"Sublime, pois, seria suicidarnos, trairmos a morte".
O poeta Ferreira Gullar vê um lado positivo no suicídio, fazendo um escárnio da morte.
O problema de tirar a própria vida não está numa escolha ou numa ausência absoluta do sentido da vida, mas numa doença avassaladora: a depressão.
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A depressão já é considerada a doença do século XXI, tendo em vista a realidade de hoje e suas possibilidades de afetar a população mundial.
Suas causas ainda são objeto de estudo e são variadas. E tudo que envolve o cérebro é complexo. Trata-se de uma área sensível e ainda pouco explorada.
A neurociência tem avançado, mas a psicologia continua derrapando nas suas observações, diante de um ser uno e insubstituível.
Neste sentido, ações preventivas são bem-vindas, assim como políticas de atendimento às pessoas em sofrimento.
Eu, se um dia resolver me despedir desta vida por conta própria, vou morrer em Tegucigalpa. Tem coisa mais poética?
*Lúcio Carril é sociólogo e especialista em gestão e políticas públicas pela Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo.