Política : O MIMO A PF
Enviado por alexandre em 27/05/2020 00:20:54

Quanto vai custar o presente de Bolsonaro aos delegados da PF

O relator da Medida Provisória 918/2020, o deputado Aloísio Mendes (PSC-MA), afirmou em plenário que a proposta que transforma cargos comissionados em funções comissionadas e gratificadas dentro da Polícia Federal teria custo zero para o erário.

Na verdade, ela vai custar pelo menos 7,8 milhões de reais apenas neste ano. O valor está no próprio texto da proposta.

Para efeitos de comparação, o montante equivale ao pagamento do auxílio emergencial de 600 reais a 13.000 brasileiros.

A medida foi elaborada pelo governo Jair Bolsonaro sob o pretexto de reestruturar a Polícia Federal. Na prática, no entanto, ela distribui os cargos de chefia do órgão entre delegados e ainda cria 516 novas funções, todas remuneradas e destinadas aos delegados da PF.

A Medida foi aprovada na Câmara dos Deputados na última quinta-feira e agora será apreciada pelo Senado.



Bolsonaro-Alvorada

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) deu parabéns à Polícia Federal na manhã desta terça-feira (26) pela operação que atingiu o governador do Rio, Wilson Witzel (PSC).

“Sobre essa operação, presidente, no Rio de Janeiro…”, começou a perguntar uma repórter. “Parabéns à Polícia Federal. Fiquei sabendo agora. Parabéns à Polícia Federal, tá ok?”, interrompeu Bolsonaro, na porta do Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência.

Havia poucos jornalistas no local, já que diversos veículos, como Folha de S.Paulo e o Grupo Globo, anunciaram na noite desta segunda-feira (25) que deixariam de fazer a cobertura naquela portaria. O motivo: “falta de segurança”.

“A deputada Carla Zambelli [PSL-SP] sabia dessa operação?”, questionou a repórter. “Pergunta para ela”, respondeu Bolsonaro.

Zambelli afirmou em entrevista à Rádio Gaúcha na segunda-feira que governadores seria alvo da PF. O motivo da ação desta terça-feira é apurar se houve desvios em contratos relacionados à pandemia da Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus.

SOCORRO AOS ESTADOS

Bolsonaro voltou a dizer que tenta resolver a contratação de Policiais Rodoviários Federais aprovados em concurso para poder sancionar o projeto de socorro a Estados. O limite para a sanção é esta quarta-feira (27).

“O limite eu acho que é amanhã. Até amanhã sai. Mas estamos resolvendo aqui a questão dos concursados da PRF também. (…) Uma vez sancionado, não serem prejudicados”, disse, diante de um grupo de concursados no Alvorada, que foram recepcionar o presidente na portaria da residência oficial.

Depois, o mesmo grupo foi até o Palácio do Planalto. O governo corre contra o tempo para regularizar a situação dos aprovados. Ao todo, são 614.

Questionado se já conseguiria começar a repassar a verba para os Estados neste mês, conforme pedido dos governadores feito durante videoconferência, o presidente falou que o assunto é com o ministro Paulo Guedes (Economia). “Aí é com o Posto Ipiranga”, respondeu.

O Tribunal de Contas da União (TCU) decidiu que Policiais Federais e Policiais Rodoviários Federais, que já foram militares, poderão utilizar o tempo de atividade nas Forças Armadas, para a aposentadoria especial de policial. 

A discussão começou em 2015, quando o deputado federal Gonzaga Patriota (PSB/PE), enviou à Corte de Contas da União, uma Indicação Consulta, sobre o tema. As duas corporações têm 155 policiais aptos que ingressaram na ação, solicitando a soma dos tempos de serviço. 

A Constituição prevê aposentadoria especial, de 15 anos para mulheres e 20 anos para homens, em “atividades de risco ou prejudiciais à integridade física”.

“A aposentadoria especial deve ser concedida ao policial exposto a situação permanente de risco, daí o uso da expressão “atividade estritamente policial”, escreveu o ministro relator, Augusto Nardes”.

“Essa decisão terá impacto em todos aqueles que se enquadrarem nestas situações, e não somente nos 155 policiais que ingressaram com a ação”, afirmou o advogado Jaques Reolon, que representou os policiais no processo.

O deputado federal Gonzaga Patriota é autor do Projeto de Lei nº 6894/13, que inclui o estudante de escola técnica federal, o bolsista de iniciação científica para ensino superior e médio e, o prestador de serviço militar obrigatório, como segurados empregados no Regime Geral de Previdência Social (RGPS, leis 8.212/91 – arrecadação – e 8.213/91 – benefícios). A medida busca computar o tempo da bolsa e do serviço militar para aposentadoria.

Segundo o Gonzaga Patriota, o período de bolsista é uma fase da vida em “que se ganha pouco e, os direitos previdenciários ainda ficam esquecidos”. Patriota lembra que bolsas mantidas por instituições como CNPq, Capes e ProUni, com dedicação exclusiva, não garantem a contagem do tempo de aperfeiçoamento para aposentadoria.

O mesmo problema acontece, de acordo com o deputado Patriota, no serviço militar obrigatório. “Os jovens ficam um ano inteiro prestando serviço às Forças Armadas, ao país, e não podem contar com esse período para a aposentadoria”, diz Patriota.

O período de trabalho nessas áreas, com as características do vínculo empregatício e remuneração, deve ser contado como tempo de serviço para a Previdência Social, na opinião do parlamentar. O tempo de serviço como bolsista vem sendo reconhecido judicialmente quando é comprovado o vínculo empregatício na atividade acadêmica.

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