Regionais : Praças pagavam a oficiais para permanecer em cargos que rendiam propina do tráfico
Enviado por alexandre em 29/08/2019 23:59:30


Praças do 9º BPM (Rocha Miranda) pagavam a um major, chefe da Seção de Pessoal do batalhão, a P1, para permanecer ou serem transferidos para cargos que rendiam propina de traficantes.

 

Uma denúncia do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do MP do Rio, revela que os pagamentos eram feitos ao major André Luiz Oliveira de Albuquerque dentro da unidade.

 

Albuquerque e mais oito agentes do batalhão são réus na Auditoria de Justiça Militar do Tribunal de Justiça do Rio pelos crimes de associação criminosa, corrupção passiva e associação para o tráfico de drogas.

 

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De acordo com a denúncia, Albuquerque "recebia vantagens ilícitas na P1 do 9º BPM para que os policiais interessados em participar do projeto criminoso não fossem transferidos do batalhão e também de suas funções".

 

O fato foi revelado por uma policial lotada na unidade à Corregedoria. Em depoimento, ela contou que "recebeu valores em espécie quando exercia funções na seção de pessoal (P1) do 9º BPM através de envelopes entregues por policiais militares ao, então, capitão Albuquerque". O oficial foi lotado no batalhão ao longo do ano de 2015. Depois, enquanto era investigado, Albuquerque ainda foi promovido a major.

 

O major André Albuquerque

O major André Albuquerque O major André Albuquerque


Ainda segundo a investigação, pagamentos também eram feitos para que PMs interessados em participar da quadrilha fossem transferidos de outras unidades da corporação para o 9º BPM. Os praças que fizeram os pagamentos ainda são alvo de investigação.

 

Ontem, o EXTRA revelou que, ao longo das investigações, um oficial do 9º BPM denunciou ao MP que uma soldado também lotada na unidade “possuía um relacionamento afetivo com o traficante Lacoste, tendo inclusive sido presenteada com um veículo novo por ele”. Lacoste é Walace de Brito Trindade, chefe do tráfico do Morro da Serrinha.

 

Traficantes posaram também em frente à viatura

Traficantes posaram também em frente à viatura Traficantes posaram também em frente à viatura


A investigação do MP e da Corregedoria da PM aponta que os agentes denunciados recebiam propina de traficantes dos morros da Serrinha, Jorge Turco e do Complexo da Pedreira, todos na Zona Norte do Rio. Em troca, eles avisavam previamente os criminosos sobre operações do batalhão. Ao receber a denúncia, a juíza Ana Paula Monte Figueiredo Pena Barros, da Auditoria Militar, determinou a suspensão das funções dos nove policiais acusados dos crimes.

 

A investigação teve início quando a Corregedoria da PM descobriu que criminosos da Serrinha tiraram fotos armados num caveirão da unidade durante uma operação. Um caderno de anotações do tráfico da Serrinha, que faz parte da investigação, revela a partilha da propina entre os oficiais do 9º BPM. Na planilha, há a menção a repasses a capitães e tenentes, ao Grupo de Ações Táticas (GAT) — unidade operacional do batalhão — e à P2, o Serviço Reservado do batalhão.

 

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Página do caderno de anotações do tráfico

Página do caderno de anotações do tráfico / Fotos: Reprodução 

 

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