Bomba mais explosiva do que a Lava Jato Daniela Lima - Painel - Folha de S.Paulo Investigadores que acompanham de perto os trabalhos da força-tarefa da Lava Jato no Rio avisam que a operação deflagrada nesta terça (28) contra dois ex-gerentes do Bradesco é apenas o começo de um longo novelo a ser desfiado pelos procuradores. As contas devassadas nesta etapa da apuração pertencem a um empresário suspeito de lavar dinheiro para doleiros. Como ele, existem mais citados em atividades igualmente suspeitas nesta e em outras instituições financeiras. A operação desta terça é um desdobramento da Câmbio, Desligo. Desde que foi deflagrada, em maio do ano passado, a apuração é vista como uma bomba capaz de suplantar o potencial explosivo da Lava Jato.
O ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, tem um esporte favorito: falar mal do diretor-geral da Agência Nacional de Transportes Terrestres, Mário Rodrigues, de quem é desafeto. Diz insistentemente que a ANTT está fragilizada por ter seu diretor citado em delação premiada, o que é ruim para a imagem e a credibilidade da agência. Pois é: quando era subordinado ao ministro Moreira Franco, igualmente citado em delações, Tarcísio não se preocupava – tanto que não pediu para sair. Mas agora, para se livrar do desafeto, pensa até em mudar a estrutura do Ministério, fundindo a ANTT com a Antaq, Agência Nacional de Transporte Aquaviário. O atual Governo parece copiar o PSDB, um partido de amigos composto 100% por inimigos. Os aliados do presidente querem exclusividade: não conseguem admitir a existência de outros aliados e os combatem com fervor. (Carlos Brickmann)
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