Política : OLHO VIVO
Enviado por alexandre em 29/07/2019 09:20:39

De olho nas eleições de 2020, PSL discute mudança de nome e novo logotipo

A um ano do início da campanha para as eleições municipais, o PSL — partido do presidente Jair Bolsonaro — começa a discutir medidas para evitar novos constrangimentos, como as denúncias de uso de candidaturas laranjas e as disputas internas, com integrantes da legenda atacando o próprio governo e votando contra a orientação do Planalto.

O presidente Jair Bolsonaro agendou uma reunião com Luciano Bivar, que comanda o PSL nacional, para a próxima quinta-feira (1º), no Palácio do Planalto, para tratar desses temas.

No início do ano, Bolsonaro cogitou deixar o partido. Segundo aliados, desistiu da mudança por entender que qualquer legenda poderia apresentar problemas.

Na intenção de “mudar a cara” do PSL, um grupo de filiados tenta convencer Bivar a alterar, inclusive, o nome do partido. A ideia é fazer um concurso online para escolher, entre a militância, qual nomenclatura adotar e também o logotipo mais adequado. O objetivo é criar uma imagem alinhada às ideias conservadoras nos costumes e liberais na economia. As iniciativas, no entanto, esbarram na resistência do presidente da legenda, que nega as mudanças.

Apesar de não ter afastado do governo o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio —alvo de suspeitas de que teria articulado um esquema de candidaturas laranjas em Minas Gerais, no ano passado —, Bolsonaro deve cobrar de Bivar a adoção na legenda de regras de compliance , normas internas de conduta.

Desde fevereiro, a Polícia Federal e o Ministério Público Eleitoral investigam o PSL pelo uso de candidatas de fachada para desvio de recursos do fundo eleitoral. O primeiro caso revelado foi o do diretório de Minas Gerais, comandando por Álvaro Antônio durante as eleições do ano passado.

Filiado afastado no Ceará

Em junho, a PF prendeu temporariamente Mateus Von Rondon, assessor especial do ministro, sob suspeita de envolvimento no esquema. Dias depois, ele foi solto e mantido no cargo. Já no Ceará, o presidente da legenda, Heitor Freire, exonerou Diego Cavan Marques da presidência da Comissão Provisória de Massapê, ao descobrir que ele usava tornozeleira eletrônica após ser sentenciado por apropriação indébita. Ele foi retirado da função em 29 de junho e não está mais filiado ao PSL.

Segundo fontes do partido, o presidente também vai aproveitar a reunião para pedir a Bivar que afine o discurso com a bancada do PSL na Câmara, evitando novas dissidências nas votações e críticas ao governo. A aliados, Bolsonaro demonstrou incômodo com constantes ataques que vem sofrendo de parlamentares do PSL que, segundo ele, teriam sido eleitos na esteira de sua popularidade. Na avaliação do presidente, Bivar pode convencer os deputados federais a amenizar as críticas ao governo.

Caso mais recente de fogo amigo foi o de Alexandre Frota (PSL-SP), divulgado pelo blog do colunista Guilherme Amado, da revista Época. Questionado sobre quem mais o decepcionou após entrar na política, Frota disparou: “Com toda a certeza, foi o Bolsonaro”.

O entorno do presidente aponta a disputa por cargos como motivo das críticas feitas por deputados que deveriam compor a base governista. Aliados de Bolsonaro alegam que Alexandre Frota quis fazer indicações no Ministério da Cidadania, de Osmar Terra, e também no diretório do PSL em São Paulo. Mas Frota rebate as acusações.

— Eu não preciso de cargo no governo. O Bolsonaro me pediu que ajudasse estruturar a equipe da Secretaria de Cultura. Eu apenas indiquei técnicos, mas a decisão de aceitar era deles, disse.


O presidente Jair Bolsonaro falou 11 vezes do Nordeste em sua conta no Twitter após ter chamado os governadores da região de “paraíbas” em café da manhã com jornalistas de veículos internacionais no dia 19 de julho. Ele se defendeu à época afirmando que as críticas eram direcionadas apenas aos governadores da Paraíba e do Maranhão.

A maioria dos tweets publicados pelo presidente foi ao ar em 21 e 23 de julho. Na 1ª data, um domingo, as postagens foram de um jornalista da região defendendo o presidente, um retweet do deputado federal Helio Lopes (PSL-RJ) sobre um programa do ministério de Ciência e Tecnologia no Nordeste, sobre uma ferrovia no Maranhão e outro onde justifica a fala sobre os governadores.

Já na terça-feira (23), Bolsonaro foi a Vitória da Conquista (BA), onde inaugurou um aeroporto, em viagem agendada antes das declarações. O governador do estado, Rui Costa do PT, se recusou a participar da cerimônia por conta da frase proferida na semana anterior. No evento, o presidente chegou a dizer “somos todos Paraíba”.

Em 20 de julho, um dia depois das declarações, o presidente republicou um tweet de Sergio Moro (Justiça), onde o ex-juiz faz um testemunho da atuação de Bolsonaro durante a crise de segurança do Ceará. Dois dias depois, ele anunciou sua ida à inauguração do aeroporto baiano. Neste domingo (28), comentou o alargamento de uma rodovia no Piauí. O presidente escreveu: “O Piauí é Nordeste, o Nordeste é Brasil”.

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