Regionais : Veja quem são os traficantes que estão em presídio para onde Marcelo Piloto foi levado
Enviado por alexandre em 19/11/2018 20:14:52

O traficante Marcelo Fernando Pinheiro Veiga, o Marcelo Piloto, transferido na tarde desta segunda-feira para o presídio federal de Catanduvas, no Paraná, terá companhia de outros chefões do Comando Vermelho, facção da qual faz parte, na unidade de segurança máxima. Estão no presídio os traficantes Márcio dos Santos Nepomuceno, Marcinho VP, apontado pela polícia como principal chefe da quadrilha, Elias Pereira da Silva, Elias Maluco, condenado por ter sido o mandante da morte do jornalista Tim Lopes, além de Isaías da Costa Rodrigues, Isaías do Borel, e Fabiano Atanásio da Silva, FB.

Em Catanduvas, estão ainda traficantes do Terceiro Comando Puro (TCP), outra facção presente no Rio, e da Família do Norte (FDN), facção presente no Norte do país e aliada do Comando Vermelho. Piloto foi transferido para Catanduvas após decisão do juiz Rafael Estrela, da Vara de Execuções Penais do Rio. O pedido para inclusão do traficante na unidade foi feito pela secretaria de Segurança do Rio. A penitenciária federal pode abrigar 208 presos, mas por questões de segurança, mantém apenas cerca de 65% vagas ocupadas.

O criminoso foi preso em 13 de dezembro do ano passado, no Paraguai, e cumpria pena no país. Na manhã desta segunda-feira, ele foi expulso da nação vizinha após ter matado uma jovem em sua cela no quartel da polícia do Paraguai, onde estava preso.

Desde que Piloto foi preso, policiais do Brasil e do Paraguai frustraram pelo menos seis tentativas de libertação do traficante. A mais recente foi desarticulada no fim de outubro, quando três supostos integrantes do Comando Vermelho que planejavam resgatar o traficante foram mortos em uma operação em um sítio na cidade de Presidente Franco, a 300 quilômetros a Leste de Assunção, na chamada Tríplice Fronteira entre Paraguai, Brasil e Argentina.

A polícia encontrou, no sítio, um carro com 84 quilos de dinamite em gel. As autoridades daquele país decidiram detonar todo o explosivo. Na ocasião também foram apreendidas diversas armas, incluindo dois fuzis: um AK-47 e uma AR-15.

Marcelo Piloto fugiu para o Paraguai no fim de 2012, após a ocupação da Favela de Manguinhos pelas forças de segurança para a implantação de uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP).

Ministro paraguaio diz que Marcelo Piloto chamou outra mulher antes de matar jovem
Lidia Meza, jovem de 18 anos morta por Marcelo Piloto

Uma segunda mulher pode ter sido salva de se tornar mais uma vítima do traficante Marcelo Piloto, extraditado nesta segunda-feira do Paraguai para o Brasil. De acordo com o jornal paraguaio "ABC Color", o ministro do Interior, Juan Ernesto Villamayor, afirmou em entrevista que antes de chamar a jovem argentina Lidia Meza Burgos, de 18 anos, o traficante chamou outra mulher, mas desistiu "porque não tinha dinheiro".

- No sábado, Marcelo Piloto, através de um aplicativo para chamar as meninas, chamou uma mulher para o dia seguinte, de manhã. Ela acordou por volta das 9h, não tenho a hora exata, e pegou um táxi - contou o ministro, que afirmou ainda que no caminho a mulher recebeu uma nova mensagem do traficante cancelando o enconcontro "por falta de dinheiro".


Ainda de acordo com Villamayor, Marcelo Piloto teria conseguido o dinheiro mais tarde, após uma visita de seu advogado e um jornalista colombiano. Foi então que ele chamou Lidia. O assassinato teve como objetivo impedir sua extradição para o Brasil.

Segundo o Ministério Público do Paraguai, Lidia trabalhava como garota de programa e entrou no presídio de forma irregular. Ela ficou 40 minutos com Piloto antes de ser foi golpeada 16 vezes com uma faca. Na mesma entrevista, ao ser questionado sobre o motivo de o traficante estar com uma faca e também com um celular, o ministro respondeu que os presos recebiam todos os utensílios necessários para se alimentar, inclusive uma faca:

- Mas vamos ser sinceros, ele poderia matar ela até com um cabo de madeira, com as mãos. Reconheço que havia uma falha pelo telefone (que o traficante tinha).

Ainda segundo o jornal paraguaio, ao ser indagado se o governo esperou que uma pessoa morresse para expulsar o traficante, o ministro respondeu:

- Não se esperou que uma pessoa morresse, isso implica uma intencionalidade. Não se esperou absolutamente nada. Se respeitou a institucionalidade, no sentido de que já estava em marcha o processo da extradição - afirmou ele, que acrescentou que Piloto pode ser julgado pelo feminicídio de Lidia e cumprir pena no Brasil.
Presidente do Congresso do Paraguai elogia decisão

O presidente do Congresso Nacional do Paraguai, o parlamentar Silvio Ovelar, elogiou a decisão do presidente do país de expulsar o traficante. Em entrevista ao "ABC Color", ele disse que é preciso ter "culhões" para tomar essa decisão.

- Não entendo muito dos protocolos nesses casos, nem pelo Ministério Público, e nem pelo Supremo Tribunal. A única coisa que posso lhe dizer é que você tem que ter culhões para expulsar um criminoso e traficante de drogas como o Piloto - disse.

A autorização para transferência do traficante ao presídio federal foi dada pelo juiz Rafael Estrela Nóbrega, da Vara de Execuções Penais da Capital, que atendeu a pedido do secretário de Segurança do Rio, general Richard Nunes. O Departamento Penitenciário Nacional já tinha indicado a penitenciária paranaense como opção. A autorização, em caráter liminar, fixa prazo inicial de 60 dias para a permanência no Paraná.

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