Mônica Bergamo – Folha de S.Paulo
A carta em que Léo Pinheiro reafirma acusações que fez a Lula no caso do tríplex teve efeito nulo sobre magistrados do STF (Supremo Tribunal Federal). A corte deve julgar no segundo semestre se Moro foi ou não parcial ao conduzir o processo e condenar o ex-presidente.
Para ministros que analisam o tema, a carta reforça, mas não traz novidades ao que já havia sido dito por Pinheiro sobre Lula em depoimento judicial nem prova que Moro foi imparcial. Ele nem sequer é citado no texto.
Na correspondência, Pinheiro diz que não sofreu pressão de procuradores da Lava Jato para incriminar o ex-presidente. “Não menti nem fui coagido”, afirma.
Pinheiro, no início da Lava Jato, optou por permanecer em silêncio e nada falou sobre Lula. Depois de condenado, ele começou a negociar delação premiada. Num depoimento a Moro, afirmou que a reforma do tríplex atribuído ao petista foi paga com recursos de propina de contratos da OAS com a Petrobras.
A defesa de Lula sustenta que ele foi pressionado e mudou repentinamente a versão, envolvendo o ex-presidente para obter benefícios judiciais. Pinheiro diz que suas declarações foram espontâneas.
Polícia Federal teria pedido ao conselho que vasculhasse contas bancárias do jornalista
Mônica Bergamo – Folha de S.Paulo
O Ministério Público junto ao TCU (Tribunal de Contas da União) apresentou requerimento para que o órgão apure se o Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) está analisando as movimentações financeiras do jornalista Glenn Greenwald, do site The Intercept Brasil.
A Polícia Federal teria pedido ao Coaf que vasculhasse as contas de Greenwald depois que ele começou a publicar o escândalo das mensagens entre o ex-juiz Sergio Moro e os procuradores da Lava Jato. A PF, subordinada a Moro, não confirma a informação.
O procurador Lucas Furtado afirma, no requerimento, que qualquer iniciativa do Coaf seria uma “retaliação à divulgação das mensagens” e, portanto, um “flagrante desvio de finalidade pública”. E pede que o TCU apure a “ocorrência de ilegalidades”.