Regionais : Após se recuperar de agressão de policial, estudante volta a protestar
Enviado por alexandre em 04/04/2018 21:55:30


Um ano após ser gravemente ferido por um policial militar durante um protesto contra as reformas Trabalhista e Previdenciária, no Centro de Goiânia, o universitário Mateus Ferreira da Silva está em Brasília e participa das manifestações que acontecem na capital federal.

“Foi uma longa recuperação e até hoje é um processo difícil. Neste momento, eu me sinto um pouco mais confortável para participar, para estar aqui. Mas eu confesso que ainda tenho um pouco de receio”, afirmou o estudante de sociologia, de 33 anos, em entrevista ao Metrópoles.


Em abril de 2017, Mateus foi atingido na cabeça por um cassetete. O capitão Augusto Sampaio, acusado da agressão, foi flagrado pelas câmeras de segurança saindo correndo do local, enquanto o rapaz foi socorrido por outros manifestantes. O caso está na Justiça, mas ainda não teve um desfecho. Com traumatismo cranioencefálico (TCE) e múltiplas fraturas, o estudante passou 16 dias internado em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI), sedado e entubado. De lá para cá, fez duas cirurgias plásticas para reconstruir o rosto.

Claro, que devido ao acidente, meu psicológico ficou meio afetado, fiquei mais preocupado, mais ansioso. Eu não tinha medo, mas depois do acidente eu sempre venho [para as manifestações] com amigos"
Mateus Ferreira, estudante

Nesta quarta-feira (4/4), Mateus Ferreira protesta ao lado de companheiros do PT, em Brasília. No mês passado, ele se filiou ao diretório do partido em Goiás e pretende disputar o cargo de deputado estadual nestas eleições. “Eu vejo com muita preocupação essa manifestação de ódio, que acaba virando violência. Se a gente não resolve os conflitos através da política, a gente vai resolver através da guerra, é? O ódio na internet está transbordando para o mundo real e isso é muito grave”, completou.

Estudante ficou em coma após ser agredido por policial militar goiano

Mesmo assim, Mateus Ferreira acredita que as manifestações desta quarta vão terminar bem. “Eu acredito que hoje vai ser tranquilo e não vai ter confusão não. Mas a gente sabe que qualquer manifestação é perigosa, porque você está desafiando o poder. Mas quero continuar protestando e lutando pelo que acredito”.

METROPOLES

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