Política : O X-9
Enviado por alexandre em 30/10/2019 08:45:48

Governador do Rio responde a Bolsonaro

Governador do Rio de Janeiro negou ter interferido nas investigações sobre o assassinato de Marielle após acusações do presidente em live.

Foto: Tânia Rego/Agência Brasil                             Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

Por Redação da Veja

 

O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), negou, na madrugada desta quarta-feira 30, que tenha interferido nas investigações sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) ou vazado detalhes do inquérito à imprensa, como acusou Jair Bolsonaro em live no Facebook. A coluna Radar antecipou que Witzel soube com antecedência de menção do nome de Jair Bolsonaro no inquérito sobre a morte de Marielle. 

Em comunicado publicado no Twitter, em resposta a Bolsonaro, Witzel afirmou que em seu governo, “as instituições funcionam plenamente e o respeito à lei rege todas as nossas ações”. Witzel disse que a manifestação de Bolsonaro, mais cedo foi “intempestiva”.

No vídeo, o presidente acusa o governador do Rio de querer “destruir” a sua família para “chegar à Presidência da República”. “Por que essa sede pelo poder, senhor governador Witzel?”, questionou Bolsonaro.

Segundo o presidente, Witzel estaria por trás do vazamento do inquérito ao Jornal Nacional, da TV Globo. Em reportagem veiculada na terça-feira, o JN afirmou que um suspeito da morte da vereadora visitou o condomínio onde ele mora no Rio no dia do crime.

“Defenderei equilíbrio e bom senso nas relações pessoais e institucionais”, declarou o governador.

Leia logo abaixo o comunicado na íntegra:

“Lamento profundamente a manifestação intempestiva do presidente Jair Bolsonaro. Ressalto que jamais houve qualquer tipo de interferência política nas investigações conduzidas pelo Ministério Público e a cargo da Polícia Civil. Em meu governo as instituições funcionam plenamente e o respeito à lei rege todas as nossas ações. Não transitamos no terreno da ilegalidade, não compactuo com vazamentos à imprensa.

Não farei como fizeram comigo, prejulgar e condenar sem provas. Hoje, fui atacado injustamente. Ainda assim, defenderei, como fiz durante os anos em que exerci a Magistratura, o equilíbrio e o bom senso nas relações pessoais e institucionais. Fui eleito sob a bandeira da ética, da moralidade e do combate à corrupção. E deste caminho jamais me afastarei.”

(Com Estadão Conteúdo)



Emissora: "A Globo não fez patifaria e nem canalhice

Rede de TV emitiu comunicado em resposta aos ataques de Bolsonaro em live. Nesta terça, Jornal Nacional exibiu menção do nome do presidente no caso Marielle.

Renata Lo Prete, apresentadora da Jornal da Globo TV Globo/Reprodução

Por Redação da Veja

 

Em nota divulgada na madrugada desta quarta-feira 30, a TV Globo respondeu ao presidente Jair Bolsonaro, que em live mais cedo disse que emissora faz “patifaria” e fica “infernizando sua vida”. Bolsonaro reagiu a uma reportagem do Jornal Nacional desta terça, que monstra menção ao nome do presidente na investigação do caso Marielle Franco. 

No posicionamento, lido por Renata Lo Prete no Jornal da Globo, a emissora declarou que “não fez patifaria nem canalhice”, mas sim “jornalismo com seriedade e responsabilidade”. O veículo disse lamentar que “o presidente revele não conhecer a missão do jornalismo de qualidade use termos injustos para insultar aqueles que não fazem outra coisa senão informar com precisão o público brasileiro”.

Na live, Bolsonaro disse que “não perseguirá” a emissora, mas apenas renovará a concessão em 2022 se o processo estiver, nas palavras dele, “enxuto”. Na nota, a emissora frisou que “não poderia esperar do presidente outra atitude” e que “há 54 anos, jamais deixou de cumprir suas obrigações”.

A reportagem do Jornal Nacional mostrou a menção ao nome de Bolsonaro no processo que investiga a morte de Marielle Franco. A Polícia Civil do Rio de Janeiro teve acesso ao caderno de visitas do condomínio Vivendas da Barra, na Zona Oeste do Rio, onde têm casa o presidente e o ex-policial militar Ronnie Lessa, acusado da morte da vereadora do PSOL. No dia 14 março de 2018, horas antes do crime, o ex-PM Élcio Queiroz, outro suspeito do crime, anunciou na portaria do condomínio que iria visitar Jair Bolsonaro e acabou indo até a casa de Lessa, segundo informações divulgadas pelo Jornal Nacional nesta terça-feira.

Ele reforçou que estava em Brasília no dia 14 de março de 2018 e registrou presença em duas sessões na Câmara, onde exercia o mandato de deputado federal, versão também mostrada pela reportagem da TV Globo.

Veja, logo a seguir, a íntegra do comunicado divulgado pela emissora:

“A Globo não fez patifaria nem canalhice. Fez, como sempre, jornalismo com seriedade e responsabilidade. Revelou a existência do depoimento do porteiro e das afirmações que ele fez. Mas ressaltou, com ênfase e por apuração própria, que as informações do porteiro se chocavam com um fato: a presença do então deputado Jair Bolsonaro em Brasília, naquele dia, com dois registros na lista de presença em votações.

O depoimento do porteiro, com ou sem contradição, é importante, porque diz respeito a um fato que ocorreu com um dos principais acusados, no dia do crime. Além disso, a mera citação do nome do presidente leva o Supremo Tribunal Federal a analisar a situação.

A Globo lamenta que o presidente revele não conhecer a missão do jornalismo de qualidade e use termos injustos para insultar aqueles que não fazem outra coisa senão informar com precisão o público brasileiro. Sobre a afirmação de que, em 2022, não perseguirá a Globo, mas só renovará a sua concessão se o processo estiver, nas palavras dele, enxuto, a Globo afirma que não poderia esperar dele outra atitude. Há 54 anos, a emissora jamais deixou de cumprir as suas obrigações”

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