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Enviado por alexandre em 16/08/2018 08:39:50

Ritual fúnebre

Postado por Magno Martins

Ascânio Seleme – O Globo

Ao registrar candidatura de Lula, PT faz 'política estudantil em momentos cruciais da vida nacional

O PT tem uma capacidade inimitável de transformar momentos tensos da história em instantes de festa e discurso. Nesta quarta-feira foi assim. Ao registrar a candidatura natimorta de Lula, os líderes e a militância do PT fizeram parada, marcharam de mãos dadas, sorriram abertamente e fizeram sinais da vitória olhando nas lentes de fotógrafos e cinegrafistas.

Para ser simpático, pode-se dizer que se tratava de luta política.O partido dos trabalhadores já trilhou inúmeras vezes este caminho. A tática é produzir muito barulho, fazer bastante espuma, para ao final das contas recuar e adotar outro papel:o de quem foi derrotado por forças retrógradas. Claro, porque todas as forças progressistas estão com o PT, acredita o inacreditável PT. No Congresso, desde a sua primeira bancada de oito deputados, o partido age assim.

Hoje, com recursos de forças sindicais e sobretudo do MST, o barulho é ainda mais falso. Os dez mil manifestantes que foram a Brasília pedir o impossível, que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) dê registro a uma candidatura ilegal, obedeciam a comandos. Foi-se o tempo em que militantes de verdade empunhavam bandeiras e vestiam camisetas com a estrela e saiam felizes pelas ruas das cidades acreditando que seu partido mudaria o Brasil.
O PT saiu nesta quarta-feira de Brasília menor do que entrou. Cumpriu um ritual fúnebre ao apresentar solenemente à Justiça a candidatura de um homem impedido pela lei de se candidatar e que está cumprindo sentença por corrupção e lavagem de dinheiro em regime fechado. Mesmo que a lei fosse ignorada, Lula ainda terá de cumprir pelo menos um sexto da pena. Significa, imaginem o absurdo, que se eleito fosse comandaria o Brasil até abril de 2020 desde a cela da PF em que está trancado em Curitiba.

No fundo, para os efeitos práticos, o PT sabe que o que vale é a candidatura de Fernando Haddad. Não foi por outra razão que o ex-governador da Bahia Jacques Wagner pediu num almoço com a cúpula para o partido colocar logo o nome de Haddad nas ruas. Mais inteligente e pragmático que a média da sua turma, Wagner sabe que o PT arrisca o seu futuro ao permanecer fazendo política estudantil em momentos cruciais da vida nacional.



Aécio puxador tucano. Para a Câmara. Bolsonaro aéreo



Mesmo com todos os reveses desde a delação da JBS, integrantes da bancada tucana na Câmara apostam que Aécio Neves (PSDB-MG) deverá ser o deputado mais votado do partido no estado.

Nas contas dos aliados, Aécio poderia ter até 300 mil votos, colhidos especialmente em Belo Horizonte.

Enquanto isso, especialistas apontam inconsistências no plano de governo apresentado por Jair Bolsonaro (PSL). Ao se referir ao número de homicídios no Brasil, por exemplo, o documento aponta o IBGE como fonte. O dado, na verdade, é do Ipea e do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

Um ponto polêmico no plano do presidenciável é o que propõe que, em caso de morte causada por policial, o agente teria excludente de ilicitude: imunidade.

“É uma crise institucional anunciada”, diz o presidente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Renato Sérgio de Lima, prevendo impasses com o Ministério Público, que tem missão de denunciar, e com o Judiciário, que julga. (Daniela Lima - Painel, FSP)

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