Política : A VAIDADE
Enviado por alexandre em 24/01/2020 08:01:21

Bolsonaro tem medo de Moro e quer destruí-lo, diz Bebianno

Imagem: Reprodução/Instagram

Por Tales Faria, do UOL

Bastou o ministro da Justiça, Sérgio Moro, despontar em quarto lugar em pesquisas de intenção de voto e o presidente Jair Bolsonaro já anunciou que pensa em esvaziar o poder do auxiliar, retirando de sua pasta as atribuições sobre Segurança Pública, que passariam para um novo ministério.

O blog procurou o ex-ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência Gustavo Bebianno, para saber como ele acha que Sérgio Moro será tratado daqui para a frente.

Bebianno era amigo e advogado de Bolsonaro. Foi seu braço-direito na campanha presidencial de 2018, designado pelo candidato para presidir o partido (PSL) a fim de vigiar as contas. Assumiu o comando do fortíssimo ministério no Planalto, mas entrou em choque com o filho Zero-2 do presidente, Carlos Bolsonaro, e acabou demitido.

Sobre Moro, Bebianno acha que o ex-super-ministro já entrou na linha de tiro do presidente:

"Infelizmente, o Jair só pensa em reeleição. A sorte do país é que há alguns ministros que efetivamente trabalham pelo Brasil, e para o Brasil, a exemplo do Sérgio Moro e do ministro da Economia, Paulo Guedes. Essa obsessão pelo poder, combinada com as paranoias de traição, se sobrepõe ao excelente trabalho desses auxiliares. Como o Jair morre de medo do Moro nas urnas, fará de tudo para acabar com ele até 2022.".

Então esse raciocínio também vale para o ministro Guedes?

"Se ele desconfiar que o Paulo Guedes também tem pretensões políticas, fará o mesmo. Os interesses do país pouco importam para o Jair. O foco é ser reeleito, custe o que custar. É idêntico ao Lula", respondeu Bebianno.

Segundo ele, há "um grande perigo de curto prazo", que merece a atenção de todos com a transferência da Polícia Federal para o tal Ministério da Segurança Pública, a ser criado:

"Até agora, Moro foi o freio que inibiu o uso político da Polícia Federal, o que, com toda certeza, irrita bastante o Jair. Sem o Moro, as chances de a PF ser utilizada como ferramenta de opressão contra os desafetos serão grandes. Isso poderá gerar um clima muito pesado no país."

Bebianno manda um conselho para o ministro da Justiça:

"Se o Moro me pedisse um conselho, diria a ele o seguinte: saia desse governo o quanto antes, mantenha-se o mais longe possível da família Bolsonaro e volte no início de 2022 como pré-candidato à presidência da república. Jair não terá a mínima chance contra você. Quando muito, convide-o para ser seu vice."

Bem, é esperar para ver.


Heleno defende Bolsonaro de críticas

Segurança Pública de Moro

Foto: Estadão

Por Estadão Conteúdo

O ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno, saiu em defesa nesta quinta-feira, 23, nas redes sociais do presidente Jair Bolsonaro, afirmando que não é dele a proposta de recriar o Ministério da Segurança Pública.

Segundo ele, a ideia foi de secretários estaduais de Segurança. “Em nenhum momento o presidente disse apoiar tal iniciativa”, escreveu Heleno. “Apenas, educadamente, disse que enviaria a seus ministros, para estudo, entre eles o Ministro Sérgio Moro”, emendou.

A proposta de recriar a Segurança Pública retira poderes do ministro Sérgio Moro, que hoje comanda esta área, além da pasta da Justiça. Moro perderia o comando da Polícia Federal, por exemplo, se o ministério da Segurança Pública fosse refeito aos moldes daquele que existia no governo do ex-presidente Michel Temer (MDB).

“O que alguns não entendem é que o presidente é o capitão do time. Ele escalou seus 22 ministros. As decisões são tomadas, ouvindo os ministros, mas cabe a ele, como comandante, dar a palavra final, mesmo que isso contrarie alguns dos seus assessores ou eleitores”, afirmou Heleno nas redes sociais.

Na última de uma série de publicações, Heleno afirmou que “ou vocês confiam no capitão Jair Bolsonaro” ou “continuarão atacando-o e devolverão o Brasil à esquerda, em 2023”. “A Argentina está aí para provar que estou certo”, alertou o ministro.

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