Política : DESCULPAS
Enviado por alexandre em 11/02/2020 08:46:17

Guedes pede desculpas por comparação com parasitas

Por Julia Duailibi

O ministro da Economia, Paulo Guedes, pediu desculpas, hoje, por ter se expressado "mal" ao comparar servidores públicos a parasitas e afirmou que sua declaração foi tirada do contexto.

"Eu me expressei muito mal, e peço desculpas não só a meus queridos familiares e amigos, mas a todos os exemplares funcionários públicos a quem descuidadamente eu possa ter ofendido", declarou o ministro em mensagem de WhatsApp enviada a amigos e jornalistas. O ministro disse ainda que "não queria jamais ofender pessoas simples que cumprem seus deveres".

Na sexta-feira passada, em uma palestra na Fundação Getúlio Vargas do Rio, o ministro declarou: “O funcionalismo teve aumento de 50% acima da inflação. Tem estabilidade de emprego, tem aposentadoria generosa, tem tudo. O hospedeiro está morrendo, e o cara virou um parasita. O dinheiro não chega ao povo, e ele quer aumento automático. Não dá mais”.

A declaração de Guedes repercutiu mal, principalmente no Congresso, que deve analisar a reforma administrativa ainda neste semestre. Os servidores compõem uma categoria com muita capacidade de articulação e influência perante os parlamentares -- não raro conseguem fazer valer suas pautas. Para deputados e senadores, a frase do ministro pode prejudicar o trâmite das mudanças que o governo pretende implementar.

Na mensagem de WhatsApp, Guedes disse que sua declaração foi tirada de "contexto". "Falei de estados e municípios em casos extremos. Quando toda a receita vai para salários e nada para saúde, educação e segurança. Se o Estado existe para si próprio, então é como um parasita. (O Estado perdulário) maior que o hospedeiro (a sociedade)."

O ministro disse que ele não se referia a pessoas. "Falava dos casos extremos em que municípios e estados gastam todas as receitas com salários elevados, de modo que nada sobrava para educação, segurança saúde e saneamento." De acordo com Guedes, nesses casos, não se pode dar "aumento automático de salários".

"Eu não falava de pessoas e sim do risco de termos um Estado parasitário. Aparelhado politicamente. Financeiramente inviável. O erro é sistêmico, e não é culpa das pessoas que cumprem os seus deveres profissionais, como é o caso da enorme maioria dos servidores públicos", declarou Guedes na mensagem.

Com o pedido de desculpas desta segunda, o ministro tenta reverter a repercussão negativa que a declaração teve perante os servidores, evitando assim que haja uma contaminação na pauta de reformas propostas pelo governo – a tributária também deve aportar no Congresso nas próximas semanas.

O governo elabora uma proposta de mudança nas regras dos servidores públicos, mas a ideia é que as mudanças mais polêmicas, como o fim da estabilidade e a reforma nas carreiras, sejam adotadas apenas para quem vai entrar no sistema. Alguns pontos, porém, devem valer para os servidores atuais, como o fim das aposentadorias compulsórias para quem respondeu processo administrativo.


Crescimento do pré-sal faz Petrobras bater meta de produção em 2019

Com 2,7 milhões de barris de óleo equivalente por dia, desempenho é 5,4% melhor do que o do anterior.

Foto: via Estadão

Por Fernanda Nunes e Wagner Gomes, do Estadão Conteúdo

Com a produção no pré-sal avançando cada vez mais, a Petrobrás atingiu a meta de produção deste ano, de 2,7 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boe/d), que inclui petróleo e gás natural. Esse desempenho é 5,4% melhor do que o do ano anterior. Apenas a produção de petróleo foi de 2,172 mil barris por dia, um crescimento de 6,7%.

Para o professor do Instituto de Economia da Universidade Federal Fluminense e especialista no setor, Edmar Almeida, esse resultado reflete "um processo de aprendizado tecnológico importante, fruto de muita pesquisa e inovação no pré-sal". Ele diz ainda que esse desempenho ajuda o Brasil a atravessar momentos desafiadores, como a crise atual com o coronavírus.

A Petrobrás, em comunicado, diz que a performance operacional do ano é reflexo da entrada em operação de novas plataformas no segundo semestre, a ponto de compensar resultados piores do período de janeiro a junho.

Com mais plataformas produzindo, cresceu a importância do pré-sal na empresa. Da região, foram extraídos 59% de todo petróleo e gás da companhia. No ano anterior, a fatia era de 49%. Neste caso, os destaques foram os campos de Lula e Búzios.

Em contrapartida, fora do pré-sal, o desempenho piorou, principalmente, por conta do fim do ciclo de vida de plataformas instaladas no campo de Marlim, na Bacia de Campos, que no passado foi uma das maiores áreas produtoras do País. Para revitalizar o projeto, vão ser instaladas duas novas plataformas, que vão começar a operar em 2022 e 2023.

O analista da Mirae Asset, Pedro Galdi, avalia que a estratégia da Petrobrás de se desfazer de ativos de exploração de petróleo em terra e águas rasas já começou a surtir efeito no quarto trimestre.

O ponto fraco do relatório de desempenho apresentado pela estatal são os números do segmento de refino. "A empresa tem dificuldade de colocar produto em um mercado muito competitivo", diz o consultor de Óleo e Gás da FCStone, Thadeu Silva.

A venda de derivados de petróleo e gás caiu 2,9% no ano passado, fechando 2019 em 1,75 milhão de barris por dia (bpd), apesar de a empresa utilizar cada vez mais a capacidade instaladas das suas refinarias. O comércio de gasolina no mercado interno foi abalado pela competição com importadores. E o de óleo diesel, pela redução do consumo e aumento do teor obrigatório de biodiesel ao combustível, de 10% para 11%.

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