Política : CENTRO DIREITA
Enviado por alexandre em 03/09/2019 09:08:04

Bolsonaro fala só aos extremistas

Reação ao Datafolha

Para centro-direita, reação ao Datafolha mostra que Bolsonaro fala só ao núcleo duro de apoiadores.

O presidente da República, Jair Bolsonaro. (Marcos Corrêa/PR)

Folha de S. Paulo - Painel
Por Daniela Lima

 

A reação de Jair Bolsonaro ao declínio de sua aprovação no Datafolha reforçou em dirigentes de siglas de centro-direita a avaliação de que ele conscientemente abriu mão de reter todo o eleitorado que o sagrou vencedor em 2018. Para este grupo, o presidente está determinado a alimentar apenas o núcleo duro de sua militância, mantendo o antagonismo com o PT vivo nesta ala por acreditar que em 2022 a rejeição à esquerda vai reeditar o roteiro que lhe rendeu a vitória na última disputa.

Na planilha A análise de detalhamentos da última pesquisa Datafolha tende a corroborar a avaliação política feita pelos dirigentes partidários.

Alhos e bugalhos A maioria dos eleitores que votaram em Bolsonaro rechaça frases usadas por ele para defender a indicação do filho Eduardo à embaixada nos EUA, assim como a referência pejorativa a governadores do Nordeste. Quando a análise centra apenas os que declaram preferência partidária pelo PSL, a proporção se inverte.

Alhos e bugalhos 2 Entre todos os que declaram ter votado em Bolsonaro, 54% discordam de fala pronunciada por ele para justificar a indicação de Eduardo, enquanto 42% concordam. O mesmo índice desse grupo diz não chancelar a menção a “governadores de Paraíba”, enquanto 36% assinam embaixo dela.

Meu pessoal Se levados em conta apenas os que dizem ter preferência pelo PSL, o partido do presidente, 59% dizem concordar com a menção a “governadores de Paraíba” e 57% endossam a justificativa para a indicação de Eduardo à embaixada nos EUA.


Bolsonaro não vai à reunião sobre Amazônia

Bolsonaro cancela ida a reunião sobre Amazônia por recomendação médica. Presidente, que passará por nova cirurgia, deve enviar representante para encontro com líderes latino-americanos a ser realizado nesta sexta na Colômbia.

O presidente da República, Jair Bolsonaro (Claudio Reis/Folhapress)

Da redação da revista Veja com AFP

O presidente Jair Bolsonaro cancelou sua participação na reunião regional sobre os incêndios na Amazônia, prevista para a próxima sexta-feira 6, na cidade colombiana de Letícia, por “orientação médica”, informou nesta segunda-feira seu porta-voz.

“Por questões de orientação medica, o presidente precisará, a partir de sexta-feira, entrar em dieta líquida”, dois dias antes de uma cirurgia abdominal. “A consequência disso é praticamente inviabilizar uma viagem a Leticia nesse momento”.

“O governo brasileiro está analisando a possibilidade de um substituto ao presidente da República, uma autoridade que possa representá-lo neste evento ou, “eventualmente, a postergação a fim de que o próprio presidente, pela importância que atribui ao tema, possa estar presente em uma futura reunião”, disse o porta-voz Otávio Rego Barros.
A reunião foi proposta por Peru e Colômbia, no dia 27 de agosto, em meio ao alarme internacional envolvendo o aumento das queimadas na Amazônia, cujo território abrange nove países da América Latina.
No Brasil, que abriga a maior parte da Amazônia, desde janeiro até domingo os satélites do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) registraram 91.891 focos de incêndio, 1.390 a mais que na véspera, um recorde desde 2010 para este período. Deste total, 52% estão na região amazônica.

Os dados do Inpe apontam que apenas em agosto a Amazônia concentrou um terço de todo o fogo registrado no Brasil até aqui neste ano – 30.901 focos.

Mesmo com a cirurgia, Bolsonaro garantiu nesta segunda-feira que estará presente na Assembleia Geral da ONU para defender a posição do Brasil sobre a Amazônia, “nem que seja de cadeira de rodas”. O Brasil tradicionalmente realiza o primeiro discurso da conferência, marcada para 24 de setembro.

“Eu vou comparecer à ONU nem que seja de cadeira de rodas, de maca, vou comparecer. Porque eu quero falar sobre a Amazônia”, disse Bolsonaro à imprensa em frente à sua residência oficial em Brasília.

Bolsonaro passará por uma quarta cirurgia no domingo, resultante facada no abdômen que recebeu em 6 de setembro de 2018 em um ato eleitoral. Os médicos estimam que ele precisará de um repouso de 10 dias.
(Com AFP)

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