Regionais : Baixo entusiasmo e medo da pandemia podem aumentar abstenção na eleição, dizem especialistas
Enviado por alexandre em 22/10/2020 14:22:07


Uma baixa no entusiasmo com as eleições, causada pela falta de campanhas de rua mais fervorosas, e o medo de ir votar em razão da pandemia de Covid-19 podem aumentar a abstenção no próximo pleito municipal, de acordo com cientistas políticos ouvidos pela reportagem.

Lorena Barberia, professora da USP, afirma que, em outros países onde houve eleições durante a pandemia, pessoas que são consideradas de grupos de risco, como os que têm mais de 60 anos, compareceram menos às urnas.

Existe também a preocupação de que eleitores que se sentem mais afetados pela pandemia se sintam ameaçados com uma possível mobilização de grupos que não respeitam protocolos para evitar contágio, como o uso de máscara e distanciamento social.

“Imagine um município pequeno, em que parte da população não acredita em usar máscaras, em distanciamento social, faz aglomeração, e eu, que estou no grupo de risco, gostaria de ir votar. Será que eu vou sair, arriscar a minha vida em frente a esse grupo que está mobilizado e me ameaçando?”, questiona a professora Lorena. Continue lendo



Um profissional verifica a qualidade das instalações de embalagem da fabricante chinesa de vacinas Sinovac Biotech.

El País

A corrida pela vacina contra o coronavírus entrou de vez no centro da disputa ideológica encampada pelo presidente do Brasil. Jair Bolsonaro, um negacionista que abraçou a cloroquina no tratamento da covid-19 mesmo quando as pesquisas já apontavam a ineficácia do medicamento, agora evoca a ciência para justificar o cancelamento de um acordo de intenção de compra da vacina experimental do laboratório chinês Sinovac anunciado por seu ministro da Saúde, o general Eduardo Pazuello. O pano de fundo da decisão presidencial vai de teorias conspiratórias contra a China ―a base bolsonarista e até um dos filhos do presidente já chegou a chamar o coronavírus de “vírus chinês” ― à disputa política com o governador de São Paulo João Doria, que acordou a transferência tecnológica com a Sinovac e a tem usado como trunfo político. Doria tem intenções de disputar as eleições presidenciais de 2022.

Agora, o governador paulista e seu homólogos de outros Estados ameaçam acionar a Justiça pelo direito de usar o imunizante chinês. O caos político expõe mais uma vez a descoordenação nacional e a falta de liderança no combate da pandemia no país enquanto Bolsonaro, de quebra, alimenta as teorias conspiratórias dos antivacina. Especialistas veem efeitos concretos e negativos da disputa numa corrida ainda cheia de incertezas científicas e lamentam que o Brasil desperdice a experiência do SUS em vacinação, uma competência reconhecida mundialmente e que ajudou o país a se tornar um dos principais palcos de desenvolvimento da vacina. Continue lendo

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