Política : TUDO É ELE
Enviado por alexandre em 18/10/2019 08:37:00

Bolsonaro "Vão falar que botei fogo em Notre-Dame"
Da Veja - Por Diego Freire

 

Em live nas redes sociais nesta quinta-feira 17, ao lado de Luciano Hang, empresário dono da rede varejista Havan, Jair Bolsonaro voltou a provocar o presidente francês Emmanuel Macron, com quem se indispôs publicamente nos últimos meses por divergências sobre a preservação da Amazônia. Após Hang criticar que recaísse sobre o presidente brasileiro a responsabilidade por queimadas na floresta, Bolsonaro ironizou: “cuidado que vão falar que eu que botei fogo em Notre-Dame“.

O assunto veio à tona depois de Bolsonaro relembrar sua participação na Assembleia-Geral das Nações Unidas, em setembro, e dizer que foi criticado por “alguns países que queriam que o Brasil continuasse com sua política de demarcação de terras indígenas”. Segundo o presidente, líderes internacionais propunham demarcar 20% do território nacional como reserva indígena, o que, nas palavras dele, iria “acabar com o Brasil”. Bolsonaro, então, se disse vítima de uma campanha de difamação na área ecológica.

Concordando com o presidente, Luciano Hang narrou um caso: “um americano amigo meu ligou contando sobre um incêndio ambiental [na Califórnia]. E eu disse a ele: ‘chama o Macron, ele que vá lá apagar'”. Na sequência, o empresário fez um paralelo entre as queimadas. “Não disseram que o Bolsonaro tinha botado fogo na Amazônia? Agora é o Trump que está botando fogo ali?”, questionou.

Bolsonaro respondeu de forma irônica, citando o incêndio que danificou a histórica catedral francesa: “cuidado que vão falar que eu que botei fogo em Notre-Dame”. Classificando a situação como “um absurdo”, Hang completou: “e Notre-Dame tinha o rio ali do lado, era só apagar”.
“Acidentes, catástrofes e problemas qualquer país tem, mas a maneira como o chefe de Estado tratou o Brasil… inclusive, duvidando da nossa soberania, serviu para alguma coisa: despertar o sentimento patriótico do povo brasileiro”, concluiu Jair Bolsonaro, fazendo novamente referência a Macron.

Ao longo da live, de pouco mais de 20 minutos, o presidente não comentou a crise política envolvendo seu partido, o PSL, agravada nesta quinta. Mais cedo, o líder do PSL na Câmara dos Deputados, Delegado Waldir (GO), afirmou, em áudio obtido por VEJA, que vai “implodir” o presidente da República, a quem chamou de “vagabundo”. A declaração de Waldir ocorre após Bolsonaro ter articulado a troca na liderança da sigla na Casa. Waldir daria lugar a Eduardo Bolsonaro (SP).

Sem mencionar política, a conversa entre Bolsonaro e Hang girou em torno de medidas econômicas. O presidente prometeu terminar seu mandato, em 2022, com “menos de 10 milhões de desempregados” no Brasil [dados mais recentes apontam cerca de 13 milhões nessas condições].



Racha entre Jair Bolsonaro e o PSL

Crise política opõe o presidente e Luciano Bivar, que comanda o partido. Disputa envolve controle da legenda e das verbas milionárias do fundo partidário e do fundo eleitoral, além da permanência do presidente e de deputados na legenda.

Por G1

O recente agravamento da crise política entre o presidente Jair Bolsonaro e seu partido, o PSL, expõe uma disputa que afeta não apenas a atual administração e a articulação do governo com o Congresso Nacional. A disputa opõe o grupo fiel a Bolsonaro, que não controla a sigla, à ala de dirigentes que sustentam o deputado Luciano Bivar no comando da legenda. O racha envolve quatro frentes principais:

. o controle do PSL – nessa guerra partidária interna, os bolsonaristas desejam o controle absoluto do partido, mas enfrentam resistência imposta por Bivar. Aliados de Bivar – que, nas palavras de Bolsonaro, está "queimado" – garantem que ele não irá entregar "de jeito nenhum" o comando da sigla;

. o controle da verba milionária do PSL – antes de Bolsonaro, o partido era nanico, mas, a reboque da popularidade do então candidato, elegeu a segunda maior bancada da Câmara e, graças a isso, tem direito a uma fatia considerável do Fundo Especial de Assistência Financeira aos Partidos Políticos (o chamado fundo partidário) e do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (o fundo eleitoral);

. a saída ou não do Bolsonaro e deputados do PSL – a cúpula do partido avalia a possibilidade de liberar Bolsonaro e cerca de 20 parlamentares considerados infiéis caso que eles abram mão do dinheiro do fundo partidário. Esses deputados, no entanto, avaliam uma saída jurídica caso decidam deixar a sigla. Isso porque, nessa hipótese, correriam o risco de perder o cargo, já que o partido pode recorrer à Justiça Eleitoral se um parlamentar se desfilia sem justa causa.

Leia mais aqui: Entenda o racha entre Jair Bolsonaro e o PSL

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