Política : O AMOR É LINDO
Enviado por alexandre em 29/05/2019 08:17:35

Concordam em concordar é assim os Poderes

Coluna Carlos Brickmann

Não, eles não eram maioria: mas havia, entre os bolsonaristas que foram às ruas, estridentes grupos radicais, que pediam o fechamento do Congresso e do Supremo e insultavam Rodrigo Maia, o articulador das reformas. Bolsonaro elogiou os manifestantes. E qual foi a consequência de tudo?

O amor é lindo: o presidente Bolsonaro tomou café da manhã com Rodrigo Maia, presidente da Câmara, Dias Toffoli, presidente do STF, David Alcolumbre, presidente do Senado, e todos decidiram apoiar uma agenda conjunta pelas reformas. Maravilha: concórdia, em nome dos superiores interesses do Brasil (e válida até que ocorra nova troca de insultos).

Mas que concórdia é essa? Um ministro do Supremo, a quem cabe julgar a constitucionalidade do que é votado, não pode fingir que não viu nada de ilegal, se ilegalidade houver. Ou seja, só apoia por apoiar. A Câmara aprovou a medida provisória que reduziu o número de ministérios de 29 para 22, e manteve o Coaf com Guedes, não com Moro. Bolsonaro se conformou (se o Senado mudar algo, a MP tem de voltar à Câmara, e talvez não haja tempo de votá-la até dia 3, quando expira e voltam a existir 29 ministérios). Mas o líder de Bolsonaro no Senado quer o Coaf na Justiça, e luta para mudar a MP. Ministro de Bolsonaro, Moro também quer que a MP mude. E ninguém se entende. Alcolumbre não fala, mas presta muita atenção.

Traduzindo, eles concordam apenas em concordar. Talvez funcione. E seja o que Deus quiser.


Não dá para comparar

É um erro invocar erros e frases de Lula para comparar o ex-presidente com Bolsonaro. Uma menção frequente é o famoso “nós contra eles” dito pela petista em eventos públicos. Mas, em resumo, Lula governou de forma democrática.

Quando se analisa o governo Bolsonaro, não dá para compará-lo com a administração Lula. Simplesmente não são comparáveis. Os cargos são os mesmos, mas Bolsonaro é autoritário. Lula, não. Comparar os dois é uma forma de o jornalismo normalizar o que não deve ser normalizado.

Bolsonaro é um populista que tenta emparedar o Congresso. Ele e seus apoiadores nas redes sociais agridem a imprensa de forma desleal e contundente. Pode ser feito um tratado sobre erros do PT no poder. Só não dá para comparar o governo real petista com a gestão Bolsonaro, que, se tivesse tido o mínimo de estratégia e preparo, já teria aprovado a reforma da Previdência. É mentira dizer que o Congresso atrapalha o governo a atingir esse objetivo, por exemplo.  (Kennedy Alencar)



Bolsonaro estimula confronto e divisão

 De forma irresponsável

Blog do Kennedy

O presidente Jair Bolsonaro estimula confronto e divisão no país. Isso não é papel de presidente da República. Um líder em sua posição não deveria apostar no conflito nem atuar de forma divisionista. É irresponsável.

É possível usar óculos com lentes cor de rosa e enxergar nos protestos pró-governo de domingo manifestações de apoio à reforma da Previdência e ao pacote anticrime do ministro da Justiça, Sergio Moro. Mas a mensagem das manifestações foi uma tentativa de acuar o Congresso e a cúpula do Judiciário. Basta ver as imagens de domingo para constatar isso.

Houve agressões ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), a políticos e a ministros do STF (Supremo Tribunal Federal). No Paraná, chegou-se a retirar uma faixa com os dizeres “Em defesa da educação”. Ora, discordar dessa faixa é como lutar contra a água encanada e a energia elétrica.

O próprio Bolsonaro fez posts no domingo e ontem para capitalizar o que considerou uma demonstração de força. No entanto, houve um racho no campo conservador. O tamanho dos protestos pró-Bolsonaro não foi desprezível, mas ficou longe de emparedar o Congresso.

O efeito político tende a ser negativo para as relações entre Executivo, de um lado, e Congresso e Supremo, de outro.

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