Política : LÍNGUA SOLTA
Enviado por alexandre em 30/05/2019 08:18:52

FHC: O Brasil vive um jogo perigoso
Clarissa Oliveira, O Estado de S.Paulo

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso criticou nesta quarta-feira, 29, o que entende como uma abordagem "punitiva" do poder público diante da criminalidade no País. Sem citar diretamente o governo do presidente Jair Bolsonaro, FHC aproveitou um debate sobre a política de drogas em vigor para dizer que “o Brasil vive um momento de transição perigoso”.

“Infelizmente, no Brasil, está prevalecendo a ideia de que criminoso bom é criminoso morto”, declarou FHC, em encontro organizado na capital paulista pela fundação que leva seu nome, em conjunto com o Instituto Igarapé. De acordo com o ex-presidente tucano, falta ao País um foco maior no combate ao crime organizado em lugar de uma “perseguição” a usuários de drogas como a maconha. “A atitude punitiva que estamos tomando é contraproducente”, emendou.

FHC disse esperar que o Supremo Tribunal Federal (STF) se posicione de maneira mais “adequada” em relação a essa discussão. O tema deve entrar na pauta da Corte em junho, guiado pela expectativa de um posicionamento dos magistrados a favor da descriminalização da posse de maconha. “Dizer que quem defende a regulamentação defende o uso de drogas? Não, ninguém em sã consciência defende o uso de drogas”, acrescentou o ex-presidente.


As dores do pacto

Vera Magalhãaes - Estadão

Menos de 24 horas da foto do pacto, Bolsonaro se pôs a brincar em jantar no Clube Naval. Relatou que, em conversa reservada com Rodrigo Maia, brincou com ele que sua caneta tem mais poder que a do presidente da Câmara. À parte o chiste, a piadinha revela uma disputa por prerrogativas e a tentação do presidente de achar que pode governar por decretos.

Toffoli foi criticado pela Ajufe, a associação de juízes federais, e por políticos de oposição por integrar uma conversa eminentemente política, e por aventar a possibilidade de fechar um pacto sobre questões que o Supremo provavelmente terá de julgar no futuro.

Enquanto o tal pacto não vem, o governo vai se virando como pode no Congresso. Depois de um apelo direto que uniu Bolsonaro, Sergio Moro e Paulo Guedes, os senadores do PSL desistiram de tentar restaurar o Coaf ao Ministério da Justiça e a MP 870 foi finalmente aprovada. Mas ainda há inconformados: o Podemos anuncia que vai ao STF. Deve dar com os burros n’água.

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