Política : VOANDO ALTO
Enviado por alexandre em 09/04/2019 09:16:48

Bolsonaro tenta reverter queda de aprovação com anúncios e agenda de viagens pelo Brasil

O Globo

Em meio a pesquisas que atestam a queda da popularidade de Jair Bolsonaro , o Palácio do Planalto prepara uma série de agendas do presidente pelos estados para encontrar políticos, antigos aliados da campanha e divulgar ações do governo federal. Nos próximos dias, Bolsonaro deve passar por quatro regiões do país, com compromissos no Rio de Janeiro, no Amapá, no Amazonas, na Paraíba e em Goiás.

Primeiro, o presidente deve concentrar agendas e dedicar o tempo a encontros com prefeitos e líderes partidários em Brasília hoje, para depois se liberar para incursões externas, como a passagem pela Paraíba, onde deve apresentar a nova versão do Programa Bolsa Família, com o 13º salário prometido durante a campanha.

A visita ao Nordeste é estratégica por ser a região que mais depende do programa e a que mais rejeita o governo. No domingo, o Datafolha mostrou que 39% dos entrevistados na região consideram o governo de Bolsonaro ruim e péssimo, enquanto apenas 24% consideram sua administração ótima ou boa.

Em Campina Grande (PB), além do Bolsa Família, o presidente poderá inaugurar o Centro de Testes para Dessalinização de água, uma de suas bandeiras de campanha, e entregar casas populares. A intenção foi anunciada por Bolsonaro na última quinta-feira, em transmissão ao vivo pela internet. A parada seguinte deve ser Manaus (AM), mas o governo ainda procura um projeto para apresentar à população.

O presidente também já foi convidado para viajar a Goiás pelo governador e aliado Ronaldo Caiado (DEM).

— O presidente está buscando uma agenda de aproximação com diversas regiões do país, fazendo sempre alguma entrega quando venha realizar essa viagens, disse o porta-voz da Presidência, Otávio do Rêgo Barros.

O giro pelo país deve incluir o Rio de Janeiro, onde Bolsonaro se reunirá, na próxima quinta-feira, com líderes evangélicos que recentemente criticaram a desorganização do governo no Congresso. A falta de rumo em pastas estratégicas como o Ministério da Educação, que concentra pautas conservadoras dos religiosos, e até o resultado da viagem de Bolsonaro a Israel, quando não anunciou a mudança de embaixada para Jerusalém, distanciaram o presidente dos pastores.

Ao se reaproximar dos líderes evangélicos, Bolsonaro busca reativar seus contatos com uma de suas principais bases políticas. Como o Datafolha mostrou, esse segmento representa a parcela mais otimista com o governo: 42% dos entrevistados disseram considerar o governo ótimo e bom.  

Almoço com evangélicos

No Rio, Bolsonaro participará de um almoço promovido pelo líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, Silas Malafaia. No encontro, também são esperados o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), e o presidente do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli.

Ao todos são esperados cerca de cem representantes de diversas denominações religiosas, entre o pastor Valdemiro Santiago, da Igreja Mundial do Poder de Deus, e o missionário R.R. Soares, da Igreja Internacional da Graça de Deus. O bispo Edir Macedo, da Igreja Universal do Reino de Deus, deverá mandar um representante.

— Ele será recebido por um grupo de pastores no Rio com o intuito de dialogar com essa parcela, com a qual ele tem uma relação muito afetiva e contribui muito na sua progressão rumo à Presidência da República, disse Rêgo Barros.

Ele também irá ao Amapá inaugurar o novo aeroporto de Macapá ao lado do presidente do Senado, em uma demonstração de proximidade com o Legislativo.

Em três meses de governo, Bolsonaro acabou se distanciando dos estados, primeiro por questões médicas, depois pela dedicação à agenda internacional. No último levantamento do Datafolha, Bolsonaro apareceu como o presidente mais impopular em início de mandato, avaliado positivamente por apenas 32%dos entrevistados.

Rêgo Barros, no entanto, negou haver relação entre o giro pelo país e a queda de popularidade do presidente:

— Comandante tem que estar sempre junto dos seus soldados na linha de frente. É mais Brasil e menos Brasília. (Ele) vai ao encontro das populações, levando o seu esforço por meio de entregas. 

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