Política : DATAFOLHA
Enviado por alexandre em 26/09/2020 01:00:00

Bolsonaro tem a melhor avaliação desde o início do mandato

O presidente Jair Bolsonaro tem a melhor avaliação desde que começou o mandato, com um crescimento da aprovação e uma queda na rejeição, mostra pesquisa Datafolha divulgada na noite desta quinta-feira. O índice dos que consideram seu governo ótimo ou bom subiu de 32%, no levantamento de junho, para 37%, número de agosto. Já os que avaliam a gestão como ruim ou péssima caíram de 44% para 34% no mesmo período. O presidente faz um administração regular para 27% (eram 23% em junho).

Em toda a série no governo Bolsonaro, a melhor marca que o presidente havia atingido foi de 33% de ótimo ou bom, registrada duas vezes, em abril e maio de 2020. Por causa da pandemia, o Datafolha fez as entrevistas por telefone, ouvindo 2.065 pessoas nos dias 11 e 12 de agosto. As informações foram publicadas no site do jornal “Folha de S.Paulo”.

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A melhora na avaliação de Bolsonaro coincide com a moderação do discurso do presidente nos últimos meses. Desde a prisão de Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro na Alerj, o presidente abandonou a confrontação pública com outras instituições. O mesmo período marca a consolidação do auxílio emergencial de R$ 600 recebidos por trabalhadores informais durante o período da pandemia.

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No corte por regiões, seu melhor desempenho relativo foi no Nordeste, justamente a região que concentra mais pessoas que recebem o auxílio. Lá, a rejeição ao presidente caiu de 52% para 35%. A avaliação positiva subiu de 27% para 33%, mas ainda é a mais baixa entre as regiões do país.

No Sudeste, sua aprovação cresceu de 29% para 36%, enquanto a avaliação negativa foi de 47% para 39%.

O Datafolha também mediu a confiança no presidente. Disseram nunca confiar em Bolsonaro 41% dos entrevistados, enquanto 22% sempre confiam e 35% disseram confiar “às vezes”.

Pesquisa Datafolha de agosto:

Avaliação do governo

Ótimo ou bom — 37% (32% em junho)

Regular — 27% (23% em junho)

Ruim ou péssimo — 34% (44% em junho)

Confiança em Bolsonaro

Sempre confiam — 22% (20% em junho)

Confiam às vezes — 35% (32% em junho)

Nunca confiam — 41% (46% em junho)

Detalhes da avaliação do governo

Avaliaram como ótimo ou bom, entre os entrevistados:

42% entre homens

45% entre pessoas de 35 a 44 anos

42% entre moradores do Sul

42% entre moradores do Centro-Oeste/Norte

36% entre moradores do Sudeste

33% entre moradores do Nordeste

42% entre aqueles que pediram e/ou receberam o auxílio emergencial

36% entre aqueles que não pediram o auxílio emergencial

58% dos empresários

Avaliaram como ruim ou péssimo, entre os entrevistados:

39% entre as mulheres

39% entre moradores do Sudeste

35% entre moradores do Nordeste

47% entre quem tem ensino superior

47% entre quem ganha mais de dez salários mínimos

47% entre pretos

56% entre estudantes

Detalhes da confiança em Bolsonaro

Responderam que “sempre confiam” no presidente:

25% entre brancos

26% entre quem tem de 35 a 44 anos

26% entre moradores do Centro-Oeste/Norte

30% entre quem ganha mais de dez salários mínimos

33% entre empresários

Responderam que “nunca confiam” no presidente:

43% entre quem ganha mais de dez salários mínimos

44% entre funcionários públicos

45% entre quem tem ensino superior

50% entre pretos

55% entre estudantes


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VEJA

O cabelo repicado e na altura do ombro foi substituído por um long bob mais curto, ornado com um franjão lateral e pontas desfiadas. As luzes deram um ar mais jovial, mais moderno. Aos 38 anos, Michelle Bolsonaro também se submeteu a uma harmonização facial e contratou um assessor para melhorar sua performance durante as cerimônias de trabalho — muito tímida, ela ainda patina nos quesitos postura e oratória. Em eventos oficiais, as roupas mais justas começaram a ceder lugar a blazers bem cortados, assinados pelo estilista Ricardo Almeida, saias lápis acompanhadas de blusas de seda e vestidos longos e esvoaçantes. Para os comuns, cada peça dessas pode custar até 3.500 reais. Para a primeira-dama, nenhum centavo. O costureiro, que já foi responsável pelos ternos do ex-presidente Lula, diz que presentear autoridades com modelitos de sua coleção funciona como um senhor cartão de visita. “A Michelle é educada, bonita e elegante”, diz Almeida. “Não vejo a oferta das peças como cortesia, e sim como uma troca”, ressalta. A transformação da primeira-­dama vai além da visual.

Recentemente, Michelle apareceu como personagem lateral do barulhento inquérito que investiga um suposto esquema de rachadinha no gabinete do então deputado estadual Flávio Bolsonaro, filho do presidente. Ao quebrar o sigilo bancário do ex-policial Fabrício Queiroz, apontado como o operador dos desvios, o Ministério Público encontrou depósitos feitos por ele e a esposa na conta da primeira-dama que somaram 89 000 reais. O episódio deixou Michelle indignada. A repercussão, especialmente nas redes sociais, provocou uma radical mudança de postura. A esposa passou a estrelar memes, foi alvo de xingamentos, recebeu ameaças e começou a ser chamada de “Micheque”. De acordo com um levantamento feito pela consultoria Quaest, o apelido foi replicado quase 9 milhões de vezes no Facebook, Twitter e Instagram entre os dias 22 de agosto e 21 de setembro. “A grande fragilidade de imagem do governo está associada à sua família. A campanha do ‘Micheque’ pegou e funcionou porque é produzida para a linguagem de internet, que é mais leve, simples e sarcástica”, afirma Felipe Nunes, cientista político e diretor do instituto.

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Antes silenciosa, Michelle, desta vez, se prepara para uma guerra que pretende travar contra seus detratores virtuais. Assessores da família presidencial têm passado um pente-fino nas redes sociais montando um enorme acervo com todos os ataques que a primeira-dama sofreu nas últimas semanas. A ideia é gerar uma onda de processos. Até uma banda de rock está na mira. Logo depois da divulgação dos depósitos, o grupo Detonautas gravou uma sátira que já teve quase 700.000 visualizações no YouTube. Diz a canção: “Hey, Michelle, conta aqui para nós. A grana que entrou na sua conta é do Queiroz?”, enquanto o clipe mostra imagens de gado (como são chamados nas redes os apoiadores de Bolsonaro) e de laranjas. Os assessores da primeira-dama veem crime de injúria e difamação. Continue lendo

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