Política : INTERVIR
Enviado por alexandre em 06/08/2020 09:12:57

Revista diz que Bolsonaro quis aplicar golpe militar e dissolver STF em maio

O presidente Jair Bolsonaro esteve a ponto de intervir no Supremo Tribunal Federal (STF) no dia 22 de maio de 2020, segundo aponta reportagem da revista Piauí, assinada pela jornalista Monica Gugliano. A ideia do chefe do Executivo, emitida em uma reunião ministerial, era enviar militares para destituir os 11 membros do STF, substituindo-os por militares, para restabelecer a autoridade do presidente, que, em sua visão, vinha sendo vilipendiada pela Suprema Corte.

A reportagem afirma que naquela manhã, o entra e sai do gabinete presidencial foi grande e as conversas giraram entorno da definição da estratégia jurídica e de comunicação, sobre como se daria o golpe, de maneira a parecer que fosse algo legalmente aceito.

A motivação da intervenção foi o ministro Celso de Mello encaminhar à Procuradoria-Geral da República, um pedido de busca e apreensão do celular do presidente, para que  Augusto Aras desse seu parecer sobre o pedido. Esse procedimento é padrão e acontece em toda denúncia ou pedido que envolva a figura da Presidência da República. Ao seguir o rito imposto, o ministro não ameaçou apreender o celular do presidente, mas seguiu o devido processo legal. Dez dias depois, o decano arquivou o processo.

A reportagem da revista Piauí mostra ainda um desfecho pouco esperado da reunião: o  ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno, achou que a medida proposta pelo presidente – de destituir a Suprema Corte – seria um erro.

Naquele mesmo dia Heleno publicou uma carta com uma ameaça ao STF. “O Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República alerta as autoridades constituídas que tal atitude é uma evidente tentativa de comprometer a harmonia e poderá ter consequências imprevisíveis para a estabilidade nacional”, diz a carta.

A autora da reportagem, Monica Gugliano, afirma que ouviu quatro fontes e que todas confirmaram o conteúdo exposto na matéria.

O golpe de estado não aconteceu naquela manhã, segundo a revista, porque o presidente ficou convencido de que não havia ordem para apreender seu celular e que o governo daria uma resposta contundente à Corte. Ou seja, foi a carta de Heleno que acalmou Bolsonaro, mas acirrou os ânimos de todo país.

Deputados e senadores da oposição apresentaram à PGR uma representação judicial contra o ministro. Na representação, os parlamentares sustentam que a fala de Heleno era inaceitável e anacrônica. “Não se pode permitir, de forma alguma, qualquer tipo de ameaça contra a democracia. O Ministro precisa se compor e aceitar que está sob a égide do Estado Democrático de Direito. Não há espaço para ameaças às instituições e à Constituição Federal”, dizia o texto assinado pelos deputados André Figueiredo (PDT), líder da oposição, Alessandro Molon (PSB-RJ), líder do PSB, e pelo Randolfe Rodrigues (Rede-AP), líder da minoria.


O presidente Jair Bolsonaro Foto: Pablo Jacob / Agência O Globo

O Globo

O presidente Jair Bolsonaro afirmou na manhã desta quarta-feira, em conversa com simpatizantes na saída do Palácio da Alvorada, que o governo federal não poderá continuar pagando o auxílio emergencial por muito tempo porque “a economia tem que funcionar”, e o benefício custa R$ 50 bilhões por mês aos cofres públicos. Ele também criticou “alguns governadores”, sem citar o nome de ninguém, por manterem “tudo fechado” para enfrentar a pandemia do novo coronavírus.

A declaração ocorreu depois que um apoiador agradeceu o presidente pelo auxílio emergencial de R$ 600, ao qual atribuiu o fato de não ter faltado comida na sua casa.

— Começou a pagar a quarta parcela e tem a quinta. Não dá para continuar muito, porque por mês custa R$ 50 bilhões. A economia tem que funcionar. E alguns governadores, alguns governadores teimam ainda em manter tudo fechado, comentou o presidente.

Integrantes do governo já cogitam a necessidade de ampliar o auxílio emergencial até dezembro deste ano, diante das incertezas em relação à duração dos efeitos da pandemia sobre a economia. No entanto, segundo auxiliares do ministro da Economia, Paulo Guedes, o valor das parcelas adicionais teria de ser inferior aos atuais R$ 600, diante da falta de recursos no Orçamento. Continue lendo

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