Mais Notícias : Pedra no caminho de Alckmin
Enviado por alexandre em 22/06/2018 12:23:52

Pedra no caminho de Alckmin

Postado por Magno Martins

Blog do Kennedy

A prisão do ex-presidente da Dersa Laurence Casagrande Lourenço (foto) causa preocupação no PSDB paulista em geral e no grupo alckmista em particular.

Lourenço é ligado ao atual secretário de Governo de São Paulo, Saulo de Castro Abreu Filho. Saulo, que tem o apelido de “Posto Ipiranga” no Palácio dos Bandeirantes, possui proximidade com Geraldo Alckmin, o pré-candidato do PSDB à Presidência.

Logo, não se trata de uma figura como Paulo Vieira de Souza, o Paulo Preto, personagem ligado ao ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes Ferreira, e ao senador José Serra.

Lourenço é do grupo alckmista. Isso é uma pedra no caminho do ex-governador, que já enfrenta diversos obstáculos na atual corrida presidencial. A Operação Pedra no Caminho apura acusação de desvios em obras do Rodoanel em São Paulo na gestão Alckmin. O TCU (Tribunal de Contas da União) suspeita de superfaturamento de até R$ 600 milhões.



Para que serve honestidade de Geraldo Alckmin?


Josias de Souza

Está ficando monótono. A revelação de que Laurence Casagrande Lourenço (foto),ex-chefão da Dersa, meteu-se em desvios de até R$ 131 milhões nas obras do Rodoanel empurra o tema da corrupção para dentro da campanha presidencial de Geraldo Alckmin pela terceira vez. Guiando-se por autocritérios, o candidato tucano considera-se um político honesto. Não se cansa de mencionar sua vida modesta. Beleza. Mas a reiteração dos escândalos suscita uma incômoda indagação: para que serve a honestidade de Alckmin?

Qualquer um pode testemunhar o conceito extraordinário que faz de si mesmo. Contudo, sem prejuízo do direito de Alckmin ao autoelogio, o que sobra no final da trajetória de um administrador público são os fatos. E os fatos transformam a probidade presumida de Alckmin num asterisco que ajuda a compreender como o Brasil virou uma cleptocracia. A principal marca da perversão nacional é uma administração pública corrupta comandada por pessoas presunçosas.

Acumula-se na porta do comitê eleitoral de Alckmin um monturo que vai ganhando a perigosa aparência de um lixão. Admitindo-se que Siemens, Alston e Paulo Preto sejam pendências compartilhadas com outros tucanos, sobram duas goteiras que supostamente pingaram verbas sujas em arcas clandestinas de campanhas de Alckmin: R$ 10,3 milhões da Odebrecht e R$ 5 milhões da CCR. Nos dois casos, aparece como coletor Adhemar Ribeiro, cunhado de Alckmin.

De repente, a Procuradoria arrasta para o centro do palco Laurence Casagrande Lourenço. Não é um personagem qualquer. Sob Alckmin, o preso foi escalado justamente para averiguar denúncias de corrupção na Dersa, a estatal que cuida de Rodovias em São Paulo —denúncias contra Paulo Vieira de Souza, o Paulo Preto, apontado como operador de propinas do tucanato paulista.

Até ontem, Alckmin jactava-se de ter sido o primeiro a investigar Paulo Preto. Agora, precisa explicar por que não notou que Laurence, seu investigador, era, ele próprio, um caso de polícia.

Laurence entrou e saiu da Dersa na gestão de Alckmin. Transitou por cargos relevantes como o de secretário de Logística e Transportes. Um mês antes de o governador trocar o Palácio dos Bandeirantes pelo palanque, passou a responder pela Companhia Energética de São Paulo, onde se encontrava até ser preso.

Alckmin declarou-se “surpreso” com as novidades descobertas sobre Laurence. Defende a investigação. Beleza. Mas continua boiando no ar a pergunta: para que serve a honestidade de um gestor público se essa qualidade precisa ser puxada pelos cabelos para não se afogar no lodo?

Página de impressão amigável Enviar esta história par aum amigo Criar um arquvo PDF do artigo
Publicidade Notícia