A Câmara dos Deputados terá, nas próximas semanas, uma negociação acirrada dos partidos pelas comissões da Casa, colegiados onde geralmente são iniciados os debates dos projetos e que também atuam na fiscalização do Executivo, com medidas como a convocação de ministros. Além da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), a mais importante da Câmara, que deixa de ser do PSL e é alvo de cobiça pelo centrão, deve haver disputa acirrada pelo comando do colegiado que trata de Educação, especialmente pelas sucessivas crises envolvendo o ministro da área, Abraham Weintraub.
Por ter a maior bancada e ter apoiado a eleição de Rodrigo Maia (DEM-RJ), presidente da Câmara, o PSL teve o direito de indicar o presidente da CCJ no ano passado. Neste ano, porém, a comissão deve ficar com um parlamentar do Republicanos, MDB ou PDT, conforme um acordo firmado por Maia no ano passado.
Para complicar a equação, porém, o PP também tem a pretensão de ficar com a CCJ. O partido não foi citado por Maia entre os que tinham negociado um “revezamento”, mas é o primeiro na fila para escolher a comissão depois do PSL, na ordem definida no ano passado. Por isso, vai tentar exercer essa preferência.
Todos os presidentes das comissões serão trocados com o início do ano legislativo. Só após a definição de quem vai ficar com a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) os demais partidos conseguirão negociar os outros colegiados, alguns deles também cobiçados por diversas siglas. Eduardo Bolsonaro, atual líder do PSL na Câmara, diz que a legenda ficará com a comissão de Finanças e Tributação.