O Futebol está privatizado?
Quando aportei em Ouro Preto do Oeste, nos idos de 1984, maravilhei-me com a quantidade de locais que tínhamos para a prática de esportes, mas especificamente, o futebol. Vejamos: Campo do INCRA; Quadra do INCRA; Campo em frente ao Colégio UNEOURO; Campo da CEPLAC na Rua JK; Campo do Sr. Oliveira; Campo da Madersan; Campo do Zé do Rolo; Campo do Módulo Esportivo. Campo da EMBRAPA. Com exceção do Campo da EMBRAPA, os demais espaços eram de livre acesso à população, onde toda tarde, de segunda-feira a domingo, a pelota rolava solta, para o deleite de crianças e adultos. Era raro passar por esses locais no meio da manhã ou da tarde e não vermos uma quantidade grande crianças se divertindo e praticando o bom futebol. A maioria dos jovens e veteranos “boleiros” de Ouro Preto, dentre eles, Igor, Petinho, Robson Amaral, Bedeleque, Zezinho Pé de Manga, deram seus primeiros chutes nesses campos. A existência desses espaços, proporcionava o aparecimento e a renovação constante de bons jogadores de futebol, e fazia com nossa cidade tivesse muitas e competitivas equipes, tanto a nível local, como estadual. Remanescem dos espaços públicos acima, apenas o Campo do INCRA e o do Módulo esportivo, mas a população e as crianças, já não tem o acesso livre como antigamente. Apenas vinte e cinco anos foram suficientes, para que o poder público, usurpasse da população, o bem mais precioso: a gratuidade para praticar o seu esporte favorito. Os espaços para esporte, foram aos pouco se transformando em escolas, escritórios, residencias, comércios, etc. A prática do futebol em Ouro Preto, há muito está privatizado, pois quem quer fazê-lo, precisa marcar horário nos Clubes, Associações, quadra particular e pagar um bom dinheiro por isso. Não é chegado o momento de começar a reverter esse quadro? Nossos governantes são de opinião quase unânime, de que os jovens e as comunidades carentes, precisam ter seus espaços de esporte, lazer e cultura preservados, porém, pouco investem em campos ou quadras de futebol. Até prometem, quando candidatos. Como diz um jornalista baiano, Raimundo Rui, “Tudo que as comunidades querem, é um campinho com uma trave, é uma pequena infra- estrutura. Crianças, adultos, empregados, desempregados, homens e mulheres, todos se unem em torno de uma bola, de uma boa partida de futebol”. Outro escriba, que me foge o nome no momento, dizia que “toda vez que se acaba com um campo de futebol, se mata um pouco a alma do povo”. Aproveito o ensejo, para elogiar um grande entusiasta do futebol em nossa cidade, o popular Zezinho Pé de Manga, que há muito tempo vem, voluntariamente, incentivando a meninada a continuar praticando esse esporte apaixonante, que é o futebol, mas ele enfrenta os problemas levantados acima, a escassez do espaço público para desenvolver esse seu trabalho. Os espaços públicos para a prática de esportes, estão em crescimento proporcionalmente inverso ao da população de nossa cidade. Praticar futebol pode até ser também um negócio, mas, acima de tudo, é um direito do cidadão. Blogger: http://raymundodjavan.blogspot.com/
O Futebol está privatizado?
Quando aportei em Ouro Preto do Oeste, nos idos de 1984, maravilhei-me com a quantidade de locais que tínhamos para a prática de esportes, mas especificamente, o futebol. Vejamos: Campo do INCRA; Quadra do INCRA; Campo em frente ao Colégio UNEOURO; Campo da CEPLAC na Rua JK; Campo do Sr. Oliveira; Campo da Madersan; Campo do Zé do Rolo; Campo do Módulo Esportivo. Campo da EMBRAPA. Com exceção do Campo da EMBRAPA, os demais espaços eram de livre acesso à população, onde toda tarde, de segunda-feira a domingo, a pelota rolava solta, para o deleite de crianças e adultos. Era raro passar por esses locais no meio da manhã ou da tarde e não vermos uma quantidade grande crianças se divertindo e praticando o bom futebol. A maioria dos jovens e veteranos “boleiros” de Ouro Preto, dentre eles, Igor, Petinho, Robson Amaral, Bedeleque, Zezinho Pé de Manga, deram seus primeiros chutes nesses campos. A existência desses espaços, proporcionava o aparecimento e a renovação constante de bons jogadores de futebol, e fazia com nossa cidade tivesse muitas e competitivas equipes, tanto a nível local, como estadual. Remanescem dos espaços públicos acima, apenas o Campo do INCRA e o do Módulo esportivo, mas a população e as crianças, já não tem o acesso livre como antigamente. Apenas vinte e cinco anos foram suficientes, para que o poder público, usurpasse da população, o bem mais precioso: a gratuidade para praticar o seu esporte favorito. Os espaços para esporte, foram aos pouco se transformando em escolas, escritórios, residencias, comércios, etc. A prática do futebol em Ouro Preto, há muito está privatizado, pois quem quer fazê-lo, precisa marcar horário nos Clubes, Associações, quadra particular e pagar um bom dinheiro por isso. Não é chegado o momento de começar a reverter esse quadro? Nossos governantes são de opinião quase unânime, de que os jovens e as comunidades carentes, precisam ter seus espaços de esporte, lazer e cultura preservados, porém, pouco investem em campos ou quadras de futebol. Até prometem, quando candidatos. Como diz um jornalista baiano, Raimundo Rui, “Tudo que as comunidades querem, é um campinho com uma trave, é uma pequena infra- estrutura. Crianças, adultos, empregados, desempregados, homens e mulheres, todos se unem em torno de uma bola, de uma boa partida de futebol”. Outro escriba, que me foge o nome no momento, dizia que “toda vez que se acaba com um campo de futebol, se mata um pouco a alma do povo”. Aproveito o ensejo, para elogiar um grande entusiasta do futebol em nossa cidade, o popular Zezinho Pé de Manga, que há muito tempo vem, voluntariamente, incentivando a meninada a continuar praticando esse esporte apaixonante, que é o futebol, mas ele enfrenta os problemas levantados acima, a escassez do espaço público para desenvolver esse seu trabalho. Os espaços públicos para a prática de esportes, estão em crescimento proporcionalmente inverso ao da população de nossa cidade. Praticar futebol pode até ser também um negócio, mas, acima de tudo, é um direito do cidadão. Blogger: http://raymundodjavan.blogspot.com/
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