Política : PESQUISA
Enviado por alexandre em 02/09/2019 08:24:16

Câmara dos deputados quer R$ 250 milhões da Lava Jato para bolsas do CNPq

Além do combate a queimadas, a Câmara dos Deputados quer usar parte dos recursos recuperados pela Lava Jato para pagar bolsas de pesquisa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Um pedido foi enviado ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, para que reserve R$ 250 milhões de um fundo da Petrobrás para destinar aos pesquisadores.

Na terça-feira, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), encaminhou uma manifestação ao STF na ação em que Moraes irá decidir sobre o destino dos R$ 2,5 bilhões originados de um acordo entre a Justiça dos Estados Unidos e a estatal brasileira. Do montante, Maia pede que R$ 1 bilhão seja usado para o combate a incêndios na floresta amazônica.

Maia e Moraes se reuniram na semana passada para tratar do assunto. A ideia é que o montante previsto em seu pedido para projetos ligados à inovação, popularização da ciência e educação seja direcionado pelo Ministério da Economia para amenizar a situação do ensino superior. Caso o plano funcione, o ministro de Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, poderia usar o dinheiro para pagar as bolsas ainda neste ano.

Nesta semana, Pontes declarou à Globonews que sua pasta não terá recursos para pagar bolsas do CNPq até o fim do ano e “implorou” a Paulo Guedes, ministro da Economia, por mais recursos. O déficit orçamentário do órgão é de R$ 330 milhões, valor necessário para o pagamento das bolsas até o fim do ano.

 A Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) fala sobre o risco de 85 mil pesquisadores ficarem sem bolsas a partir de setembro por conta dos cortes orçamentários.

Fundo. O destino dos R$ 2,5 bilhões do fundo da Lava Jato parou na Suprema Corte em março, depois de a Procuradoria-Geral da República questionar o acordo fechado entre a Petrobrás e a força-tarefa da operação no Paraná. A medida estabeleceu, entre outros pontos, a criação de uma fundação para gerir parte da multa. O caso caiu com Moraes, que resolveu suspender o acordo entre a estatal e o Ministério Público paranaense.

A expectativa no Congresso é que Moraes divulgue sua decisão nos próximos dias, atendendo aos apelos de Maia.

Plenário da Câmara dos Deputados analisa MP da Liberdade Econômica Foto: Jorge William 14/08/2019 / Agência O Globo

Uma cena comum na Câmara é ver deputados correndo para registrar presença nas sessões por meio da digital. Não é à toa. 

Segundo a Câmara, cada falta à sessão deliberativa em 2019 representou um desconto médio de R$ 1.422,60 nos salários dos deputados.

O valor de cada falta varia a cada mês, dependendo do número de sessões para votação, conhecidas como “deliberativas”. Quanto maior o número de sessões, menor o desconto nos salários por cada ausência.

Em junho, por exemplo, cada falta custou R$ 1.172,33 ao bolso dos parlamentares.

Em julho, foi de R$ 1.623,22.

O salário de deputados é de R$ 33.700, dos quais 62,5% dependem da assiduidade nas reuniões deliberativas.

Página de impressão amigável Enviar esta história par aum amigo Criar um arquvo PDF do artigo
Publicidade Notícia