situação mostra que o governo falhou no planejamento.
O desabafo – “Atenção, imprensa sem vergonha. William Bonner sem vergonha. Vai ter seringa para todo mundo. William Bonner, por que seu salário foi reduzido? Porque acabou a teta do governo. Vocês têm que criticar mesmo, quase R$ 3 bilhões por ano para a imprensa e, em grande parte, para vocês”, disse Bolsonaro. Procurados, a TV Globo e William Bonner não comentaram até o fechamento da coluna. Durante a edição do JN, Bonner leu, na íntegra, uma fala do presidente Bolsonaro e reproduziu os trejeitos do político. Foram mais de 100 mil menções no Twitter ao nome do apresentador na noite de quarta-feira.
Vice bolsonarista – O deputado Arthur Lira (PP-AL), candidato a presidente da Câmara, disse, ontem, que o deputado Marcelo Ramos (PL-AM) poderá ser o primeiro-vice-presidente da Casa. “Marcelo será meu vice-presidente na chapa da mesa diretora, se tivermos a primeira escolha”, declarou Lira em Manaus. Ele está em viagem pelo Norte em busca de votos de deputados locais e do apoio de governadores. A escolha do primeiro-vice-presidente da Câmara não é como em uma eleição nacional, em que ao votar no presidente se está votando também no vice.