Regionais : LEBRÃO - A Emater é uma empresa arcaica, defasada e estourada
Enviado por alexandre em 12/03/2020 09:29:20

Presidente da empresa cita investimentos e detalha as dificuldades para atender os produtores

A Comissão de Agropecuária e Política Rural (CAPR) ouviu na manhã desta quarta-feira (11) o presidente da Emater, Luciano Brandão, que atendeu à convocação para explicar como a empresa está atendendo os pequenos produtores rurais. Ele disse que ao longo dos anos o número de servidores caiu de 1.006 para 830, adiantando que agora cada técnico está atendendo a um número maior de propriedades.

Luciano Brandão mostrou que em 2019 a Emater dispôs de um orçamento de R$ 98,358 milhões, e que os números de atendimento a produtores têm aumentado. Segundo ele, foram 121 mil em 2017, 127 mil em 2018 e 147 mil em 2019.

Ele adiantou, no entanto, que são necessários R$ 44 milhões para recuperar as 66 unidades próprias da Emater. “Temos mais unidades, mas são em imóveis alugados. Também temos investido na capacitação de servidores”, detalhou.

O presidente da CAPR, Cirone Deiró (Podemos), disse que os parlamentares têm cobrado o Governo do Estado, para que ocorram mais investimento na Emater. Segundo ele, a tecnologia precisa chegar aos pequenos produtores. O parlamentar também disse que Rondônia sofreu discriminação, pois não foi beneficiado pelo Ministério da Agricultura com o aumento do preço mínimo do café conilon.

O vice-presidente da CAPR, Adelino Follador (DEM), parabenizou o presidente da Emater pelas explicações e perguntou se a empresa contratará servidores para a área administrativa, conforme autorização da Assembleia Legislativa, para que os técnicos possam trabalhar em campo, atendendo os produtores rurais.

O deputado Lazinho da Fetagro (PT) afirmou que o Governo deve tratar o produtor rural de outra forma. Ele disse não concordar com a redução do número de técnicos, citando que hoje apenas 417 servidores da instituição atende 14 mil famílias, sendo que existem mais de 100 mil propriedades rurais em Rondônia.

O deputado Chiquinho da Emater disse que Luciano Brandão falou em número de atendimentos, e não em quantidade de famílias atendidas. “Eu queria saber era de aumento da produção. O que a Emater está fazendo em relação ao cultivo do café e do cacau, e também para aumentar a área plantada”, especificou.

O deputado Luizinho Goebel (PV), no entanto, disse considerar que a Emater está desenvolvendo um excelente trabalho. Para o parlamentar, se menos produtores forem atendidos, mas com resultados maiores, as propriedades se tornarão referência no Estado. “Além disso, os R$ 128 milhões requisitados da Lava Jato para a Emater podem resolver o problema da manutenção das unidades, já que a despesa prevista está orçada em R$ 44 milhões”, enfatizou.

O deputado Lebrão (MDB) que é o padrinho do presidente da Emater, Luciano Brandão ou seja chancelou sua indicação para o cargo,  também afirmou que os técnicos da Emater desenvolvem um trabalho muito bom, apesar de classificar a estrutura da empresa como arcaica, defasada e estourada. Ele lembrou que por pouco a empresa não foi extinta.

“Quando Chiquinho da Emater era presidente, já havia a necessidade de técnicos. E por que ele não contratou? Porque o Governo não autorizou. O que acontece agora não é culpa nem do deputado Chiquinho nem do atual presidente. Isso já ocorre há tempos. Mas a empresa está no caminho certo ao investir em atendimento on-line. E vai levar alguns anos para que o atendimento ao produtor aconteça de forma ideal”, finalizou.

Texto: Nilton Salina-ALE/RO

Foto: Marcos Figueira-ALE/RO

Página de impressão amigável Enviar esta história par aum amigo Criar um arquvo PDF do artigo
Publicidade Notícia