Política : NA LATA
Enviado por alexandre em 03/03/2020 08:22:56

O filho zero três do presidente da República

A viagem do vagão

Por Thais Bilenky*

Ai, meu Deus! Eu escondo esse álbum dele! Deus me livre!” Heloísa Wolf Bolsonaro, mulher de Eduardo, o filho Zero Três do presidente da República, está zangada com o marido. Ele acaba de pegar o book de fotos que fez quando tentou ser modelo na adolescência para mostrá-las à piauí. “Tu vai vazar?”, ela questiona, insistindo que não quer ver as imagens publicadas na imprensa. Nelas, Eduardo aparece com a pele bronzeada e o cabelo loiro em formato tigela, à la Nick Carter, o integrante bonitinho dos Backstreet Boys. Em uma das fotos, está apenas de sunga vermelha, recostado em uma mureta com as pernas cruzadas, em pose insinuante. “Coisa brega!”, reclama Heloísa. Eduardo olha para o seu segurança e dá um sorrisinho, como quem se diverte com o incômodo da mulher. Conta que nunca mostrou à imprensa o álbum de modelo. “Não me chama de homofóbico, mas nessa época sempre tinham uns caras que queriam ou me comer ou dar para mim”, diz ele. Vigilante, Heloísa observa: “Essa tua frasezinha foi anotada, Eduardo.”

O casal está em seu apartamento funcional, na Asa Norte de Brasília, numa quarta-feira do início de fevereiro. Heloísa, gaúcha de Novo Hamburgo, é psicóloga, tem 28 anos e acompanha de perto a entrevista do marido. Quando ela intervém, antecipando alguma resposta, ele reage: “Muito obrigado, minha senhora.” Ele gosta da fama. Na verdade, Eduardo Nantes Bolsonaro, 35 anos, o deputado federal mais votado da história, adora a fama. Ele saboreia o prazer de mostrar as fotos do book, apesar dos protestos de Heloísa. Orgulha-se do número de seguidores no Facebook (2,7 milhões), no Twitter (1,8 milhão), no Instagram (2,9 milhões). A repercussão nas redes sociais é, para ele, um termômetro fundamental do seu desempenho público

*Repórter na piauí. Na Folha de S.Paulo, foi correspondente em Nova York e repórter de política em São Paulo e Brasília



Bebianno: Carlos tentou montar uma Abin paralela

Por O Globo

O ex-secretário geral da Presidência, Gustavo Bebianno, afirmou nesta segunda-feira que um delegado da Polícia Federal participou da tentativa de montagem de uma Agência Brasileira de Inteligência (Abin) paralela, por iniciativa do vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ). Questionado se o delegado seria o atual diretor da Abin, Alexandre Ramagem, Bebianno preferiu não responder.

- Eu lembro o nome do delegado. Mas não vou revelar por uma questão institucional e pessoal - afirmou o ex-ministro, em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, exibido ao vivo nesta noite.

Bebianno disse que o episódio aconteceu nos primeiros meses do governo, quando Carlos Bolsonaro (PSC-RJ) apareceu com os nomes de um delegado federal e de três agentes que fariam parte de uma suposta Abin paralela. Segundo Bebianno, ele e o então ex-ministro Carlos Alberto dos Santos Cruz, demitido meses depois, desaconselharam o presidente, sob o argumento de que a medida poderia motivar impeachment.

Bebianno ainda acusou Carlos Bolsonaro de comandar um "gabinete de ódio" no Planalto, onde, segundo o ex-ministro, são fabricadas notícias falsas.

- Eu disse ao presidente que as notícias falsas não podiam estar dentro do Planalto porque poderiam dar em impeachment. Mas a pressão que o Carlos faz é tão grande que o pai não consegue se contrapor ao filho. É como aquela criança que quer um presente no shopping, esperneia e o pai não tem pulso para dizer não - contou Bebianno.

- Um belo dia o Carlos Bolsonaro aparece com um nome de um delegado federal e três agentes que seriam uma Abin paralela. Isso porque ele não confiava na Abin. O general Heleno (chefe do gabinete Institucional da presidência) foi chamado. Ficou preocupado. Mas ele não é de confronto e o assunto acabou comigo e o general Santos Cruz. Nós aconselhamos o presidente a não fazer aquilo porque também seria motivo de impeachment. Eu não sei se isso foi instalado porque depois eu acabei saindo do governo.

Um dos coordenadores da campanha de Bolsonaro ao Planalto, Bebianno foi o primeiro ministro demitido no governo, com apenas dois meses do início da gestão. A sua saída foi marcada por uma crise com suspeitas de candidaturas laranjas no PSL, legenda em que o presidente venceu a eleição. A situação se agravou ainda mais após  Bebianno travar embates com Carlos Bolsonaro, seu desafeto declarado.

Bebianno acredita que a Abin paralela seria utilizada para montagem de dossiês e atacar adversários, inclusive jornalistas. Na visão dele, o presidente e seus filhos não confiam nem mesmo em seus ministros.

- Eles não confiam em ninguém. No fundo, ele (Bolsonaro) não confia no general Heleno, nem no general Luiz Eduardo Ramos (ministro da secretaria de governo).

Bebianno não é o primeiro ex-aliado da família Bolsonaro a falar sobre a Abin paralela. Em dezembro, a deputada Joice Hasselman (PSL-SP) já havia dito a CPMI das Fake News que Carlos Bolsonaro quis criar uma agência paralela no Planalto para montagem de dossiês e grampos.

No programa, Bebianno também afirmou que Carlos Bolsonaro o atingiu covardemente pelas costas, sobretudo em ataques nas redes sociais. Ele classificou o filho do presidente como uma pessoa com agressividade despropositada, "com graves problemas mentais" e que merece tratamento.

Capitão Adriano é o Celso Daniel da família Bolsonaro

Em outro ponto polêmico da entrevista, Bebianno afirmou que a investigação sobre a morte do ex-capitão do Bope Adriano da Nóbrega, acusado de chefiar o escritório do crime, grupo suspeito do homicídio da vereadora Marielle Franco, vai perseguir a família Bolsonaro como um "fantasma". Ele comparou o assassinato do PM ao caso do ex-prefeito petista de Santo André, Celso Daniel, em 2002, e que até hoje não foi esclarecido.

Confira a íntegra aqui: BebiannoCarlos Bolsonaro tentou montar uma Abin paralela ...

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