Política : O INDICADO
Enviado por alexandre em 24/10/2019 08:53:24

Bolsonaro indicará Nestor Foster para a Embaixada nos EUA

Bolsonaro confirma que indicará Nestor Forster para embaixada nos EUA. Hoje interino no posto, Forster tem perfil ultraconservador e é discípulo de Olavo de Carvalho. Presidente diz que "não busca outros nomes".

Nestor Forster, em momento informal: ota aberta na linha-dura americana. (Facebook/Reprodução)

Da Redação por Veja

 

O presidente Jair Bolsonaro confirmou, na manhã desta quinta-feira 24 (no horário japonês), que vai indicar o diplomata Nestor Forster para ser embaixador do Brasil nos Estados Unidos. Mesmo antes de seu filho, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), oficializar a desistência de concorrer ao posto, o presidente já havia apontado o nome de Forster como um forte candidato.

Forster já ocupa o cargo interinamente e Bolsonaro disse a jornalistas, em Tóquio, que não busca outros nomes e pretende oficializá-lo no cargo. “A princípio, como ele já está lá, é um grandão, conhece muito bem, desatou muito bem, é uma pessoa ativa e seria um bom nome para Washington”, declarou o presidente.

“Eu falei para o Ernesto [Araújo] que dificilmente alguém vai negar recusar uma honrosa missão em Washington. Mas temos que ouvi-lo antes de anunciar. Isso está nas mãos do Ernesto”, completou Bolsonaro sobre a indicação.

Nestor Forster Júnior, diplomata ultraconservador de direita de 56 anos, conhece profundamente os Estados Unidos graças aos quatro postos no país ao longo de sua carreira, e é um dos discípulos de primeira hora de Olavo de Carvalho, o guru ideológico do atual governo brasileiro. Por essa proximidade, foi o candidato favorito para liderar o Itamaraty, no final de 2018, mas como ainda não era ministro de primeira-classe (embaixador), a indicação recaiu a Ernesto Araújo, a quem Forster apresentou Carvalho.

O diplomata conduz a representação brasileira em Washington como encarregado de negócios desde abril passado, quando o então embaixador Sérgio Amaral retornou a São Paulo. Sua atuação tem sido chave no alinhamento da política externa do presidente Bolsonaro com a do americano Donald Trump – agora posta em xeque na visita presidencial à China e a países do Golfo Pérsico.



Joice Hasselmann: a fera ferida que ruge alto

Foto: José Cruz/Agência Brasil

Por Carlos Brickmann

 

O presidente Bolsonaro abandonou no caminho seu antigo aliado Magno Malta. Sem problemas: Malta é pastor, é bonzinho. Fez pouco de seu braço direito na campanha, Gustavo Bebbiano, e o abandonou. Mas Bebbiano era muito amigo, e se calou. Tentou demolir Luciano Bivar, presidente nacional do PSL, que lhe cedeu o partido para candidatar-se. Sem problemas: Bivar é compreensivo, acertam-se lá na frente. E disparou contra Joice Hasselmann, afastando-a do cargo e permitindo que a atacassem por sua aparência física. Terá problemas: Joice não é boazinha, não. É agressiva, raciocina rápido, devolve em dobro os desaforos que recebe. E já mostrou que tem nas mãos a denúncia que pode causar problemas ao presidente – até um impeachment.

Joice postou mensagem em que acusa os filhos de Bolsonaro de montar uma máquina de produzir perfis falsos nas redes sociais. E disse à GloboNews que parte do esquema operou dentro do gabinete presidencial, no Palácio do Planalto. Os filhos 01, 02 e 03 de Bolsonaro, segundo ela, são responsáveis por no mínimo 20 geradores de notícias falsas no Instagram, que alimentariam uma rede de 1.500 páginas e perfis falsos – o que Joice chama de “milícia digital” (para quem a conhece, o nome “milícia” não foi escolhido ao acaso). Disse que levará a informação ao Ministério Público.

E, não esqueçamos, está para se iniciar a Comissão Parlamentar de Inquérito da Câmara e do Senado para investigar fake news e assédio virtual. Na hora H.

 Por falar em assédio

Sejam quais forem os defeitos de Joice, a campanha de insultos virtuais desencadeada contra ela, por estar acima do peso, é inaceitável. Ser gordo não é crime. Na Segunda Guerra Mundial, que Eduardo Bolsonaro tanto cita, Churchill era gordo, Hitler era magro. Quem estava do lado certo era o gordo.

Mas, entrando no caso, usar o gabinete presidencial para divulgar falsas notícias contra adversários pode ser visto, no mínimo, como abuso de poder. Joice, lembremos, até domingo era líder do Governo no Congresso. Deve saber de mais coisas. Goste-se ou não dela, é uma fera ferida que ruge alto. Imagine seu depoimento na CPMI das Fake News. Caso pequeno? Maior ou menor que o das pedaladas fiscais? Ou do Fiat Elba que depôs Collor?

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