Brasil : REFLEXÃO
Enviado por alexandre em 15/04/2020 09:12:45

Uma Páscoa diferente

Por Danizete Siqueira de Lima

Passada essa Pandemia, quem sabe daqui a dois ou três meses, seremos forçados a parar e fazermos uma reflexão sobre as mudanças que o covid-19 provocou em nossas vidas. E não foram poucas. A começar pelo isolamento forçado na tal quarentena, pela ausência dos amigos mais próximos, pelo distanciamento dos parentes queridos e pela quebra de nossa rotina diária no trabalho, nas ruas, nos clubes sociais, nos estádios que frequentávamos, nas escolas dos nossos filhos, nas peladas de fins de semana, nas rodas de amigos para um simples bate papo, nas pizzarias que frequentávamos as sextas-feiras para tomarmos um chopp, nas igrejas onde frequentávamos a nossa missa domingueira, enfim, passamos a conjugar todos os verbos no pretérito, por força das mudanças de hábitos e, com certeza, as marcas do isolamento serão lembradas por muito tempo.

Quem de nós, de sã consciência, já imaginou um período QUARESMAL como termo modificado para QUARENTENA, por conta de um vírus invisível que chegou assombrando a humanidade? Quem imaginou uma Páscoa com as igrejas fechadas e o próprio papa Francisco recomendando as pessoas a se manterem em suas residências, pois as celebrações seriam de portas fechadas para evitarmos aglomerações e possíveis contaminações pelo maldito vírus? E a tão famosa procissão do “Senhor Morto” ter que acontecer fora dos padrões costumeiros, pela mesma razão?

E o afago entre pais e filhos ter que ser suspenso por medida de precaução? E o relacionamento carinhoso entre avós e netos ter que se manter à distância? E a carência do abraço e do mimo daquelas pessoas que amamos? E os tratamentos de saúde tendo que ser suspensos sem a possibilidade de marcação de uma nova data? E os tratamentos dentários interrompidos? E aquela cirurgia, de caráter inadiável, ter que ser suspensa?

Em suma, essa matéria está sendo escrita em pleno Domingo de Páscoa com a finalidade de nos levar a uma dura reflexão tirando lições de tudo que está acontecendo. Nada é por acaso e a vida nos ensina que é preciso aprender a nos levantar a cada queda sofrida. Estamos morrendo de vontade de fazermos tudo que podíamos e não fizemos em tempo oportuno e, passada a pandemia, tudo poderá ser muito tarde: o amigo que esquecemos de abraçar talvez não esteja mais disponível; o carinho e a dedicação que deixamos de ter com os nossos pais, irmãos, filhos, poderão não ser mais possível, a nossa falta de respeito para com os idosos agora poderá está fazendo falta. Os conselhos que deixamos de seguir começarão a nos causar remorsos e talvez não possamos mais corrigir. A nossa indiferença a tudo que nos rodeava começa a fazer uma enorme diferença.

O perdão que deixamos de dar, a boa ação que não praticamos, a ajuda que negamos ao mais necessitado, a falta de socorro ao pobre ancião e a discórdia que provocamos em nossos lares, queria Deus, ainda possamos corrigir e aprender com a dor que o mundo em peso está precisando de mudanças urgentes. E essas mudanças terão que começar em cada um de nós, colocando o “ser” antes do “ter”, praticando boas obras e vivendo em comunhão fraterna, conforme os ensinamentos de Cristo. A propósito, sugerimos aos nossos queridos leitores que façam uma leitura bíblica lá em Atos dos Apóstolos, capítulo 2, versículos 44 a 47 e vejam como viviam os primeiros cristãos.

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