Brasil : CASAR FARDADO
Enviado por alexandre em 27/01/2020 23:51:07

Orgulho de ser Policial Militar
Casar fardado é uma demonstração de orgulho de ser  policial militar.  É o que abordaremos neste trabalho. Dentro dos elementos que formam a cultura policial militar existem diversas formas dos integrantes dessa instituição manifestarem o seu envolvimento afetivo com a corporação, assim como revelar o seu grau de satisfação como profissional e como cidadão.
      A cerimônia do casamento, em qualquer cultura do mundo, é celebrada como uma solene declaração de amor.  Os protagonistas desse ato, e todos que dele participam guardam sempre muitas recordações. É, pois, um momento muito importante na vida de qualquer pessoa.
     Quando um policial militar se casa fardado expressa de forma inequívoca um profundo sentimento pela sua corporação. No decorrer das décadas de 1970 e 1980 muitos Oficiais se casaram fardados, na presença de muitos companheiros, também fardados para formar o denominado túnel de aço, um ato de relevante valor simbólico. Era também uma forma de fortalecer os laços de amizade entre os Oficiais e seus familiares. Havia uma mobilização nos Quartéis por ocasião desses eventos.
      Naquele período, os Tenentes Maquir Alves Cordeiro, Jônio Mauro de Paiva, Romualdo Guilherme, Romildo de Oliveira, Arman Lucien La Roche, João Batista de Lima são alguns dos Oficiais que demonstraram o seu orgulho de pertencer à Polícia Militar através desses atos. O mesmo ocorreu nas décadas seguintes com os então Tenentes Kelson Assis Chaves, Júlio Cesar, Josélio Cesar, Francimar Vieira, e Túlio Ramalho, entre outros. Mas recentemente tivemos o caso do Major Rafael,  que também demonstrou orgulho pela farda, no dia do casamento.
      O branco das fardas, o dourado dos botões, a galhardia da postura dos Oficiais, os movimentos sincronizados na execução dos comandos dos atos formais e o som marcante das batidas das espadas no túnel de aço, conferem à cerimônia um ar de admirável nobreza que desperta emoções em todos participantes do evento.
        Considerando que o efetivo atual de Oficiais é bem maior do que o que existia até o início deste século, seria razoável que esse tipo de cerimônia ocorresse com uma maior frequência, o que não parece ocorrer.  O que pode justificar esse fato? Não existe mais esse orgulho da farda? Mudaram os valores?  O vínculo afetivo entre os policiais e a corporação está enfraquecido?
Casamento do Major Brandão

                              Casamento do Tenente Jurandir, orgulhoso de ser policial militar
                                                          Casamento do Major Janduy
                                       Casamento do Sargento Luiz Claudio de Andrade
                                     Casamento do Tenente Euller Chaves - 1990
Casamento do Capitão Paulino - Testemunhas - Geraldo Alencar   Gonçalo  e Ambrósio Agrícola -1969
CASAMENTO DE ALDA E BATISTA - DEZEMBRO DE 1972
    

A inatividade seria uma doença contagiosa?

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 A inatividade seria uma doença contagiosa? Esse é o título de uma mensagem de autoria do Coronel Kelson Chaves, ex-comandante Geral da PM/PB, publicada em um grupo whatsapp de Oficiais dessa corporação, no dia 24 de janeiro de 2020. Nesse texto o autor externa um sentimento generalizado dos integrantes do quadro de inativos da Polícia Militar da Paraíba, pelo que, com a devida vênia do autor, passamos a publicar na íntegra.

O TEXTO A SEGUIR PODE SER INÚTIL PARA ALGUNS, MAS SENTI A NECESSIDADE DE ESCREVÊ-LO...

INATIVIDADE: SERIA UMA DOENÇA CONTAGIOSA?

Permeio essa minha fala, do fundo do meu coração e das profundezas de minha alma, entremeada por sentimentos de saudade, falta e uma dor imensa que nem os mais fortes conseguem suportar e conter. Refiro-me a um estágio de vida, que não é o final, não é o passado, muito menos o futuro, mas o presente desatinado de alguns, sublevado por boas histórias, muitas lutas e lidas, esforço, cansaço, suor, lágrimas, risos, vitórias, derrotas, mas e, sobretudo, histórias de vida: A INATIVIDADE.

E a ela chegar e entrar é um privilégio - embora admita que alguns sequer a tolerem ou aos seus iguais -, uma dádiva para cada um de nós que, lá no início e durante trinta longos anos, se prendeu ao juramento de defender à sociedade com o risco de suas próprias vidas.

Anos a fio, em uma labuta diária sofrida, estressante, consumidora de todas as energias que um ser humano pode produzir, de altos e baixos, dedicação exclusiva - no passado bem mais exigida que nos tempos atuais -, de parcos recursos logísticos, de baixa remuneração e, o mais grave, de insignificante reconhecimento por parte dos maiores beneficiários de seus serviços: a sociedade.

Somos, e ninguém pode negar isso, a maior massa humana armada deste país, espalhada pelos seus quatro cantos, de norte a sul, de leste a oeste, do Monte do Cabrai ao Arroio Chui, da Ponta do Seixas à nascente do Rio Moa, vistos por nossas fardas e insígnias, nas mais diversas situações, em cidades, distritos, vilas, bairros, ruas, travessas, becos e vielas, nos morros, nas palafitas, nos escombros, desastres, incêndios, servindo, protegendo, ajudando, acudindo, aconselhando, orientando, corrigindo e punindo quando necessário.

Mas, e quem faz isso é só o ativo? O inativo não fez? Somente o ativo faz e quando for inativo, não lembrarão que um dia fizera? Afinal, o inativo fez o que? Nada? Passou trinta anos na atividade e nada fez?

Não é possível. Se nada fez, como o Estado pagou sua remuneração durante todo o seu tempo de serviço sem reclamar? Ora, se nada fez na ativa porque o Estado lhe encaminhou formalmente à inatividade? Porque publicou o ato respectivo? Será que o fez por obrigação? Sim, foi por obrigação. Afinal o ativo de hoje será o inativo de amanhã. É um ciclo. Faz parte do sistema.

Esse mesmo sistema que não o reconhece, que não o valoriza e respeita, que o despreza, que não o enxerga. A propósito, onde está o inativo? Direi. O inativo está ali, bem ali. Está, como sempre esteve, disposto a servir, a se doar, a contribuir, a colaborar, mas desejoso acima de tudo de ser visto, cumprimentado, lembrado e respeitado como deveria, e cioso que todos alcancem a inatividade, quem sabe, para também sentir que todos existem e que não são nenhuma doença contagiosa.

Em, Jan/2020

Kelson de Assis Chaves


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