Partidos de centro e centro-direita articulam agir em bloco em negociação com Bolsonaro
Daniela Lima – Painel – Folha de S.Paulo
Na véspera da primeira reunião com Jair Bolsonaro, dirigentes de partidos de centro e centro-direita vão fazer um encontro fechado para afinar os termos da conversa que terão no dia seguinte no Planalto. As cúpulas de DEM, PP, PRB e PR se encontram nesta quarta (3) para tentar manter o bloco que viabilizou aeleição de Rodrigo Maia (DEM-RJ) ao comando da Câmara unido em meio às negociações com o governo. A ideia, dizem, é sentar com o presidente mais para ouvir do que para falar.
O encontro entre Bolsonaro e os dirigentes partidários se dará em clima de desconfiança. Ninguém está disposto a chegar dando conselhos ou apresentando demandas ao presidente. Temem que ele faça o que fez com Maia, e, após a conversa, diga estar sendo “pressionado pela velha política”.
Coluna de Carlos Brickmann
O presidente Jair Bolsonaro tem muitos defeitos, não perde oportunidades de perder oportunidades, lidera um Governo tão completo que cuida até de fazer oposição a si mesmo. É correto criticar Bolsonaro (e o Governo) por suas inúmeras falhas. Mas, se há tantas falhas, por que não criticá-lo por elas? É incorreto, e desnecessário, o esforço para criar falhas e então atacá-lo.
A viagem a Israel foi um bom exemplo. A imprensa, maciçamente, diz que ao abrir um escritório comercial em Jerusalém, quando havia prometido para lá transferir a Embaixada, desagradou a todos: aos árabes, contrários à qualquer iniciativa que envolva Jerusalém, e a Israel, decepcionado com o adiamento da transferência.
Estranho, não? Considerando-se que a ideia do escritório nasceu numa conversa de Bolsonaro com o embaixador de Israel no Brasil, Yossi Shelly, em novembro, e que até as pedras de Jerusalém sabiam que era o que aconteceria, houve mesmo decepção? A propósito, a República Tcheca fez a mesma coisa: primeiro o escritório, a Embaixada irá mais tarde. E ninguém ficou decepcionado nem fez mimimi por isso.