Política : SOU CONTRA
Enviado por alexandre em 14/07/2020 09:10:50

Senadora Kátia Abreu diz que é contra o impeachment de Bolsonaro

Kátia diverge de Ciro e condena impeachment

A senadora Kátia Abreu (PP-TO) disse na live do Blog, retransmitida pela Rede Nordeste de Rádio, há pouco, que não acompanha o ex-ministro Ciro Gomes (PDT), de quem foi vice na eleição passada, em relação a um eventual pedido de impeachment do presidente Bolsonaro. “Sou contra impeachment. Não vejo motivos e não quero ser incoerente. O presidente tem agido incorretamente em algumas situações, com comportamento pessoal não adequado diante da Covid, mas isso não é motivo. Só voto se tiver cometido crime de responsabilidade", afirmou.

Relatora do Pronampe, programa de socorro financeiro aos micro e pequenos empresários recentemente aprovado pelo Congresso, a senadora reconhece que o Governo tem destinado recursos em grande quantidade também aos Estados e municípios, mas ressalta que o grande erro na gestão da pandemia foi não se comportar como estadista, fazendo a interligação com os Estados, os municípios e os demais poderes constituídos. “Não vamos dizer que o Governo não está liberando recursos. Sou oposição, mas tenho colaborado em tudo. Sou da base do bom senso e temos que ajudar o Brasil. A falha foi não ter um comando e um protocolo nacional nas regras gerais com suas peculiaridades para as regiões. O Supremo reagiu porque Bolsonaro queria abrir tudo e acho que a Justiça e os governadores se desesperaram. Aprovamos o uso de máscara por força de lei em todo lugar. Por que ele não mandou uma PEC com diretrizes nacionais?”, questionou.

Abreu condenou também o Governo do Tocantins. “Aqui, os prefeitos batem cabeça porque não têm orientação do Governo. Falta coordenação de cima para baixo, há um comando autoritário. O povo não é adversário”, defendeu.

Sobre a crise na economia, disse que o Brasil não tem a cultura de emprestar para os pobres e isso tem afetado muitas empresas nessa pandemia quando enfrentam muita burocracia para conseguir dinheiro. “A Caixa e o Banco do Nordeste têm feito um trabalho interessante e agora também o Banco do Brasil e Itaú, mas eles temem a inadimplência. O banco fica criando caso. É a dose de maldade. No Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte foi criado um fundo garantidor. Vamos além para contemplar ainda as cooperativas de crédito”, explicou.

Quanto às denúncias de desvio de dinheiro destinado à pandemia, Kátia Abreu acredita que “quem roubou vai ser preso, e muito rápido”. “O dinheiro para Covid é muito difícil de ser desviado. Não é isso que impede ladrão de roubar, mas a fiscalização está amarrada e vai pegar logo esses bandidos. Sou muito religiosa e não sei como se dorme roubando dinheiro da Covid, da merenda escolar, dos uniformes, dos livros. O castigo tá vindo por e-mail porque o céu tá todo informatizado. Os órgãos de controle estão agindo com rigor”, emendou.

A respeito da compra dos respiradores para porcos e desvio de dinheiro resumiu como uma aberração. Em contrapartida, elogiou alguns governos, sem citar o de Pernambuco. “Um descaso com a coisa pública, mas temos muitos gestores sérios, como Wellington Dias (MA) Camilo Santana (CE), Rui Costa (BA), Fátima Bezerra (RN) que estão fazendo uma excelente gestão”, afirmou.

A senadora, que foi ministra da Agricultura de Dilma, disse que está em quarentena em Palmas (TO) e não vê a hora dessa pandemia acabar para que o Brasil retome seu rumo. Reconheceu que o agronegócio nos últimos 40 anos tem salvado o País. “Produzimos muito e desde a redemocratização nós é que salvamos a economia nacional. Nosso superávit de R$ 12 bi é graças às vendas para a China e Ásia. Brigar com eles é brigar com a lógica. São grandes parceiros do Brasil”, resumiu.

Se a palavra é briga não poupou o presidente. “A coisa tava ficando feia. Ele brigou até com o papa. Parece que gosta de dividir o Brasil. Se eu fosse presidente dormiria todas as noites sorrindo. Queria ser amada, trazendo uma união nacional. Temos que governar para todos e pacificar o país”, afirmou. A íntegra da sua live está nas postagens do Instagram do blog no endereço @blogdomagno.



O presidente nacional do PSL, deputado federal Luciano Bivar (PE), disse nesta segunda-feira (13), que o partido não se reaproximará do presidente Jair Bolsonaro. “O PSL não está na base do governo e nem fará, continuaremos preservando nossa independência como sempre”, declarou.

Bolsonaro está rompido com o PSL, legenda pela qual se elegeu, desde novembro de 2019. Reportagem do jornal O Globo afirma que o presidente Jair Bolsonaro negocia cargos com o partido em troca de apoio na Câmara.

De acordo com Bivar, a legenda segue apoiando as reformas econômicas e não exige ocupação de cargos em troca de votos. “O governo pode se preocupar com todos os partidos em relação às pautas liberais, menos com o PSL, que nós fazemos isso por convicção.”

Bivar afirmou que não participou de negociação de cargos no governo federal, mas que não condena os partidos que fazem isso.

“Isso não chega à Executiva Nacional porque ela tem por princípio a gente não aceitar nenhum cargo, não é condenação, a gente não condena quem aceita cargo, mas o PSL não quer macular seus votos para que o público imagine que a gente vá votar em função de cargos”.

Ele confirmou que conversou recentemente por telefone com Bolsonaro, mas negou aproximação. “Foi uma ligação de cumprimentos, nada mais”.

O líder do PSL na Câmara, deputado Felipe Francischini (PR), disse que há uma retomada no diálogo com o governo, mas negou estejam negociando cargos na administração federal.

“Retomada do diálogo sim. Para debater projetos, pautas. Quanto a nomeações no governo, não. Não debatemos isso nem internamente, e nem com o governo. O partido seguirá independente. Independência pressupõe diálogo com todas as esferas. Participaremos ativamente dos grandes debates para retomada da economia”.

Embora Bivar negue estar de novo apoiando Bolsonaro, a retomada de diálogo com o governo já produz efeitos práticos, o senador Major Olímpio (PSL-SP), líder da sigla no Senado e rompido com o chefe do Executivo, anunciou que vai sair do partido.

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