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Enviado por alexandre em 15/12/2017 09:21:41

Ministra se desfilia do PSDB para ficar no governo

Postado por Magno Martins

Desembargadora vai permanecer na pasta de Direitos Humanos do governo Temer

Jornal do Brasil

A ministra dos Direitos Humanos, Luislinda Valois, se desfiliou do PSDB nesta quinta-feira (14). A intenção é permanecer no governo de Michel Temer por mais tempo, já que vem ganhando força no PSDB o desembarque da base aliada do Planalto.

Desembargadora aposentada, Luislinda está no comando do ministério desde o início de fevereiro e protagonizou episódios polêmicos no governo, como quando afirmou que se sente "escrava" por ganhar "apenas" R$ 30 mil mensais.

Os tucanos, que chegaram a integrar o governo com quatro pastas, têm agora apenas o senador Aloysio Nunes (SP) no Ministério de Relações Exteriores.

Na última sexta-feira (8), o deputado Antonio Imbassahy (BA) entregou a Temer sua carta de demissão da Secretaria de Governo, posto estratégico na interlocução do governo com o Congresso Nacional. O deputado Carlos Marun (PMDB-MS) vai assumir o comando da articulação.

No início de novembro, o governo de Temer sofreu a primeira baixa do PSDB, com a saída do deputado Bruno Araújo (PE) do Ministério das Cidades.

Num governo lógico, Luislinda receberia alforria



Josias de Souza

Luislinda Valois tornou-se ministra de Direitos Humanos de Michel Temer por ser negra, mulher e tucana. Já havia anulado os efeitos de sua feminina negritude ao requerer o direito de acumular uma aposentadoria de desembargadora com o contracheque de ministra. Imaginou-se que permanecia no cargo graças à sua filiação ao PSDB. Mas foi renegada pelo tucanato. Nesta quinta, desfiliou-se da legenda. E anunciou a pretensão de permanecer na Esplanada dos Ministérios.

O apego ao cargo causa espanto. Sobretudo quando se recorda que, sob a alegação de que sua situação, “sem sombra de dúvida, se assemelha ao trabalho escravo”, madame Valois tentou embolsar, noves fora “atrasados” de cerca de R$ 300 mil, uma remuneração mensal de R$ 61,4 mil. Açoitada nas manchetes, a doutora recuou. Deu-se por satisfeita com a maior remuneração permitida por lei na administração pública: o teto de R$ 33,7 mil.

Antes de dar meia volta, a ministra soara assim numa entrevista: “Como é que eu vou comer, como é que eu vou beber, como é que se vai calçar? Eu, como aposentada, podia vestir qualquer roupa, podia calçar uma sandália havaiana e sair pela rua. Mas como ministra de Estado eu não me permito andar dessa forma. Eu tenho uma representatividade.”

Num governo lógico, Luislinda teria sido enviada ao olho da rua no instante em que evocou a escravidão para beliscar um privilégio.

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Daqui não saio...



Bernardo Mello Franco – Folha de S.Paulo

A ministra Luislinda Valois não quer desgrudar da cadeira. Nesta quinta-feira, ela pediu sua desfiliação do PSDB. Foi uma manobra desesperada para se manter no cargo, apesar de o partido ter anunciado que está fora do governo.

Luislinda tentou ser deputada, mas recebeu apenas 9.557 votos. Em fevereiro, ela realizou o sonho do gabinete próprio e virou ministra dos Direitos Humanos. Foi indicada pelo senador Aécio Neves, que ainda não havia sido deletado do Instagram dos amigos famosos.

No mês passado, a imagem da ministra também foi pelos ares. O jornal "O Estado de S. Paulo" revelou que ela reivindicou um supersalário de R$ 61,4 mil. Queria acumular os vencimentos e a aposentadoria de desembargadora, furando a regra do teto. No pedido, a tucana citou a Lei Áurea e alegou que sua situação "se assemelhava ao trabalho escravo".

Luislinda já recebia R$ 33,7 mil brutos e tinha direito a carro com motorista, jatinho da FAB e gabinete refrigerado. O Planalto fez o possível para fritá-la, mas não conseguiu arrancar uma carta de demissão. Como o presidente não tem mais força nem para despedir o ascensorista do palácio, a tucana continuou onde estava.

O desembarque do PSDB ofereceu a Luislinda uma saída honrosa. Ela poderia alegar que precisava seguir a orientação do partido, embora estivesse fazendo um trabalho formidável. A opinião dos especialistas em direitos humanos é diferente, mas ninguém precisaria ficar sabendo.

Em vez de aproveitar a chance, a ministra rasgou a carteirinha tucana e passou cola na cadeira. Só faltou entoar a velha marchinha: "Daqui não saio / Daqui ninguém me tira..."

A manobra não chega a ser inédita. No fim do governo Dilma, o pastor George Hilton também tentou sobreviver ao desembarque do PRB, braço político da Igreja Universal. Ele deixou a sigla, mas foi varrido do Ministério do Esporte. "Nesse mundo ninguém / Perde por esperar...", avisava a marchinha de Paquito e Romeu Gentil.

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